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domingo, 30 de maio de 2021

OS “ALIMENTOS ALCALINOS”, O SANGUE E A COVID-19

 

Os “Alimentos Alcalinos”, o Sangue e a Covid-19


(Texto publicado no Jornal Folha do Sudoeste, em 27/05/21) ...

Novamente, vejo necessário voltarmos a falar da Pandemia. Infelizmente, a maciça veiculação de desinformações e mentiras coloca a saúde humana – e também dos animais – em risco. Já ouvi gente atribuindo, a essas falsas teorias, possíveis benefícios, também, aos nossos animais de companhia. Tudo falso, ilusório e carente de um mínimo de lógica e bom senso.

Há muito, circulam nas redes sociais, publicações equivocadas, enganosas e até – muitas vezes – criminosas (pois coloca a saúde de muitos em risco), envolvendo curas milagrosas ou prevenções infalíveis para a Covid-19.

Desta vez, as postagens apontando determinados alimentos e suas influências no pH sanguíneo e no combate a algumas doenças, em especial Covid-19, ganharam destaque.

São mensagens absurdas, com erros grosseiros do ponto de vista básico de química, biologia... enfim, de conhecimento tão básico que sequer compreendo como muitos possam ter acreditado. Por exemplo, alegar que limão é alcalino. Alcalino? Sério? Limão é uma fruta cítrica, tão ácido – e todos sabem – que chega a retrair a gengiva.

Recebi postagens, deste tipo, de amigos formados em diversas áreas, até médicos e veterinários. E o pior, alguns fazem parte das pessoas que tentam, a todo custo, desmoralizar o sistema de ensino atual. Mas, lamentavelmente, estas pessoas estudaram nos anos 70 e 80, em pleno Regime Militar, onde, segundo os mesmos, o ensino era muito superior em qualidade. Só questiono uma coisa: “era tão superior, tão bom, e me passam uma dessas? Isso é o básico! Coisa do ensino médio! É lamentável... uma vergonha!”. Tivemos, sim, excelentes professores... assim como, hoje, também os temos. E isso deixa claro que o problema nunca fora o sistema de ensino, o problema reside, em parte, no aluno.

Em uma destas postagens absurdas, lia-se uma relação de alimentos que seriam capazes de “alcalinizar o sangue e matar o vírus da Covid-19”, inclusive sob alegação de que este – o vírus! – seria de pH ácido. Isso, obviamente, chega a ser ridículo, tamanha a carga de mentiras em uma única postagem que, logo de início, vinha com o título: “Conselhos dos hospitais para isolamento”, e seguia com diversas informações imprecisas, típico das “fake news”, até chegar ao ápice de conferir ao vírus um pH (alegado ser ácido) que variaria de 5,5 a 8,5 (pH 8,5 é ácido?); difícil imaginar como seria isto.

A sandice continua em uma total confusão e distorção em relação aos parâmetros de pH.

Certo, tudo bem... entender, realmente, o que seja pH, não é assim tão fácil... tem toda aquela história de hidrônio e hidroxila, dissociação iônica, ânions e cátions... é difícil! Mas quem passou pelo ensino médio tem a obrigação de saber... ao menos, ter uma noção do que é acido ou o que possa ser básico (alcalino). Mas... não é o que parece.

A referida postagem alega, baseado nessa falsa relação de pH do vírus, que deveríamos ingerir alimentos “alcalinos” a fim de alterar o pH corpóreo ou sanguíneo e, desta forma, impedir a replicação viral.

Eu juro... nem sei por onde começar, tamanho disparate.

Só a fim de esclarecimento, trataremos aqui, as substâncias de pH acima de 7,0 como “básicas”, que é o termo, tecnicamente, correto. O termo “alcalino”, apesar de aceito, tem gerado confusões perigosas, já que confunde o entendimento entre pH, Alcalinidade e Dureza Carbonatada (KH), que, inclusive, tem levado muitos a tomarem água com pH acima de 8,0... uma bobagem; mas já é outra história...

Bom... o texto – da referida postagem – começa citando alguns alimentos que – segundo sua ciência, possivelmente de outro planeta, tamanha a discrepância – teriam o pH “alcalino” (básico). Cita o limão, como se tivesse pH de 8,2 a 9,9; o abacate, com seus absurdos 15,6; o alho, com 13,2; a manga , 8,7; o abacaxi, como tendo pH de 12,7; a laranja, com 9,2; e o agrião, com seu, paradoxalmente, impossível pH de 22,7.

Pois bem... quem passou pelo ensino médio ou por uma faculdade (o que é mais absurdo), tem a obrigação de perceber que estas informações são grosseiramente mentirosas.

E o absurdo é tanto que basta sabermos que o Hidróxido de Sódio, que conhecemos como Soda Cáustica, tem pH de 13,5.

O pH – Potencial Hidrogeniônico – indica a acidez, neutralidade ou basicidade de um meio. Segue uma escala que varia de 0 a 14, sendo 7 a representação de uma solução neutra; abaixo deste, indica uma solução ácida e os valores acima, uma solução básica.

O limão, ao contrário do que diz a referida postagem, é de pH muito ácido (2,0 a 2,8), como também é ácido o abacate (6,2 a 6,5), o alho (5,8), a manga (3,4 a 4,8), o abacaxi (3,2 a 4,0), a laranja (3,7 a 4,4) e, também, o agrião. Outro detalhe importante, e que poucos perceberam nesta postagem mentirosa, é o fato de que a faixa de pH vai de 0 a 14. O pH pode até fugir dessa escala e passar – em situações muito específicas – o valor de 14, mas atingir um valor de 22,7 (que foi o pH atribuído ao agrião) é algo, quimicamente, impossível.

Alegar que a ingestão de determinados alimentos possa, indubitavelmente, interferir no pH sanguíneo ou corpóreo é de uma total falta de conhecimento básico da fisiologia ou da bioquímica e metabolismo orgânico.

Ao ingerir um determinado alimento, este começa, ainda na boca, com o processo de mastigação, salivação e deglutição, a sofrer transformações para que, no processo digestivo, possamos assimilar e aproveitar a maior parte de seus nutrientes. Sendo assim, ao passar pelo sistema digestório, os alimentos são metabolizados e passam por diversas transformações até seus nutrientes serem destinados a locais específicos. Não há um alimento que passe por este processo, inalterado, de forma a causar qualquer alteração a nível sanguíneo.

Nosso sangue tem um pH de 7,34 a 7,44 e sua manutenção é garantida por diversos mecanismos fisiológicos. Se fosse possível, podemos dizer que, alterar o pH sanguíneo, causaria um verdadeiro desastre metabólico com sérios prejuízos à saúde e à vida.

Existe, dentro do processo digestivo, a formação residual chamada de “cinzas”, do qual podem resultar frações denominadas alcalinógenas ou acidógenas, no entanto, mesmo em se tratando de resultantes básicos ou ácidos, por si só, não interferem diretamente no pH sanguíneo ou corpóreo.

Outra informação mentirosa, que vem surgindo de tempo em tempo, diz respeito a intolerância do Sars-CoV-2 a altas temperaturas. Algumas postagens – inclusive veiculadas por médicos – sugerem que o vírus morreria em temperaturas superiores a 26 ºC. É algo tão absurdamente tolo que bastaria perceber que a temperatura normal de nosso corpo é de 36,6 a 37,0 ºC, ou seja, dentro desta teoria absurda, jamais seríamos infectados. Enfim, estudos comprovam que o vírus Sars-CoV-2 (Covid-19) pode suportar temperatura de 50 a 60 °C.

