quinta-feira, 18 de março de 2021

OS COVARDES CULPAM OS MORTOS

(Texto publicado no Jornal Folha do Sudoeste, em 02/04/21) ...

(Quem tem Pet, tem vida...
Vez por outra, uso desta coluna – destinada às informações sobre animais – para trazer informações relevantes sobre saúde pública, política... ou, simplesmente, demonstrar minha angústia ou insatisfação com o momento em que vivemos... e, mais uma vez, assim o faço...
Estamos sendo inundados de mentiras! Prestes a sermos assolados, por completo, por interesses de outros... subjugados por sermos, completamente, pacatos... e não podemos, simplesmente, viver assim...)

Os covardes culpam os mortos


"Que tá uma bosta, tá uma bosta... e põe bosta nisso!" Mas de quem é a culpa?

Acostumamo-nos a transferir as culpas... e erramos... quase sempre...

Na verdade, não culpo governo algum, de esfera alguma... alguém pode até incentivar, induzir ou influenciar um certo grupo de pessoas... e até enganar! Mas somos nós que decidimos! Portanto, não podemos, por mais fácil e confortável que seja, simplesmente redimirmo-nos da culpa e repassá-la a outros.

Culpados somos nós, o povo... que menospreza a doença, que não se cuida e não se importa, realmente, com o próximo. Que pensa que Cloroquina ou Ivermectina, ou qualquer outra droga da moda, vai salvar-nos de cair em um leito de hospital; que acha que é tudo frescura e que máscara é totalmente inútil. Que cisma que um está contra o outro, quando na verdade ninguém sabe que rumo tomar (decidir, nestes casos, não é nada fácil... criticar, sim... e é inútil!)...

Culpados somos nós que olhamos apenas para nosso umbigo e desdenhamos as necessidades do próximo.

Culpados somos nós que, mesmo com todos os sintomas, saímos às ruas, porque nosso teste apresentou resultado "Não Detectado", que pra nós, que não temos a mínima noção de interpretação, é o mesmo que "Negativo". E não é! “Não detectado” só significa que não encontraram; não diz que você não tem e muito menos diz que você pode sair por aí, colocando a vida de outros em risco!

Culpados somos nós que, apenas dez dias após o início de sintomas, suspeitos da doença, fomos à praia e lotamos bares e lanchonetes... que não respeitamos a distância mínima entre pessoas, em uma fila; que entramos em um supermercado, com a família toda, como se fosse um passeio de fim de semana...

Culpados somos nós que acreditamos em todas as mentiras absurdas e as veiculamos, mesmo quando já até sabíamos que eram mentiras...

Culpados somos nós... porque deixamos de pensar... deixamo-nos à mercê da vontade de terceiros...

Culpados somos nós que não lemos uma só palavra, além do enunciado de um artigo, ou que crucificamos um ou outro meio ou canal de comunicação ou mídia jornalística... uma rede de televisão ou jornal qualquer... sem pensar! Somente porque um grupo de pessoas, que sequer conhecemos ou sabemos de seus princípios e anseios, gritou em meio ao povo o velho "libertem Barrabás!" ou "crucifiquem Jesus!"...

Culpados somos nós, que estamos sempre à espera de um milagre... de uma cura fácil...

Deixamo-nos enganar e aplaudimos! E de pé! E carregamos nosso verdadeiro inimigo nas costas, iludidos pela espera ou pela chegada de um salvador, de um novo Messias...

A redenção não vem de graça! Não podemos ficar nessa inércia, frente às chamas, e esperar pela chegada de alguém que vá trazer um balde d'água milagroso! É piegas... ingênuo!

É, verdadeiramente, ridículo!

Queremos achar um culpado pra tudo!

Os culpados?

Somos nós...


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Culpado


segunda-feira, 15 de março de 2021

OS SÁBIOS SABIAM?

 ... Quando damos voz aos tolos, 

quando aplaudimos os cretinos 

ou exaltamos os hipócritas, 

aviltamos o real sentido da razão...

A vida não pode continuar sendo

este pesadelo!

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Voz os tolos


VAZIO?

... o espaço vazio está no tempo...
e não, na mente...
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Pensar

 

PONDERAÇÕES EM UM MUNDO CÃO

Ponderações em um mundo cão


É muito difícil pensar em meio a uma horda catatônica.

É muito difícil pensar em meio a um pesadelo interminável.

É muito difícil pensar, quando se está na contramão do grande erro a que chamam "normal".

Pensar é tão fácil, mas ao mesmo tempo tão complexo e complicado, que a maioria das pessoas prefere aceitar como certo o pensamento dos outros... e, cegamente, seguem-no.

Pensar é uma arte indelével.

Pensar não é divagar, é lutar contra isto.

