Ah, Palavras!
Ando preocupado...
Ainda nem morri... mas minha mente anda jogada no Malebolge... rapaz, quanto peso nas palavras que me saem...
Vou ali ler "O Livro dos Abraços", de Galeano, antes que as cinzas me cubram... há! há! há!
Na verdade, não calculo o peso das palavras... Pesa-as quem as recebe... E fere, assusta, entristece... repele.
Falo flores e são ouvidas pedras...
As pessoas complicam.
Palavras são nada mais que palavras...
As letras não tem peso ou medida, não tem cor e não são quentes ou gélidas, não tem arestas, sequer pontas que nos ferem...
Palavra é combustível que queima em sua mente, que alimenta o entendimento à sua maneira... posso dizer-lhe palavras sutis e ofendê-lo, um elogio e magoá-lo, ou palavras rudes e tirar-lhe risos...
As palavras não têm peso... Sua mente, sim, designa-lhes o peso, teor... e até mesmo - e infelizmente - o significado que lhe convir...
Palavra é ácido na mente dos desatinados.
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"De lá seguiu o poeta..." Depois que escrevemos não temos mais controle nenhum sobre o texto, uma incógnita e ao mesmo tempo uma maravilha para ser apreciada e degustada até centenas de anos depois, um vinho bem guardado na adega do tempo.
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