Sei que é difícil saber em quem acreditar quando vemos médicos e outros profissionais de saúde compartilhando e disseminando mentiras, mas é fácil identificar mentiras, quando sabemos o básico. Obviamente, ninguém é obrigado a saber tudo, mas a um médico, a um veterinário ou a um biólogo ou outro profissional de saúde, faz-se necessário entender o mínimo sobre pH e é inadmissível que digam bobagens absurdas acerca da fisiologia humana ou de uma doença viral.

Ah... mas podem comer, normalmente, as frutas, verduras e demais alimentos citados... pelo menos, isso é realmente bom, só não vai alterar o pH de sangue e muito menos “matar” o vírus.

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terça-feira, 25 de maio de 2021

A SAUDADE SERÁ O SEU INFERNO


A SAUDADE SERÁ O SEU INFERNO


Sinto imensamente, meu amigo...

Estamos perdendo conhecidos, colegas, amigos e parentes... e, a muitos, parece que o mundo parou em uma estática doentia em que a razão perdera a razão...

É lastimável que esta doença viral tão invasiva tivera coincidência cronológica com essa psicose ainda mais danosa ao país...

Muitos enxergam médicos como deuses, políticos como anjos que vieram pra nos salvar e padres e pastores, como um elo de ligação divina... 

Vejo pessoas divulgando laboratórios farmacêuticos, como se fosse a grande salvação.

Vejo fanatismo irremediável ao saírem pela tangente a cada nova decepção àquilo ou àqueles que defendem ou defendiam fervorosamente.

Vejo fé demais àqueles que dizem servir ao divino e quase nula quando o real divino se faz presente. Divina é a natureza que destruímos... divino é o povo humilhado... divino é o pescoço a que você sempre pisa.

É uma grande bobagem o que estamos vivenciando! Essa imbecilidade política não vai salvar-nos... nem essas miracle drugs ou seus pseudo-protocolos de tratamento precoce... talvez, nem as vacinas, se a gente não se cuidar.

E a fé... esta pode acalentar... e poderia, de repente, até nos salvar, se real e verdadeira, realmente fosse. A fé por medo, a fé por engano, a fé por ignorância ou a fé por desespero, nunca nos salvará de nada!

A pandemia é real... há muitas covas abertas em tão pouco tempo...

O tempo passa rápido e a dor deixa seus rastros...

Vai passar?

Vai! Tudo passa!

A dor passa, o sofrimento passa... e a virose também terá seu tempo...

Mas a saudade, meu amigo, ao contrário da vida... é eterna...

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noite


quinta-feira, 18 de março de 2021

OS COVARDES CULPAM OS MORTOS

(Texto publicado no Jornal Folha do Sudoeste, em 02/04/21) ...

(Quem tem Pet, tem vida...
Vez por outra, uso desta coluna – destinada às informações sobre animais – para trazer informações relevantes sobre saúde pública, política... ou, simplesmente, demonstrar minha angústia ou insatisfação com o momento em que vivemos... e, mais uma vez, assim o faço...
Estamos sendo inundados de mentiras! Prestes a sermos assolados, por completo, por interesses de outros... subjugados por sermos, completamente, pacatos... e não podemos, simplesmente, viver assim...)

Os covardes culpam os mortos


"Que tá uma bosta, tá uma bosta... e põe bosta nisso!" Mas de quem é a culpa?

Acostumamo-nos a transferir as culpas... e erramos... quase sempre...

Na verdade, não culpo governo algum, de esfera alguma... alguém pode até incentivar, induzir ou influenciar um certo grupo de pessoas... e até enganar! Mas somos nós que decidimos! Portanto, não podemos, por mais fácil e confortável que seja, simplesmente redimirmo-nos da culpa e repassá-la a outros.

Culpados somos nós, o povo... que menospreza a doença, que não se cuida e não se importa, realmente, com o próximo. Que pensa que Cloroquina ou Ivermectina, ou qualquer outra droga da moda, vai salvar-nos de cair em um leito de hospital; que acha que é tudo frescura e que máscara é totalmente inútil. Que cisma que um está contra o outro, quando na verdade ninguém sabe que rumo tomar (decidir, nestes casos, não é nada fácil... criticar, sim... e é inútil!)...

Culpados somos nós que olhamos apenas para nosso umbigo e desdenhamos as necessidades do próximo.

Culpados somos nós que, mesmo com todos os sintomas, saímos às ruas, porque nosso teste apresentou resultado "Não Detectado", que pra nós, que não temos a mínima noção de interpretação, é o mesmo que "Negativo". E não é! “Não detectado” só significa que não encontraram; não diz que você não tem e muito menos diz que você pode sair por aí, colocando a vida de outros em risco!

Culpados somos nós que, apenas dez dias após o início de sintomas, suspeitos da doença, fomos à praia e lotamos bares e lanchonetes... que não respeitamos a distância mínima entre pessoas, em uma fila; que entramos em um supermercado, com a família toda, como se fosse um passeio de fim de semana...

Culpados somos nós que acreditamos em todas as mentiras absurdas e as veiculamos, mesmo quando já até sabíamos que eram mentiras...

Culpados somos nós... porque deixamos de pensar... deixamo-nos à mercê da vontade de terceiros...

Culpados somos nós que não lemos uma só palavra, além do enunciado de um artigo, ou que crucificamos um ou outro meio ou canal de comunicação ou mídia jornalística... uma rede de televisão ou jornal qualquer... sem pensar! Somente porque um grupo de pessoas, que sequer conhecemos ou sabemos de seus princípios e anseios, gritou em meio ao povo o velho "libertem Barrabás!" ou "crucifiquem Jesus!"...

Culpados somos nós, que estamos sempre à espera de um milagre... de uma cura fácil...

Deixamo-nos enganar e aplaudimos! E de pé! E carregamos nosso verdadeiro inimigo nas costas, iludidos pela espera ou pela chegada de um salvador, de um novo Messias...

A redenção não vem de graça! Não podemos ficar nessa inércia, frente às chamas, e esperar pela chegada de alguém que vá trazer um balde d'água milagroso! É piegas... ingênuo!

É, verdadeiramente, ridículo!

Queremos achar um culpado pra tudo!

Os culpados?

Somos nós...


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Culpado


terça-feira, 9 de março de 2021

INTOXIQUE-SE


Intoxique-se

Olha, na boa... cada um ingere o que bem entender. Simplesmente faço minha parte, na tentativa de alertar, ao menos os amigos, sobre os riscos que nos trazem certas drogas...

Crescemos ouvindo: "a diferença entre remédio e veneno é só a dose"... e eu digo mais: a diferença entre remédio e veneno está na relação entre "fazer-nos o bem e trazer-nos o mal"... E isso não é de hoje pra agora... alguns anos nos esperam...

Mas... sei lá... de um tempo pra cá, perdeu-se a lógica, perdeu-se a consciência, até... 

Cansei, de verdade...

Tá, tudo bem... cada um acredita no que quer... e, por fim, por mim, tudo certo, afinal a intoxicação de cada um é livre, pessoal e intransferível.

Cloroquine-se...

Ivermectine-se...

Nitazoxanide-se...

E.. F#&@-se!