É tão difícil pensar e agir de acordo ao seu juízo, em meio a tanta inconsciência, que cansa...

Suas proposições são sempre atropeladas pela ignorância daqueles que, inconscientemente e inadvertidamente, seguem a trilha dos desatinados.

Andar na contramão do "normal" é um acerto, mas não é nada fácil.

Quem não pensa ofende-se com uma só palavra.

Quem não pensa é refém do que dita a moda...

Quem não pensa brada por liberdade, enquanto abraça o ideal de seu opressor.

Quem não pensa tem seus direitos usurpados, com seu consentimento.

Quem não pensa imagina estar no caminho certo, pois segue seus iguais.

Quem não pensa balbucia palavras tão desconexas, que agrada seus congêneres, da mesma forma que é deleitado pelos disparates que deles recebe.

Quem não pensa, aos poucos, perece por dentro.

Pensa, aquele que ouve a si mesmo.

Pensa, aquele que percebe e tem a certeza de que o "normal" não é o certo.

Pensar é organizar os devaneios e tentar dar-lhes um sentido lógico... ou desprezá-los, quando da verdade distanciam.

Pensar é manter-se acordado, diante este mundo dormente.

Pensar é tão somente...


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Pensar


terça-feira, 9 de março de 2021

INTOXIQUE-SE


Intoxique-se

Olha, na boa... cada um ingere o que bem entender. Simplesmente faço minha parte, na tentativa de alertar, ao menos os amigos, sobre os riscos que nos trazem certas drogas...

Crescemos ouvindo: "a diferença entre remédio e veneno é só a dose"... e eu digo mais: a diferença entre remédio e veneno está na relação entre "fazer-nos o bem e trazer-nos o mal"... E isso não é de hoje pra agora... alguns anos nos esperam...

Mas... sei lá... de um tempo pra cá, perdeu-se a lógica, perdeu-se a consciência, até... 

Cansei, de verdade...

Tá, tudo bem... cada um acredita no que quer... e, por fim, por mim, tudo certo, afinal a intoxicação de cada um é livre, pessoal e intransferível.

Cloroquine-se...

Ivermectine-se...

Nitazoxanide-se...

E.. F#&@-se!

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Fanatismo


sábado, 27 de fevereiro de 2021

Capitalístico!

 

Capitalístico

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# Capitalístico:

adj. (adjetivo)

Pertencente ou relativo ao capitalismo.

(capitalista+ico)

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Camolê



FLAGELO SOCIAL



Flagelo Social


(… escrito em 22/11/2007)


Eu prefiro não saber da sua origem;

E também não faz sentido,

Saber algo sobre sua família;

Nem mesmo para que time você torce…

Ou pra que diabos, tanto finge.


Não quero saber a real cor de seu cabelo,

Se a natureza lhe deu seu belo par de seios,

Se o vento sempre sopra a seu favor...

Ou se, ao tirar toda essa casca,

O interior que sobra é muito feio.


E que seja, como for...


Já banalizaram o amor,

Apunhalaram a moral,

Sexo é falta de pudor...

Relacionamento heterossexual...

Amar já é quase antinatural...


A moda fere, aniquila e mata,

A mídia rasga a cultura...

Sua voz, ela cala...


Pobres cabeças vazias!

Marionetes rumo ao calabouço,

Onde reina a insanidade

E o falso vive solto...

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Flagelo Social


Coluna do Centro de Letras de Fco Beltrão/PR, no Jornal de Beltrão (24/02/2021).

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CLFB

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domingo, 14 de fevereiro de 2021

Aldravia CMM1

Aldravia...

Uma composição poética minimalista, completa em ideia e incompleta em palavras, provocando diversas interpretações... uma espécie de subliminaridade que incita o leitor à divagação de pensamento...

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Aldravia

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domingo, 7 de fevereiro de 2021

AH, PALAVRAS!

 

Ah, Palavras!

Ando preocupado... 

Ainda nem morri... mas minha mente anda jogada no Malebolge... rapaz, quanto peso nas palavras que me saem...

Vou ali ler "O Livro dos Abraços", de Galeano, antes que as cinzas me cubram... há! há! há!

Na verdade, não calculo o peso das palavras... Pesa-as quem as recebe... E fere, assusta, entristece... repele.

Falo flores e são ouvidas pedras...

As pessoas complicam.

Palavras são nada mais que palavras...

As letras não tem peso ou medida, não tem cor e não são quentes ou gélidas, não tem arestas, sequer pontas que nos ferem... 

Palavra é combustível que queima em sua mente, que alimenta o entendimento à sua maneira... posso dizer-lhe palavras sutis e ofendê-lo, um elogio e magoá-lo, ou palavras rudes e tirar-lhe risos... 