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Fanatismo


sábado, 6 de fevereiro de 2021

PREFIERO OLVIDAR

"Después de lo que he vivido, prefiero olvidar".


Na vida, cumpro meu papel... tento pesquisar e alertar as pessoas...

Infelizmente, poucos prestam atenção... 

Mas fazer o que, não é?

Assim é o ser humano.

E quem seria eu, afinal?

Por fim... 

A intoxicação de cada um é livre, pessoal e intransferível...

Portanto...

Fiquem à vontade.

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quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

VITAMINA D

"Concordo plenamente no fato de que melhorar a resposta imune possa minimizar os efeitos causados por qualquer infecção ou doença que seja, até mesmo a Covid-19... 

Mas temos que estar atentos em meio a tantas mentiras e desinformações ou informações imprecisas e/ou distorcidas que invadem, a todo momento, as mídias ou redes sociais... 

Não podemos fazer papel de lixo no mar e deixarmos as ondas nos jogarem para o lado que quiserem... 

Não podemos ser submissos ou viver na inconsciência subjugada.

A vitamina D é, obviamente, muito importante; mas precisamos suplementá-la? E até que ponto isso é realmente benéfico? 

Posso responder que, baseado na vida moderna, muitos precisam - sim - suplementá-la, mas para isto, um acompanhamento técnico é necessário e muito importante. Agora, ser benéfico ou não, podemos usar da máxima: "a diferença entre remédio e veneno... é só a dose".

Recebi e vi muitas postagens incentivando - assim como ocorreu com outras substâncias - o uso de vit D como sendo um “poderoso antídoto”, uma arma contra a Covid-19... Por este motivo, dediquei algumas horas (várias, na verdade) para pesquisar de onde vinham estas ideias e qual o nível de verdade e o fundamento disso tudo... 

É lamentável, pois vi vídeos de médicos - alguns, até bem reconhecidos - falando sobre o assunto, sobre uma determinada pesquisa, e incentivando o uso indiscriminado. 

E, novamente... e infelizmente... mais uma enxurrada de Fake News..."
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(Texto posteriormente publicado no Jornal Folha do Sudoeste
- Coluna Pet, na edição de 06 de fevereiro de 2021)
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VITAMINA D:
Qual a verdade de seu benefício no controle de infecções?


Vivemos a era das Fake News... esta terminologia “nova” não tem nada de novo; no entanto, a tecnologia de informação, a rapidez das veiculações, faz destas uma grande arma de controle e subjugação do povo.

O aforismo de que o jornalismo tradicional – e até mesmo a ciência – estaria “contra o povo” é mecanismo de subjugação popular já há muito conhecido. Que as grandes redes atendem aos seus e aos interesses de seus patrocinadores ou parceiros, não é novidade alguma; mas daí a dizer que “mentem descaradamente” ou “atacam x ou y” ou que “não deixam o presidente governar”, já é uma grande falácia, típica de sistemas ditatoriais... Estaríamos, nós, presenciando – inconscientes e submissos – um novo Sistema de Absolutismo, uma nova forma de ditadura? Só o tempo dirá...

Circulam, na internet, dezenas de textos, áudios e vídeos – inclusive, partindo de médicos e outros profissionais ligados à saúde, assim como houve com outras substâncias – afirmando que a Vitamina D (Vit D) seria um “poderoso antídoto”, uma arma contra a Covid-19 e outras viroses, alegando que “a chance de morrer pelo novo Coronavírus, para quem tem altos níveis da vitamina D, é praticamente zero”. Isto é um desserviço, uma perfídia à saúde pública. Muitos equívocos e falhas de interpretação, falta de pesquisas mais aprofundadas ou de maior amplitude de dados, levam a erros factuais, muito comuns na ciência. Parece uma incongruência, no entanto, há muito disso no meio científico, onde uma descoberta ou teoria passa a ser preceito de base para outros trabalhos, fato pelo qual muitas descobertas científicas surgem do acaso ou decorrentes de resultados imprevistos ou inesperados de outras pesquisas.

Vitamina D (25OHD) é um pró-hormônio que atua como importante regulador do metabolismo ósseo. É produzida pelos rins e controla a concentração de cálcio no sangue. Pesquisas sugerem sua relação metabólica com diversas reações orgânicas, muitas delas relacionadas ao sistema imunológico. No entanto, até o momento não é possível comprovar a relação causa e efeito. Resultados satisfatórios, obtidos em centros de pesquisas, são parâmetros “in vitro” ou “suposições”, conjecturas resultantes de metanálises, muitas destas, frágeis em embasamento ou variabilidade de dados.

Durante a pandemia, muitas pesquisas se voltaram para o questionamento da viabilidade e funcionalidade do uso de altas doses de Vit D para o controle das infecções ou inflamações causadas pelo Coronavírus (Sars-Cov-2) e se haveria alguma relação entre a gravidade da Covid-19 e os níveis séricos desta vitamina em “pacientes hospitalizados”.

Um estudo publicado no The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism (JCEM – Oxford University) foi amplamente divulgado na internet; no entanto, trata-se de um estudo retrospectivo de caso-controle, ou seja, são dados coletados de pacientes já hospitalizados e não se sabe exatamente o que se tinha antes: quais os níveis séricos desta vitamina e quais as reais relações que levaram ou não ao quadro destes pacientes.

Os dados apresentados neste trabalho devem ser avaliados com cautela, já que a relação da Vit D em quadros inflamatórios podem resultar de duas hipóteses; uma de que a inflamação reduz a concentração de Vit D, e outra de que, ao contrário, o aumento do nível de Vit D reduz o processo inflamatório. E nada, até então, foi comprovado.

O próprio trabalho em questão deixa bem claro (algo propositadamente ignorado pelos médicos que difundiram a ideia do uso desta vitamina) que não encontraram “nenhuma relação entre as concentrações de Vitamina D ou deficiência de vitamina e a gravidade da doença”.

Várias limitações fragilizam os resultados deste trabalho. Não que seja uma pesquisa pouco importante, pois abre portas para novos trabalhos, mas a começar pelo fato de ser um estudo observacional, que não permite estabelecer se a Vit D é um biomarcador de exposição ou de efeito sobre a doença. Além disso, a pesquisa foi realizada em um único centro de saúde espanhol e os dados não podem ser generalizados.

Este estudo não esclarece a relação real da deficiência da Vit D com a questão inflamatória, até porque a coleta dos níveis séricos desta vitamina foi feita quando o paciente já estava em pleno estado inflamatório, não tendo sido disponibilizada a vitamina D basal, anterior ao quadro; e mostra também que as concentrações em pacientes com Covid-19 que estavam suplementando Vit D foi menor do que o esperado, apoiando seu comportamento como um reagente de fase aguda negativo (aquele em que a inflamação reduz sua concentração). Outro detalhe importante que fragiliza as informações deste trabalho é o fato de que o número de pacientes que tomavam suplementos de Vit D é muito pequeno para tirar conclusões sólidas para a evolução dos casos clínicos; foram apenas 19 pacientes.

O consumo indiscriminado de Vit D que leve ao excesso a nível sérico (vale lembrar que, em suplementos farmacêuticos, trata-se de uma substância sintética), pode causar sérios problemas de saúde, dentre eles: aumento de reabsorção óssea, altos níveis de cálcio no sangue (hipercalcemia), insuficiência renal, crises convulsivas e – por mais improvável que possa parecer – levar à morte.

Nunca podemos confundir ações de substâncias naturais, no metabolismo, com a ação de substâncias sintéticas. Não é a a mesma coisa!

A produção natural de Vit D pelo organismo se dá pela ativação a partir da exposição ao Sol (raios ultravioletas do Tipo B – UVB). Um dos riscos da suplementação artificial é que a Vit D não é eliminada pelo corpo, quando em excesso. É uma substância lipossolúvel e, por este motivo, acumula-se no organismo, podendo chegar a níveis críticos e altamente perigosos. Portanto, muito cuidado com as mensagens que recebe em seu smartphone... E nunca repasse informações, sem antes checá-las.

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terça-feira, 21 de julho de 2020

BRASIL, A LIXEIRA DO MUNDO


Brasil, A Lixeira do Mundo

Um Laboratório de renome fabrica toneladas de uma droga, na esperança de lucros milionários...

Surge um problema... pesquisas comprovam a ineficácia frente à doença "alvo"...

Vários países, quase uma totalidade, incluindo o pais onde encontra-se o laboratório e seus vários milhares de comprimidos "inúteis", cancelam os protocolos de tratamento que recomendavam a referida droga...

A questão principal aponta para um sério problema: "tem validade, mais cedo ou mais tarde precisaremos descartá-los"... o problema real é: "jogar fora", neste caso, geraria um custo considerável...

Procura-se por uma solução que gere menor prejuízo...

"Opa!!! Temos os brasileiros!" ... "centenas de milhares deles são maria-vai-com-as-outras e adoram tudo que vá cuspido dos Estados Unidos"...

"Doaremos aos brasileiros, passaremos por benfeitores e nos livraremos do lixo, a custo zero... os trouxas vêm buscar..."

O Brasil (ops... Brazil! 👍) vê-se inundado, pelas redes sociais, de exaltações e orgasmos paranoicos... "óh, grande Deus C18H26ClN3!!! Salvai-nos de todo mal!"

A droga (lê-se porcaria, mesmo 😆) chega - meio que... - "à granel". Isso!!! Isso mesmo... teremos que manipulá-la em ambiente controlado, com acompanhamento técnico... e isto gerará um custo considerável aos Estados (👍 sim!!! Os carpinchos do governo federal designaram aos estados esta infeliz, infrutífera, onerosa, imbecil e vergonhosa tarefa... fracionar e embalar os comprimidos... alguns $$$ milhões ao lixo!)

Presentão de grego, não?

Mas... tem mais!!!

1) O laboratório produtor e doador do "lixo" não possui registro para a droga (lê-se lixo, no caso 😂), em nosso país... o que torna o uso, ilegal.

2) a droga precisaria de uma bula "paralela, alternativa"... o que passa a ser (óhhhh!!!) ilegal; já que, para o princípio ativo, não existe registro ou sequer comprovação que permita recomendação técnica para qualquer virose que valha...

3) o Brasil já conta com milhares de comprimidos, produzidos pelos laboratórios das forças armadas, que também contam com um prazo de validade a cumprir... e, diga-se de passagem, a um custo $$$ de produção maior que o triplo, quádruplo ou quíntuplo do normalmente gasto... e que, possivelmente, também precisarão ser descartados a um custo considerável... 

... ou vamos mandar pro Brazil? 😀

Ahhh, peraí... já ia esquecendo... tem mais!!!

4) o próprio laboratório produtor e doador do lixo (leia-se droga... porcaria, mesmo 😆) não recomenda (formalmente!!!) o uso deste princípio ativo para a Covid-19...

Ou seja...

Oh, Brasil... A Lixeira do Mundo!!!


sábado, 11 de julho de 2020

A CIÊNCIA EVOLUI, A POLÍTICA...


A Ciência evolui, a Política...


Ando vendo postagens, há muito tempo, nas redes sociais, exaltando políticos e suas declarações pretenso-científicas acerca do Covid-19... Coisas do tipo : "Bolsonaro tem razão" (ou "tinha")...

Que tipo de merda é esta?

O cara não teria razão, nem se estivesse certo! (e não está!). 

Que tipo de conhecimento teria, pra ter razão em algo tão novo que sequer a ciência ou os maiores especialistas do mundo, têm?

O cara é algum tipo de profeta, afinal?

Ouvir (ou ler) isso de um amigo, que você sabe que tem um certo conhecimento, chega a doer...

É uma espécie de burrice adquirida.

E querer - de certa forma - comparar as "asneirices" desse e de seus asseclas, com qualquer cientista, médico ou outro profissional de saúde - do qual, enquanto veterinário, me incluo - e mesmo com jornalistas, mesmo que estes possam ter propensão a defender os interesses de seu empregador (aí cabe seu discernimento, coisa que só com muita leitura será possível... e leitura ampla, não adianta você ler somente aquilo ou a mídia que lhe agrada. Discernimento se cria conhecendo os dois lados, o céu e o inferno, e não sendo, psicologicamente, bajulado).

Dizer as babaquices do tipo: "ah, mas a OMS dizia aquilo e agora diz isso", "aihmmm, o Dráuzio Varella disse que era gripezinha",  "os chineses disseram que era a e agora é b"... Ora, isso é evolução de conhecimento! O óbvio ululante em qualquer ciência, com qualquer nova descoberta ou objeto de pesquisa!

Acabei de ler um texto de Tiago Novaes, que fala sobre a verdade: "A verdade já não é mais a mesma. Nunca foi. A verdade tem uma história; e já se contaram muitas vezes as suas múltiplas versões".

Em janeiro, nada se sabia sobre esta nova doença e, realmente, todos pensavam (baseado em históricos similares) que tudo se resolveria rapidamente... infelizmente, não é o que estamos vendo...

A ciência biológica não é matemática... é multifatorial, viva, evolutiva e pujante!
A biologia surpreende a cada instante...

Querer confrontar a ciência, baseado em interesses políticos de gente sem conhecimento algum... de verdade... não merece nem comentários...

A ciência é evolutiva! A política... bem, ao menos desde que eu saiba... a política não nos traz evolução alguma...

A política é a lise do povo.


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Falta Leitura





quarta-feira, 8 de julho de 2020

LIÇÕES PARA O NOSSO MUNDO VULNERÁVEL


COVID-19, GUERRA NUCLEAR E AQUECIMENTO GLOBAL:
LIÇÕES PARA O NOSSO MUNDO VULNERÁVEL”



*Baseado no artigo de James E Muller e David G Nathan, publicado pela Elsevier/Science Direct, Holanda.


(Texto publicado no Jornal Folha do Sudoeste, em 04/07/2020)


A atual pandemia ensina algumas lições que podemos adotar para superar duas ameaças existenciais: guerra nuclear e aquecimento global.

Estas ameaças resultam de reações de forças da natureza frente a algo causado pelo homem, que se “tornaram perigosas por triunfos da inteligência humana, e que podem ser resolvidas – da mesma forma – pela inteligência humana”.

Albert Einstein – com relação à bomba atômica, que só foi possível graças à fórmula descoberta por ele – lamentou a maneira como o homem aplicou sua teoria: "A liberação da energia nuclear mudou tudo, exceto nossa forma de pensar, e é por isso que somos conduzidos a catástrofes sem igual".

A ameaça nuclear junto ao aquecimento global levaram o “Boletim dos Cientistas Atômicos” (https://thebulletin.org/ ) a avançar o “Relógio do Dia do Juízo Final” para 100 segundos antes da meia-noite – o mais próximo de todos os tempos – pouco antes da pandemia.