As palavras não têm peso... Sua mente, sim, designa-lhes o peso, teor... e até mesmo - e infelizmente - o significado que lhe convir...

Palavra é ácido na mente dos desatinados.

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Palavras





sábado, 6 de fevereiro de 2021

PREFIERO OLVIDAR

"Después de lo que he vivido, prefiero olvidar".


Na vida, cumpro meu papel... tento pesquisar e alertar as pessoas...

Infelizmente, poucos prestam atenção... 

Mas fazer o que, não é?

Assim é o ser humano.

E quem seria eu, afinal?

Por fim... 

A intoxicação de cada um é livre, pessoal e intransferível...

Portanto...

Fiquem à vontade.

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quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

VITAMINA D

"Concordo plenamente no fato de que melhorar a resposta imune possa minimizar os efeitos causados por qualquer infecção ou doença que seja, até mesmo a Covid-19... 

Mas temos que estar atentos em meio a tantas mentiras e desinformações ou informações imprecisas e/ou distorcidas que invadem, a todo momento, as mídias ou redes sociais... 

Não podemos fazer papel de lixo no mar e deixarmos as ondas nos jogarem para o lado que quiserem... 

Não podemos ser submissos ou viver na inconsciência subjugada.

A vitamina D é, obviamente, muito importante; mas precisamos suplementá-la? E até que ponto isso é realmente benéfico? 

Posso responder que, baseado na vida moderna, muitos precisam - sim - suplementá-la, mas para isto, um acompanhamento técnico é necessário e muito importante. Agora, ser benéfico ou não, podemos usar da máxima: "a diferença entre remédio e veneno... é só a dose".

Recebi e vi muitas postagens incentivando - assim como ocorreu com outras substâncias - o uso de vit D como sendo um “poderoso antídoto”, uma arma contra a Covid-19... Por este motivo, dediquei algumas horas (várias, na verdade) para pesquisar de onde vinham estas ideias e qual o nível de verdade e o fundamento disso tudo... 

É lamentável, pois vi vídeos de médicos - alguns, até bem reconhecidos - falando sobre o assunto, sobre uma determinada pesquisa, e incentivando o uso indiscriminado. 

E, novamente... e infelizmente... mais uma enxurrada de Fake News..."
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(Texto posteriormente publicado no Jornal Folha do Sudoeste
- Coluna Pet, na edição de 06 de fevereiro de 2021)
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VITAMINA D:
Qual a verdade de seu benefício no controle de infecções?


Vivemos a era das Fake News... esta terminologia “nova” não tem nada de novo; no entanto, a tecnologia de informação, a rapidez das veiculações, faz destas uma grande arma de controle e subjugação do povo.

O aforismo de que o jornalismo tradicional – e até mesmo a ciência – estaria “contra o povo” é mecanismo de subjugação popular já há muito conhecido. Que as grandes redes atendem aos seus e aos interesses de seus patrocinadores ou parceiros, não é novidade alguma; mas daí a dizer que “mentem descaradamente” ou “atacam x ou y” ou que “não deixam o presidente governar”, já é uma grande falácia, típica de sistemas ditatoriais... Estaríamos, nós, presenciando – inconscientes e submissos – um novo Sistema de Absolutismo, uma nova forma de ditadura? Só o tempo dirá...

Circulam, na internet, dezenas de textos, áudios e vídeos – inclusive, partindo de médicos e outros profissionais ligados à saúde, assim como houve com outras substâncias – afirmando que a Vitamina D (Vit D) seria um “poderoso antídoto”, uma arma contra a Covid-19 e outras viroses, alegando que “a chance de morrer pelo novo Coronavírus, para quem tem altos níveis da vitamina D, é praticamente zero”. Isto é um desserviço, uma perfídia à saúde pública. Muitos equívocos e falhas de interpretação, falta de pesquisas mais aprofundadas ou de maior amplitude de dados, levam a erros factuais, muito comuns na ciência. Parece uma incongruência, no entanto, há muito disso no meio científico, onde uma descoberta ou teoria passa a ser preceito de base para outros trabalhos, fato pelo qual muitas descobertas científicas surgem do acaso ou decorrentes de resultados imprevistos ou inesperados de outras pesquisas.

Vitamina D (25OHD) é um pró-hormônio que atua como importante regulador do metabolismo ósseo. É produzida pelos rins e controla a concentração de cálcio no sangue. Pesquisas sugerem sua relação metabólica com diversas reações orgânicas, muitas delas relacionadas ao sistema imunológico. No entanto, até o momento não é possível comprovar a relação causa e efeito. Resultados satisfatórios, obtidos em centros de pesquisas, são parâmetros “in vitro” ou “suposições”, conjecturas resultantes de metanálises, muitas destas, frágeis em embasamento ou variabilidade de dados.