Contemplar outras ameaças durante a pandemia do Covid-19 parece ser adoração a catástrofes, mas os cientistas deixam bem claro que são estes os maiores perigos do futuro próximo e “suas origens e soluções são notavelmente semelhantes”.

No exato momento, estamos passando por diversos riscos iminentes à segurança da humanidade; o Covid-19 somente é o mais em voga, o mais visível. As ameaças de pandemias estão cada vez mais notórias devido ao crescimento absurdo de viagens internacionais (somente nos 4 primeiros anos deste século houve um aumento de mais de 200%). Se o surto de Covid-19 tivesse acontecido antes disto, o vírus teria permanecido na China e se espalhado lentamente, ou sequer existiria. Hoje, enfrentamos uma ameaça permanente de futuras pandemias... “os genes continuarão a sofrer mutações e os aviões continuarão a voar”.

A guerra nuclear é a ameaça menos visível, tão oculta quanto o vírus de um morcego em uma caverna perto de Wuhan. É, no entanto, o mais provável de ter um impacto imediato e devastador. Em uma cidade atingida por uma arma nuclear, por intenção ou por acidente, não haveria decisões sobre qual paciente tratar com o ventilador restante”. Já o aquecimento global é uma ameaça futura, de danos mais lentos que os causados por uma guerra nuclear ou uma pandemia.

A resposta global ao Covid-19 é uma fonte de esperança. “Os cientistas lançaram um contra-ataque inspirador contra o coronavírus e estas lutas contra as ameaças ensinam lições valiosas. Primeiro: cada ameaça deve ser reconhecida. Segundo: os líderes políticos devem respeitar a verdade e adiar interesse econômico frente à experiência. Terceiro: as ameaças são globais e requerem cooperação global. Quarto: todos temos que nos concentrar na sobrevivência coletiva, e isso inclui cuidar dos menos privilegiados”.

Temos que aprender que um risco ao outro representa um risco a todos.

O mundo não precisa ser o mesmo após a pandemia. Pode ser melhor...

Um despertar induzido por Covid-19 pode deter nossa tendência à catástrofe”.

Os profissionais de saúde, cientes das ameaças, têm a obrigação de aprimorar o entendimento dos requisitos de sobrevivência no século XXI”.

As ameaças estão muito evidentes... A cada dia vemos uma notícia de algo “novo”, prestes a ser a mais nova pandemia. Não há motivo para tentar encontrar culpados. A culpa recai sobre cada um de nós. Ninguém é 100% correto em suas ações e, por mais que se queira, acusar ou encontrar culpados não ajudará em absolutamente nada. Com a Covid-19, muitos culparam a China... agora descobriu-se que o vírus já circulava pela Europa há meses antes e talvez, há vários anos; assim como descobriu-se que laboratórios vinculados às forças armadas norte americanas já haviam trabalhado em pesquisas com este mesmo vírus. De quem é a culpa, afinal; daquele que derramou o balde ou daquele que o encheu?

Que ao menos aprendamos com o pior...


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Covid-19


terça-feira, 19 de maio de 2020

A CLOROQUINOLÂNDIA


A Cloroquinolândia:
Uma Paródia da Vida Real


(Texto publicado no Jornal Folha do Sudoeste, 23/05/2020)


O que é isso, minha gente!?!?!

O fanatismo agora surfa nas ondas bioquímicas...

... a tal Cloroquina virou ídolo; o Mito da Indústria Química Farmacêutica.

Essa "miracle drug" brasileira (???) descoberta por Hans Andersag, um austríaco, que trabalhava na Bayer, na Alemanha, virou o objeto de lateralidade da vez. Algo – assim como na política – do tipo que "se você não apoia" fervorosamente, você passa a ser inimigo declarado ... tipo um "Vai pra Cuba!", na versão química...

Andersag sintetizou a molécula em 1934... e esta "foi inicialmente rejeitada por ser muito tóxica", até 1945 (assim diz a história), quando, então, nos EUA e também na Austrália descobriram seu efeito contra o Plasmodium, o protozoário causador da Malária... e assim, dentre tudo que havia disponível na época – substâncias ainda mais tóxicas – passou a ser a única opção contra a malária...

Em 10 ou 11 anos de uso, começaram a surgir casos de cepas resistentes. Os EUA (que conta, contra o estado, com um processo movido por ex-combatentes da guerra no Vietnã), usava Cloroquina, profilaticamente, em seus soldados e perceberam rapidamente a crescente incidência de malária entre as tropas... e, posteriormente, seus efeitos adversos, dentre eles, psicose... (informações constantes nos arquivos históricos da Stanford University).

O mecanismo de ação desta droga se dá por reações metabólicas de ligação... se une à Porfirina, que por si só, em "acúmulo", pode levar a distúrbios neurológicos. Passa pelo metabolismo hepático e renal, podendo causar perda de função destes órgãos... até aí, tudo bem... de repente, é a única opção... mas isto pode levar a sérios distúrbios, como: retinopatias, problemas relacionados ao sistema hematopoiético e anemia hemolítica, miastenia, porfiria, surdez, psicose e outros transtornos neurológicos (Pois é... é exatamente o que os filmes hollywoodianos nos mostram: soldados com severos transtornos psíquicos ou “traumas de guerra”), enfim... Mas, de repente, é mesmo a única opção...

Agora, andam replicando, nas redes sociais, uma postagem totalmente descabida. O disparate em questão, infantilzinho até, começa citando efeitos adversos, distúrbios que pressupõem à Cloroquina, mas que no fim esclarece ser da Novalgina...

Quanta bobagem!!!

O pior é que esquecem que, até então, bradavam que a Cloroquina era vendida sem prescrição, sem receita, livremente, em qualquer farmácia e que, por isto (!!!), não era nada perigosa, que havia exagero e “hipocrisia”...

Mas eu – pessoalmente – disse isso a dezenas de pessoas: que não é porque era comercializada livremente, que não causa danos. Temos muitos exemplos para isto, dentro e fora da farmacêutica. A Água Sanitária é neurotóxica e praticamente todos a tem em casa... Um simples “remedinho” para azia ou refluxo gástrico, vendido e usado livremente, pode causar danos renais graves (é o que diz um artigo no “Journal of the American Society of Nephrology”)... e droga é droga... todas, sem exceção, causam algum dano, em menor ou maior grau.

E, por fim, essa banalidade, essa afetuosidade doentia por uma droga, nem vem ao caso... a questão é: "confirmação científica"... funciona realmente?

Se você não sabe, vou trazer-lhe uma informação bastante relevante: Por volta de 2015, a Cloroquina foi proposta como uma solução aos casos de microcefalia, causados pelo Zika Vírus... funcionou maravilhosamente bem "in vitro"... em testes de laboratório!!! ... e foi só... passaram-se cinco anos (5!!!), e, até que eu saiba... nada! Nada de definitivo!

Eu sei, Zika é Zika, Corona é Corona... mas a questão é: De novo!?!? Novamente vamos morrer no "in vitro", nas promessas, na esperança? As reações metabólicas, importantes para a ação positiva contra o agente, são muito complexas e podem "inativar" a ação esperada...