Durante a pandemia, muitas pesquisas se voltaram para o questionamento da viabilidade e funcionalidade do uso de altas doses de Vit D para o controle das infecções ou inflamações causadas pelo Coronavírus (Sars-Cov-2) e se haveria alguma relação entre a gravidade da Covid-19 e os níveis séricos desta vitamina em “pacientes hospitalizados”.

Um estudo publicado no The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism (JCEM – Oxford University) foi amplamente divulgado na internet; no entanto, trata-se de um estudo retrospectivo de caso-controle, ou seja, são dados coletados de pacientes já hospitalizados e não se sabe exatamente o que se tinha antes: quais os níveis séricos desta vitamina e quais as reais relações que levaram ou não ao quadro destes pacientes.

Os dados apresentados neste trabalho devem ser avaliados com cautela, já que a relação da Vit D em quadros inflamatórios podem resultar de duas hipóteses; uma de que a inflamação reduz a concentração de Vit D, e outra de que, ao contrário, o aumento do nível de Vit D reduz o processo inflamatório. E nada, até então, foi comprovado.

O próprio trabalho em questão deixa bem claro (algo propositadamente ignorado pelos médicos que difundiram a ideia do uso desta vitamina) que não encontraram “nenhuma relação entre as concentrações de Vitamina D ou deficiência de vitamina e a gravidade da doença”.

Várias limitações fragilizam os resultados deste trabalho. Não que seja uma pesquisa pouco importante, pois abre portas para novos trabalhos, mas a começar pelo fato de ser um estudo observacional, que não permite estabelecer se a Vit D é um biomarcador de exposição ou de efeito sobre a doença. Além disso, a pesquisa foi realizada em um único centro de saúde espanhol e os dados não podem ser generalizados.

Este estudo não esclarece a relação real da deficiência da Vit D com a questão inflamatória, até porque a coleta dos níveis séricos desta vitamina foi feita quando o paciente já estava em pleno estado inflamatório, não tendo sido disponibilizada a vitamina D basal, anterior ao quadro; e mostra também que as concentrações em pacientes com Covid-19 que estavam suplementando Vit D foi menor do que o esperado, apoiando seu comportamento como um reagente de fase aguda negativo (aquele em que a inflamação reduz sua concentração). Outro detalhe importante que fragiliza as informações deste trabalho é o fato de que o número de pacientes que tomavam suplementos de Vit D é muito pequeno para tirar conclusões sólidas para a evolução dos casos clínicos; foram apenas 19 pacientes.

O consumo indiscriminado de Vit D que leve ao excesso a nível sérico (vale lembrar que, em suplementos farmacêuticos, trata-se de uma substância sintética), pode causar sérios problemas de saúde, dentre eles: aumento de reabsorção óssea, altos níveis de cálcio no sangue (hipercalcemia), insuficiência renal, crises convulsivas e – por mais improvável que possa parecer – levar à morte.

Nunca podemos confundir ações de substâncias naturais, no metabolismo, com a ação de substâncias sintéticas. Não é a a mesma coisa!

A produção natural de Vit D pelo organismo se dá pela ativação a partir da exposição ao Sol (raios ultravioletas do Tipo B – UVB). Um dos riscos da suplementação artificial é que a Vit D não é eliminada pelo corpo, quando em excesso. É uma substância lipossolúvel e, por este motivo, acumula-se no organismo, podendo chegar a níveis críticos e altamente perigosos. Portanto, muito cuidado com as mensagens que recebe em seu smartphone... E nunca repasse informações, sem antes checá-las.

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quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Venha, Ano Novo!

Venha, Ano Novo!


As cicatrizes deixadas por 2020 são inalteráveis máculas gravadas na história...

Tempos difíceis, é o que vivemos...

Fomos jogados em algum capítulo da Comédia de Dante; atravessamos o Aqueronte a nado e distribuímos tapas nas caras de Cérbero... e ainda chamaram-no de vira-lata...

Bastava-nos uma doença... mas a ignorância, as mentiras, a estupidez politiqueira, a verdadeira sandice de uma paixão doentia e facciosa, um fanatismo que ultrapassara as fronteiras da idolatria banal e migrara da política à farmacêutica com a mesma intensidade e insanidade, o “anetismo” sórdido, jogou-nos contra as muralhas de fogo de Dite...

O ano foi um pandemônio inimaginável e, com certeza, suas consequências farão-nos andar, por muito tempo, por sobre poças de sangue, entre prantos e o ranger de dentes dos desesperados...

Em 31 de dezembro, a data finda, mas o “ano” mal começou.