Sei que estão todos esperançosos, mas há muitas informações desencontradas, muita “Fake News”. É Cloroquina, Ivermectina... o que mais ? Afinal, essa coisa é vírus ou um berne? Desculpe a piada, mas está muito ridículo esta situação de “torcida fervorosa” para com um medicamento. São, todos, parasiticidas... e o vírus cumpre um ciclo muito mais complexo; não é a mesma coisa! Pode, um dia, haver confirmação de que algum desses princípios funcione? Pode! Mas não é o que temos, até então... o que temos são esperanças... e o que vemos é pura politicagem. E a política não pode, de forma alguma, atropelar a ciência.

O Laboratório Químico Farmacêutico do Exército Brasileiro (detentor do registro da Cloroquina 150 mg, na ANVISA) produzia cerca de 125 mil comprimidos da droga, por ano... Agora – sob ordem presidencial – apoiado pelos Laboratórios Farmacêuticos da Marinha e da Aeronáutica, passou a produzir 1 milhão de unidades por semana (isto equivale a uma produção de 48 milhões ao ano, uma produção 384 vezes maior).

Ah, certo... agora vamos ter que consumir as toneladas que o presidente ordenou ao exército que produzisse, porque vencem em 2022 e é centenas de vezes maior que o habitualmente consumido no país... Ah, já ia esquecendo: e tem também os dois laboratórios – “apoiadores” do governo – que também abasteceram seus estoques de matéria-prima sob "promessa" de consumo... será que é possível entender?

Enfim... Cloroquina é só um reflexo do fanatismo político... infelizmente, até o momento... só...


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sexta-feira, 27 de março de 2020

CORONAVÍRUS -- A VISÃO MICRO


CORONAVÍRUS – SARS-COV-2 / COVID-19 

VISÃO MICRO 


Continuam circulando Fake News ou publicações equivocadas sobre o Coronavírus. Por incrível que possa parecer, mesmo vindas de Médicos, Veterinários ou outros profissionais de saúde, muitas destas postagens contém equívocos que, por muitas vezes, podem colocar vidas em risco.

Vamos pensar em alguns detalhes... em primeiro lugar o Vírus mede aproximadamente 100nm (nanômetro), ou seja, em apenas 1 milímetro de superfície poderíamos encontrar cerca de 10 mil unidades virais. A razão pela qual se acredita que o vírus seria inativado em uma superfície absorvente, como papéis e tecidos, seria o rápido processo de desidratação da unidade viral. Pois bem... temos aí um detalhe que estão deixando escapar... é um paradigma científico. Eu chamo este parâmetro de Visão Macro e Visão Micro. Quando você ouve que o coronavírus “morre em apenas 40 minutos”, ou mesmo “6 horas”, ao cair em um papel ou roupa, temos aí uma Visão Macro... e isto não nos serve como padrão. Se realmente queremos proteção, temos que ter uma Visão Micro. No papel ou roupa, ou outro objeto que classificam como absorvente e que mataria o vírus rapidamente, temos estampas, peças metálicas e outros adereços que podem conter milhões ou bilhões de unidades virais (lembrem-se: 1mm... 10 mil vírus). Até mesmo algumas fibras de tecidos podem conter estruturas não absorventes. Esta é a Visão Micro e é este o padrão que devemos seguir, se realmente queremos estar livres do vírus.

Se tratarmos esta possível contaminação com Visão Micro, ou seja, atentarmo-nos aos pequenos detalhes, poderemos garantir maior segurança sanitária a nossa família e, desta forma, a toda a sociedade.

Vejo muitas pessoas passeando com seus cães. Concordo que o animal deva sair, mas alguns cuidados devem fazer parte desta nova rotina. Até o momento (e tudo leva a crer) acredita-se que os animais domésticos não possam ser infectados pelo vírus SARS-CoV-2. Até aí, tudo bem... mas temos que ter em mente que eles podem ser importantes “carreadores” deste novo Coronavírus. Fiquei observando o comportamento de alguns cães durante o passeio... infelizmente, eles tocam em tudo pelo caminho, e não só com as patas; eles se esfregam em postes, paredes, árvores e, até mesmo, pelo chão... e, muitas vezes, seu tutor sequer se dá conta disto. A oleosidade natural e a umidade dos pelo podem preservar o vírus por muito tempo, horas ou dias (nada ainda está totalmente determinado), portanto, chegar em casa e limpar as patinhas é superficial demais. E os acessórios, estão higienizando? Coleiras, peitorais e guias, tudo tem que ser higienizado... Para estes casos existem os produtos específicos chamados “Banho a Seco” que podem ajudar muito a higienizar o animal; basta prestar atenção em sua composição, pois nem todos são de boa qualidade (eu indico o BelloKão, porque conheço, e sei da seriedade da marca). Banhos também terão que ser realizados, de preferência, em casa ou por profissionais que “não acumulem animais”, ou seja, um banho e tosa onde circulam muitas pessoas e animais, pode representar, sim, um risco. O uso de desinfetantes para higienização de acessórios e ambiente, neste momento, é muito importante. Os desinfetantes à base de Amônia Quaternária são muito eficazes e seguros. Vet+20 é o produto com maior concentração do mercado pet, com 25,7%, muito mais seguro em sua diluição que os produtos concorrentes.

Em relação aos últimos pronunciamentos de nosso presidente, nem vale a pena perder tempo, foi infeliz e extremamente infantil.

Thomas Pietschmann, um virologista molecular e pesquisador do Centro de Pesquisa de Infecção Experimental e Clínica (Twincore), em Hannover, Alemanha, se dedica ao estudo dos chamados vírus RNA , grupo do qual pertence o Sars-CoV-2, e alerta para o fato de que o principal aspecto deste vírus é que “as pessoas estão sendo confrontadas com ele pela primeira vez. A partir dos dados que temos da China, pode-se concluir que o vírus passou de um animal para um humano apenas uma vez e se espalhou a partir daí". Em outras palavras: diferente do que ocorre com a gripe, ou seja, com o vírus Influenza, onde quase todo mundo já teve contato em algum momento, nosso sistema imunológico não está preparado para um ataque deste coronavírus. Não é preciso entrar em pânico, obviamente, pois a realidade que vivemos atualmente é outra, infinitamente mais tecnológica e com infindáveis conhecimentos e recursos médico-hospitalares, mas não podemos, de forma alguma, esquecer das aulas de história, quando ainda éramos crianças e contavam-nos que a Gripe matara milhares de índios, ou até mesmo dizimara tribos inteiras. Não seremos dizimados, mas o índice de contágio é extremamente alto.

Ando vendo Fake News comparando H1N1 com a CoVID-19... Pois bem, em comparação com H1N1, onde temos um histórico de cerca de 18 mil mortes por ano, temos, de outro lado, a CoVID-19 com 19 mil em apenas 3 meses, apresentando uma progressão absurda, podendo-nos levar ao fim do ano com mais de 75 mil mortes. A diferença aqui é a capacidade de contágio. E, enquanto a CoVID-19 leva até 14 dias para começar a apresentar sintomas (com uma média de cinco dias), a gripe manifesta-se após mais ou menos quatro dias, com isto, a disseminação da CoVID-19 torna-se maior dentre os ainda assintomáticos. A taxa de letalidade da CoVID-19, até então, apresenta-se em torno de 2 a 3,4%. O influenza, por outro lado, apresenta de menos de 0,1 a 1% de óbito (sendo o maior percentual pertencente ao H1N1).