Não consigo – simplesmente – desejar, da boca pra fora, um Feliz Ano Novo... sei que é ilusão. Mas, confesso, a hesitação invade meu ser. A Felicidade pode ser ambígua, mesmo que piegas, mesmo que inocente...

A candura da felicidade, do amor verdadeiro, da esperança por dias melhores, mesmo que pensemos ser banal ou a futilidade dos sentimentos humanos... Ah, com certeza, é melhor que a desesperança, que o desengano ou o apego aos infortúnios que o invisível, aliado à – visivelmente – despreparada governança, submeteu-nos neste ano que se finda...

A Virada de Ano é somente um marco neste tempo imaginário que seguimos... 

A esperança talvez não traga a cura para mal algum, mas leva-nos à Paz necessária para enfrentarmos os demônios que nos cercam...

Desejo Paz, para que a harmonia interior traga-nos discernimento para que possamos decidir e agir com acuidade frente a todo mal, mesmo os que se fazem passar por benevolentes.

Acreditem... Não precisamos de nada e de ninguém acima de nós... Precisamos que estejam ao nosso lado...

Que venha 2021...





sábado, 12 de dezembro de 2020

A FONTE DAS GAROTAS CERTAS


A FONTE DAS GAROTAS CERTAS


A Arte é alheia ao tempo... a Arte não foi, ela é... 

Alguém, em uma conversa, lembrou da obra "A Fonte", de Duchamp... Logo, veio-me à mente a banda paulistana dos anos 80, cuja capa de seu disco faz referência à obra. 

"Akira S & As Garotas Que Erraram"... 

Estes usaram do mesmo conceito "subversivo", na concepção de uma obra inovadora na música brasileira. 

Com letras inusitadas e de certa complexidade, um tanto desconfortáveis - por tirar-nos do elo comum -, usa do baixo elétrico como base de concepção, cuja força, calcada em timbres e texturas precursoras de um conceito às avessas, um tanto "antiguitarrístico", propele sons em "perfeita" contramão, atropelados por um vocal visceralmente desesperado, desconexo e estridente, grunhindo belamente - como se isso fosse possível - coisas do tipo: "o meu amor serrano desceu pelo cano/o meu amor praieiro dançou, salvo engano"... ou: "você dirige o automóvel, eu lhe dirijo argumentos"...

Letras fortes, despretensiosas e poeticamente lindas. 

O disco é um marco quase "desconhecido" na música brasileira. 

A capa, de incomum criatividade, com texturas e materiais distintos, entre plástico e papel, faz desta própria uma perfeita poesia textural, como se as digitais fossem olhos, como se um cego usasse dos dedos, do tato, e lesse um lindo poema em braile.

Akira S & As Garotas Que Erraram não é um prato de arroz com feijão e ovo frito, que você mastiga e engole rapidamente...

Apreciar a arte exige um paladar apurado... 

Digerir a arte - indigesta, para muitos - exige tempo...

Akira S & As Garotas Que Erraram é arte, na sua mais pura essência...

Mas... "Você diz a verdade quando mente"...

E "Engano/ seguido de enganos/ seguidos de planos/ que referendam os enganos/ Lato sensu"...

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quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

O TEMPO


O TEMPO


O tempo é o feijão no prato dos desafortunados,
A cicatriz que acusa nossos erros,
O medo de caminhar pelo vazio.

O tempo, há tempos...
É a esperança que nos encoraja
e a lamúria que afugenta... 

Temos tempo pra ter tempo... 
Mas - na vida - não temos tempo pra ter medo...

O tempo é um carro velho que atropela,
O amor rasgado em desespero,
O calor que cede e morre de frio.

O tempo, há tempos... 
É o lamento que nos desalenta
e o júbilo que ao vento aplaude...

Temos tempo pra perder o tempo...
Mas - na vida - procuramos tempo pra exprimir coragem...

O tempo é água suja na cabeça dos bem-aventurados,
Ferida aberta que escancara a alma,
A coragem de correr pelo absoluto.

O tempo é mácula,
O escárnio que constrange.

O tempo fere...
e cura...
há tempos...
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quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

O FUTURO

O FUTURO

(08/10/2019)


O futuro é uma navalha
apontada para sua cabeça
o escárnio do tempo 
que lhe condena em tempo oportuno
a candura da verdade que estapeia sua face

O futuro não perdoa por seus erros
ele achincalha por seus lapsos
O futuro nunca sofre de amnésia
a catalepsia do passado, o futuro condena
seu flagelo, um dia chega

Arrastam-se as correntes das suas culpas
o remorso é o inferno consciente
A cada passo de encontro ao seu destino
não há linha, sequer de pensamento

O futuro é fogo, centelha que facilmente incendeia
A espera oportuna transcendente,
que apazigua ou contesta
súbita panaceia, pragmático insurrecto

O futuro se disfarça de “nunca chega”
e a cada dia te castiga, te humilha, te chateia

O futuro é amor ou ódio condigno
resignado ao passado, porém resoluto
um passo no vazio, a cada passo

O Futuro é tão somente...
uma Resposta eloquente.

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domingo, 29 de novembro de 2020

A ARTE E O PRODUTO

A ARTE E O PRODUTO


Os melhores nunca estão e nunca estarão em destaque nas grandes prateleiras da cultura universal... A não ser que estejam à venda. E a arte feita para estar à venda não é arte, é produto.

Muitos dos grandes morrem e morrerão no mais completo anonimato.

A arte é alma exposta...

A arte não é matéria-prima dialetalmente e sistematicamente manipulada para agradar.

Augusto dos Anjos foi ignorado e morreu no anonimato. Muitos não sabem quem é Robert Fulghum ou quem foi Vladimir Voinovich... e tantos outros, ainda mais esquecidos... por certo, nunca saberão...

E é assim... A arte desvirtua... A vida perde. 

E assim é na literatura, na música e em tudo, em todo o resto... Aquilo que está muito exposto, geralmente não é arte... É produto.

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quinta-feira, 12 de novembro de 2020

A DISTOPIA DA “REDE”

 A DISTOPIA DA “REDE”


Grandes espíritos sempre encontraram violenta oposição de mentes medíocres” (Albert Einstein).

Quando começamos a ter acesso à internet, lá pelos anos 80 ou 90, pensei que o mundo evoluiria muito rápido, quase uma utopia tecnológica, que hoje vemos… “deu ruim!”.

As pessoas ainda não se deram conta de que mesmo a mentira (“fake news”) mais “inocente”, sendo disseminada pela “rede”, causa sérios problemas para a humanidade. Primeiro, temos que ter a clara convicção de que não há mentira inocente. Toda mentira confunde, gera um raciocínio equivocado sobre outros temas (relacionados ou não) e abre as portas para a “doutrinação”. É como a música… Há uns dias falava com alguém sobre esta questão… A música tem um alto poder de “fixação psíquica”… e nunca tivemos uma qualidade tão ruim, com letras tão vazias e às avessas do que deveria ser a cultura popular… O mundo está imbecilizando… é triste, mas é real. E não se enganem, não há nada de “inocente” na música. Esta é o maior mecanismo de manipulação psíquica do mundo. Tanto que sabemos ser muito usada nas escolinhas, no processo de alfabetização e aprendizado. A música fixa uma ideia em sua mente, muitas vezes de forma definitiva e irretocável.

Temos que estar atentos para não sermos manipulados. Todo esse lixo que nos empurram como sendo a verdadeira cultura popular, é a mais pura manipulação da psique humana.

Através da “mente fraca”, isenta de uma maior capacidade de discernimento, vende-se o que quer, convence e manipula quem quiser.

Raros estão alheios a isto. A maioria do povo, em todo o mundo, está entregue à maré manipulativa, totalmente ou parcialmente. Alguns seguem feitos zumbis, seguindo a tudo que é “moda”; outros, parcialmente, seguem algumas tendências, que afaga seu ego…

É difícil encontrar a verdadeira felicidade em meio a tanta estupidez.

A felicidade em pessoas inteligentes é das coisas mais raras que eu conheço”, disse Hemingway.

Pensar excessivamente é uma das desvantagens mais difíceis de gerenciar em uma sociedade alienada. E não há perspectivas de melhora; tudo tende a piorar. Pareço pessimista, mas não há – infelizmente – nenhuma expectativa científica para sairmos tão facilmente deste círculo vicioso, onde a “mentirinha inocente” abre as portas às grandes mentiras.

Estamos aprisionados à evolução tecnológica.

Quando assistíamos àqueles filmes de ficção científica, em que as máquinas dominavam e escravizavam a raça humana, aparentemente tão longe de nossa realidade, jamais imaginaríamos que seria assim, tão “simples” e imperceptível.

Ando cansado de desmentir informações falsas em redes sociais e mesmo em conversas no dia a dia. As pessoas, em geral, não têm mais a menor capacidade cognitiva para diferenciar possíveis verdades de verdadeiras mentiras, mesmo sendo tão escancaradas e óbvias.

James Fynn, em 1982, ao apresentar sua teoria sobre o avanço do nível de quociente de inteligência, dos filhos sobre seus pais, jamais poderia ter previsto uma reversão tão grande, em tão pouco tempo.

O risco dessa submissão inconsciente é a entrega ao erro.