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terça-feira, 24 de março de 2020

CORONAVÍRUS – SARS-COV-2 / COVID-19 - CONHEÇA ESTA NOVA AMEAÇA À SAÚDE PÚBLICA MUNDIAL


CORONAVÍRUS – SARS-COV-2 / COVID-19

CONHEÇA ESTA NOVA AMEAÇA À SAÚDE PÚBLICA MUNDIAL


                                             Escrito em 18/03/2020 – TEXTO PUBLICADO NO JORNAL FOLHA DO SUDOESTE EM 21/03/2020 


Os Coronavírus (CoV) são grandes RNA vírus, esféricos, com invólucro proteico, que causam infecções respiratórias, entéricas e neurológicas em diversas espécies animais, incluindo seres humanos. Alguns coronavírus que infectam animais tornaram-se capazes de infectar seres humanos e depois se espalharam entre as pessoas, mas isso é raro; foi o que aconteceu com a SARS-1 e a MERS e é o que se suspeita ter acontecido com o vírus que causou o surto atual; no entanto, ainda não se sabe a fonte exata desse vírus. Morcegos e ratos podem abrigar uma diversidade considerável de coronavírus e realmente desempenham um papel fundamental no surgimento e transmissão de cepas patogênicas que podem causar doenças graves em humanos. Há vários coronavírus que causam infecção animal, mas geralmente são espécie-específicos, ou seja, infectam apenas uma espécie (Coronavírus Canino, Felino, Suíno e Bovino, por exemplo); no entanto, coronavírus do tipo SARS-COV-1 infecta seres humanos e várias espécies animais, como macacos, cães, gatos e roedores; outro, chamado MERS-COV, além de infectar humanos, já foi identificado em camelos e morcegos. Por sua vez, o SARS-COV-2 (ou CoVID-19), apesar das suspeitas do poder de infectar morcegos e outros animais selvagens, ainda não foi muito bem compreendido e/ou esclarecido.

O primeiro Coronavírus “Humano” (CoVh) foi isolado em 1937, sendo em 1965 descrito como coronavírus, em decorrência de seu perfil em microscopia. Há sete tipos de coronavírus que infectam o homem: Alphacoronavírus: 229E e NL63 e Betacoronavírus: OC43, HKU1, SARS-COV, MERS-COV e agora, o SARS-COV-2; os três últimos, responsáveis por infecções respiratórias graves. A transmissão geralmente se dá por contato direto, pelas vias oral e respiratória. A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns (Alpha 229E e NL63 e Beta OC43 e HKU1) ao longo da vida, desenvolvendo sintomatologia similar a de resfriados.

Antes deste coronavírus (CoVID-19), outros dois já ameaçaram a saúde mundial.

A Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS-COV) é geralmente transmitia por camelos (zoonose) e pode se espalhar rapidamente, com sérias consequências. Foi isolada pela primeira vez, em humanos, em 2012 e se caracteriza por infecção respiratória com febre, tosse e falta de ar, podendo levar à pneumonia e apresentar diarreia, náuseas e vômitos e, ainda, complicações renais, choque séptico, coagulação intravascular disseminada e pericardite. A MERS, ao contrário dos índices até então apresentados pela CoVID-19, teve um índice de fatalidade de cerca de 30% (cerca de 10 vezes maior).

O SARS-CoV (Síndrome Respiratória Aguda Grave – SARS-CoV-1) migrou de uma espécie de gato selvagem para humanos (zoonose) e causou morbidade e mortalidade substancial, antes de ser controlado. Este coronavírus foi detectado pela primeira vez, na China, em novembro de 2002, tendo uma rápida disseminação, causando uma epidemia que atingiu vários países. Em pouco mais de 1 ano foi capaz de infectar aproximadamente 8 mil pessoas e provocar cerca de 800 mortes. A epidemia foi controlada no ano seguinte e desde 2004 não houve registro de nenhum novo caso.

CoVID-19 é a coronavirose causado pelo SARS-CoV-2 (Síndrome Respiratória Aguda Grave 2). Os sintomas mais comuns são parecidos aos de um resfriado ou a de uma gripe comum, similar ao SARS-CoV-1, mas assim como este e a MERS, pode ser mais severo, apresentando quadros mais complicados.

A doença, que supostamente surgiu na China, na cidade de Wuhan, considerada o epicentro do surto, começou a se alastrar em dezembro de 2019, com uma progressão assustadora, iniciando o ano de 2020 com cerca de 44 casos confirmados e centenas de suspeitos. 20 dias depois já haviam 26 mortes e mais de 890 confirmações, o que levou-os às medidas drásticas de controle. No dia 31 de dezembro, emitiram o primeiro alerta à OMS (Organização Mundial da Saúde). Em 7 de janeiro, identificaram um novo tipo de coronavírus. No dia 13 de janeiro, a OMS notificou o primeiro caso de uma pessoa infectada fora da China, na Tailândia. Em 22 de janeiro, o vice-ministro da Comissão Nacional de Saúde da China, Li Bin, anunciou que o vírus era transmitido pelas vias respiratórias e que poderia sofrer mutação e se propagar facilmente. Na data de 30 de janeiro de 2020, o Comitê Internacional de Emergência sobre Regulamentos Sanitários, da Organização Mundial da Saúde (OMS), declarou o surto de COVID-19 como "emergência de saúde pública de interesse internacional ícone externo" (PHEIC). Em 31 de janeiro, o secretário de Saúde e Serviços Humanos dos EUA declarou emergência pública para ajudar a comunidade de saúde de seu país a responder à epidemia. Em 11 de março, a OMS caracterizou o COVID-19 como uma Pandemia. Em 13 de março, o Presidente dos Estados Unidos declarou emergência nacional para este surto. Enquanto isso, no Brasil, as autoridades políticas (apesar de grandes discípulos dos norte americanos) menosprezavam a pandemia.

As informações estatísticas, no mundo, são controversas, talvez devido à rápida progressão dos casos, havendo muita discrepância entre os dados apresentados por diversos órgãos de controle.

Segundo informações do CDC (Centers for Disease Control and Prevention), o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, o total de casos confirmados naquele país ultrapassa o número de 7.000 (cerca de 3 mil somente no estado de Nova York), com cerca de 100 mortes. A epidemia continua avançando rapidamente e o próprio órgão assume que estes números podem ser ainda maiores. No relatório do dia 17/03/20 da OMS, considerado como dados oficiais no mundo, os números estão aquém destas informações (5.328 casos com 75 mortes), o que pode levar-nos acreditar que para todos os demais países esteja ocorrendo o mesmo. No Brasil, em números aproximados, temos 9 mil casos suspeitos, 300 confirmados e 4 óbitos. Segundo a OMS, no mundo temos mais de 190 mil casos confirmados, com cerca de 8 mil mortes. Na China, o epicentro do surto, mais de 81 mil casos confirmados e mais de 3 mil mortes. Já na Itália, mais de 31 mil casos e 2,8 mil mortes.

O CoVID-19 (SARS-COV-2) tem uma estrutura muito similar ao SARS-1 (“erradicado” em 2004). Os dois vírus se comportaram de maneira semelhante no ambiente, o que infelizmente não explica o porquê do CoVID-19 ter se tornado um surto maior, levando à evidência que sugere que pessoas com quadros assintomáticos (sem sintomas) possam estar transmitindo a doença. De acordo às informações de vários centros de pesquisas, de diversos países, o vírus é estável por várias horas a dias em aerossóis e superfícies. Os cientistas descobriram que o vírus permanece detectável em aerossóis por até três horas, até quatro horas em cobre, até 24 horas em papelão e até três dias em plástico e aço inoxidável.