A maioria das pessoas não gosta de ter suas crenças ignoradas, confrontadas, ou que se prove o erro de seu raciocínio ou escolha. É surpreendente a rapidez com que as pessoas levam as coisas para o lado pessoal e tornam uma simples conversa, uma disputa de egos.

Ando desanimado com a raça humana…

A que ponto chegamos (???)…

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domingo, 8 de novembro de 2020

VEJO PAIXÃO E NÃO RAZÃO

VEJO PAIXÃO E NÃO RAZÃO


Lamento, mas seus ideais estão andando em círculo... no limbo da razão...

Isso não tem muito a ver com votar… tem a ver com questões éticas, morais, com a percepção de um erro que não fora definido nas urnas, principalmente em um segundo turno, no dia em que tivera que tomar uma decisão entre A ou B...

A candidatura deste vermezinho inapto que nos preside teve início muito antes (não, eu não respeito a quem não respeita a mim e a meu próximo)... lá por volta de 2015, no início do processo de impeachment... Ali começou essa psicose que vemos hoje... ali começou essa balbúrdia, digna de torcida de futebol, um verdadeiro hooliganismo... diga-se de passagem, de bem pouca circunspecção... ou de nenhuma sensatez...

Levado a ritmo de brincadeira – coisa inaceitável no âmbito político, onde uma brincadeirinha, aparentemente infantil, pode trazer-nos sérias consequências... que é o que vemos hoje, pois, com quase certeza, teremos 16 anos deste achatamento da cultura brasileira, 16 anos de desprezo popular – esta panaceia vergonhosa colocou o país na chafurda política mundial.

Votar é obrigatório, uma escolha que – sob pressão – temos que tomar... (ou não! Mas não vem, agora, ao caso...) Proteger o indefensável é estupidez.

E não, não estou “torcendo contra”... somente enxergo esta ululante obviedade, tão às claras, esfregada na cara, fedorenta feito merda de cachorro pisada na calçada. Assim como, de outro lado, enxergo essa doentia paixão, a psicose, digna de “mulher de bandido”, que o protege, mesmo após vários e seguidos hematomas.

“Votar é um dever cívico” – apesar d'eu discordar plenamente, mas se é obrigatório... –... mas votar é uma escolha a ser feita; muitas vezes, sob pressão e influência de diversos meios... e, sim, você pode ser enganado... todos – de uma certa forma – podem ser enganados... não deve haver vergonha nisto... vergonha deve-se ter da idolatria.

Certa vez, escrevi um certo trocadilho, uma adnominação oportuna, que Política era a “Lise do Povo”... cada vez mais, convenço-me disto ser verdade...

Votar pode até ser um ato social-participativo... mas pode ser um desastre social, também...

Você pode votar em quem quiser... não precisa dar satisfação a ninguém... afinal, o voto é individual e secreto... mas não é por isso, que precise adotar o político e levar todos os seus problemas (os dele!) para a sua vida (a sua!)... da mesma forma, não precisa colocar-se a sua frente, feito escudo, a fim de justificar um erro de escolha...

Vá às urnas e vote, anule, ou abstenha-se... esta é uma escolha que não diz respeito a mais ninguém... e somente julga, o “teleguiado”, o alheado, o mesmo que acredita em tantas mentiras, que fez das Fake News sua verdade absoluta; o mesmo que concorda com tudo dito pelo Dr. Enéas, menos quando ele disse que anularia o voto (ou votaria em branco), sempre que discordasse de ambos os lados; o mesmo que acredita que quem não vota não tem direitos, não pode exigir... Meu amigo, este é de total inépcia, caso perdido. Eu posso anular meu voto, posso abster-me, e continuarei com todos os meus direitos... e posso exigir, criticar, cobrar... nada muda... o resto são preceitos ideológicos de dominação, uma total subjugação de sua real essência.

Portanto, isso não tem nada a ver com ter votado em... tem a ver com moral, caráter, com ética e respeito... portanto, deixe de ser manipulado e sente-se ao lado do povo. Este deve ser o seu lado... o outro, é de A ou de B... ou de A e B... ou de algo maior que controla tanto A, como B... e não merecem seu suor, seu sangue ou suas lágrimas.

É só minha opinião... Mas acredito ser o mais sensato...

Vejo de tudo, vejo paixão cega e doentia...

Vejo disputa despropositada...

Vejo disparate... e não razão.

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AH, VAN TOMAR...

AH, VAN TOMAR...


Fico atônito, e ao mesmo tempo consternado, em como ainda conseguem dar voz a este sujeito criminoso e um total caricato de sua própria imbecilidade... 

A cada vez que o vejo, sob o aludido do manto patriótico, tão falso quanto a figura emblemática de sua cortina de falcatruas, insistentemente chamada de "uma grande empresa", percebo que o caminho a que esse falso moralismo, esse falso desígnio de governança, está nos levando, nada mais é que o fundo de um poço socioeconômico e cultural...

... o recôndito de uma verdade que não demora vir à tona.

Colocaram os vilões sentados na "Liga da Justiça"  e aplaudem o massacre...



 "Só o tempo é patrono da verdade"

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quarta-feira, 28 de outubro de 2020

VENENO LENTO

VENENO LENTO


A Poesia é leira
As sementes, à escolha
que cada um semeia

Concretas palavras
alicerce de tudo e nada
É o peso de papel da mente
e o vento que levanta poeira

A Poesia maltrata
açoita, atormenta
inquieta...
e rasga!

A poesia é ferro quente
o leite derramado
um retrato antigo
Uma clareira aberta
no meio da mata

A poesia é a espada
que atravessa o seu peito
Teia de aranha
que enrosca em seu cabelo
Hipermídia cega
Hipérbato efêmero

Poesia é um tapa na sua cara
Rio de lavas que ameaça
Por vezes, funda
as vezes, rasa

A Poesia é transe
Catarse que alenta, alimenta
As rosas lançadas pelo chão
É sangue, é ouro... o estopim...
desassossego que medeia

A Poesia acalma ou alerta
sentencia, enfurece, incendeia
agride, incita ou desperta

A Poesia é gênese pura
concebe a fúria, acinética
gesta eloquência, muda
nascença que eletriza, métrica

Lascívia da falsa moral
semântica absurda
catatonia dos preceitos
preconceitos desalinhados

Não é o bem... sequer o mal
e não se deixa dominar
A Poesia é o elixir para almas perdidas
frases que gritam
e não permitem olvidar

A Poesia é queda livre
a flechada que infringe...
um revide!
Veneno Lento
que à consciência
não agride...




segunda-feira, 26 de outubro de 2020

POEIRA NOS OLHOS

POEIRA NOS OLHOS

Há muito tempo
não olho para o céu...
As verdades não estão dispersas pelo ar
Os enganos, estes sim,
feito poeira, propalam...
Batem sempre em sua cara
por vezes, cegam-lhe os olhos

Endrôminas, dissimuladamente,
fustigam o consciente,
açoitam com afinco,
feito farpa em sua mente

As verdades são voláteis
As mentiras, densas
As verdades incomodam...
rudes, ferem
As mentiras... alimentam

Há muito tempo
não olho para o céu...
As verdades...
elas mentem para mim...



domingo, 25 de outubro de 2020

OS SEGUIDORES DE ONDAS / O EPISTÊMICO E A PANDEMIA PSICÓTICA


O EPISTÊMICO E A PANDEMIA PSICÓTICA


O ser humano – diferente dos demais seres da Terra – por muitas vezes é levado a acreditar em algo que sequer consegue entender realmente...

Por este motivo, muitas vezes – na vida – cruzamos com pessoas que acreditam estar seguindo um caminho por vontade própria, segundo suas convicções e particularidades, quando, no entanto, "seguem uma onda", imitando inconscientemente a vontade, os hábitos e costumes, o estilo de vida e a personalidade de outros...

Por isso nos decepcionamos muito, com muitos.

Por isso é tão efêmera, e ao mesmo tempo resiliente, a cultura de um povo.

O que chamamos de evolução cultural é uma transgressão da essência da natureza humana.

Não são poucos os volúveis de personalidade...

Por isso sempre encontramos no passado a quintessência da cultura que vivemos...

Sempre vamos encontrar decepção nas pessoas tão atreladas à moda e volúvel em sua essência... nas que vivem arraigadas a um momento, resignados pela futilidade de estar em voga.

Estes – com os quais nos decepcionamos – são os Seguidores de Ondas.

Saia dessa psicose, livre-se dessa espécie de ecopraxia... essa subserviência pueril...

Siga o seu caminho, acredite piamente nos seus projetos...

Cada um de nós estará verdadeiramente certo, quando realmente estiver dentro de seu verdadeiro caminho...


...



quinta-feira, 17 de setembro de 2020

VERSUS VERSOS


VERSUS VERSOS


A poesia é poeira que irrita os olhos
um sussurro suave
ou um grito em seus ouvidos

A poesia é sangue e farpas
a verdade escancarada
ou angústia que não passa

A poesia é quimera, devaneio
o externar de um desterro
ou negação à vaidade

A poesia é afago que acalenta
o arrimo que encoraja
ou um tapa na sua cara

A poesia pune
achaca e desnorteia
... o percalço dos estultos

A poesia regozija
afervora e instiga
... o âmago dos lúcidos

A poesia é anarquista
laicidade incorruptível
impassível e comedida
... ou não...

A poesia paira...

é consciência pura
e só...

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