Atualmente, não existe tratamento específico para os coronavírus. Os tratamentos atuais visam aliviar os sintomas enquanto o próprio corpo, a imunidade, combate o vírus. O governo cubano disponibilizou à China uma droga que a ajudou no tratamento de mais de 1,5 mil pessoas; trata-se do Interferon Alfa 2B (IFNrec), um medicamento imunomodulador (que não é vacina!) que estimula, de forma inespecífica, a resposta imunológica do paciente. Cientistas do Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração (Incor), da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), assim como diversos laboratórios no mundo, trabalham no desenvolvimento de uma vacina contra o SARS-COV-2, mas uma vez que o processo envolve rigorosos testes de segurança, isto pode levar mais de 1 ano.

Embora – até o momento – não haja relatos de animais de estimação ou outros adoecendo com CoVID-19, é recomendável que as pessoas suspeitas limitem o contato com animais, até que mais informações sejam esclarecidas.

É importante lembrar que pessoas infectadas pelo vírus podem demorar até 14 dias para apresentar sintomas e que há indivíduos assintomáticos, que nunca os apresentarão. Sendo assim, é importante que todos evitem sair de casa e tomem as medidas necessárias de cautela e higiene.

Os índices de contágio e letalidade da CoVID-19 são muito maiores que da gripe H1N1, que tinha taxa de letalidade em torno de 0,6%; para o CoVID-19 estima-se entre 2% e 3,4%. A gripe comum apresenta uma letalidade em torno de 0,1%; ou seja, pelo menos 20 vezes menor.

O Ministério da Saúde disponibiliza um app (para Android e iOS) que, além de mostrar informações a respeito do vírus, facilita a tomada de decisões para aqueles que suspeitem estar contaminados.

Ainda que haja medidas que possam melhorar a imunidade, não há evidências de que qualquer solução caseira possa levar à cura do vírus. Gargarejo com água quente, com limão ou qualquer outra substância não evita a contaminação.

Recomenda-se evitar ao máximo o uso de aspirina (AAS) e ibuprofeno. Os sistemas de saúde indicam, preferencialmente, os analgésicos a base de paracetamol e dipirona.

Os idosos (acima de 60 anos – onde a letalidade é cerca de 5 vezes mais alta), os portadores de doenças imunossupressoras, pessoas com doenças crônicas (asmáticos, hipertensos e diabéticos, por exemplo) e fumantes são parte dos grupos de risco. Embora crianças não estejam no grupo de risco, representam perigo como vetores da doença.

Obviamente, outras doenças, como a Dengue, representam importância sanitária no país, mas vale lembrar que, como o poder de transmissão do coronavírus é muito alto, pode levar ao colapso do sistema de saúde como um todo, por isto a grande importância da prevenção, independente de qualquer coisa. Além disso, pacientes com dengue ou outras viroses, correm o risco de também se infectarem com coronavírus, o que pode ser extremamente perigoso. A ideia do isolamento é a de principalmente "achatar a curva" de contágio e garantir que os sistemas de saúde não fiquem sobrecarregados. Países que foram rápidos nas definições de isolamento têm menor número de infectados e não precisaram de ações drásticas, como o que está ocorrendo na Itália, por exemplo.

Os testes podem levar de poucos minutos a 7 dias, sendo que o do tipo PCR (Proteína-C Reativa) é considerado o mais preciso.

Muitas Fake News circulam pelas redes sociais e representam um grande perigo à saúde pública e ao andamento do controle desta e outras doenças, como é o caso de uma mensagem que diz que o novo coronavírus não resistiria ao calor e que "temperaturas de 26ºC ou 27ºC" já mataria o vírus. A diretora do Instituto de Medicina Tropical (IMT-USP) Ester Sabino, uma das responsáveis pelo sequenciamento do genoma do novo coronavírus, afirma: "A temperatura do corpo humano é 36ºC. Pesquisas mostram que mesmo em temperaturas mais elevadas (30ºC ou 40ºC) os vírus resistem, às vezes, por dias. Portanto, esta afirmativa é falsa".

Algumas mensagens e vídeos de “profissionais” oferecendo soroterapia ou "shots de imunidade" para impedir os efeitos do novo coronavírus, foram compartilhadas. Segundo as mensagens, os soros têm substâncias "nutrientes, antioxidantes e multivitamínicas" que reforçam o sistema imunológico de quem usa, combatendo a Covid-19. Segundo a Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), a soroterapia não é um tratamento recomendado e não previne o coronavírus e não há nenhuma evidência científica de que a infusão de soros, com qualquer dose de vitaminas, minerais, aminoácidos, antioxidantes ou outros nutrientes, tenha algum efeito preventivo e que este tipo de oferta de serviço configura crime e já está sendo apurado.

Outra mensagem diz que uma tigela de água com alho recém-fervida é capaz de curar a pessoa da infecção pelo novo coronavírus. Nem alho, nem cebola, nem outra receita milagrosa! Basta lembrar que laboratórios do mundo todo estão a ritmo acelerado na busca de uma possível cura ou controle da doença.

Prender a respiração por 10 segundos para verificar se o coronavírus causou fibrose no pulmão, tomar água de 15 em 15 minutos para evitar a contaminação e beber líquidos mornos ou quentes para combater a infecção estão entre as mentiras que mais circulam nas redes. A assessoria de imprensa da Stanford Health Care e da School of Medicine, citado em muitas delas, diz, em nota, que as mensagens atribuídas a um membro do conselho de seu hospital não se fundamentam.

Imagens e vídeos que mostram situações extremamente alarmantes, com pessoas desmaiando e gritando de dor, não passam de boatos. O mesmo serve para as postagens que trazem referências à cidade de Wuhan, em especial ao mercado onde tudo começou, como é o caso do vídeo onde dezenas de morcegos saem voando quando operários movimentam peças de um telhado. Este vídeo circula na internet há quase dez anos, não se passa na China, mas sim em uma residência em Miami, nos Estados Unidos. O vídeo que mostra um mercado a céu aberto, muito sujo e cheio de sangue, onde ocorre a venda de diversos tipos de animais, entre eles: ratos, morcegos, cachorros e cobras, e com uma legenda que diz algo como: "Olha da onde vem o coronavírus! Esses chineses comem tudo que se mexe!”, na verdade, trata-se do mercado de Langowan, na Indonésia (que pode ser comprovado pela placa onde aparece escrito: "kantor pasar langowan", que significa “escritório do mercado Langowan”), e está publicado no Youtube pelo menos desde 19 de julho de 2019. O local fica a mais de 3 mil km de distância de Wuhan.

Muitos outros vídeos, envolvendo livros, histórias em quadrinho e desenhos animados, alegando previsões sobre o surto do novo coronavírus são falsas e não passam de manipulações ou distorções de fatos. Basta lembrar que Coronavírus não é algo novo, novo é o CoVID-19. Algumas simples coincidências de fatos são fáceis de entender, como é o caso do livro "The eyes of Darkness", de Dean Koontz, mostrado em vídeo que, além de ser uma obra de ficção, o autor não é um cientista ou historiador, como alega o narrador do vídeo; e que, originalmente, tinha como referência a União Soviética que, com a dissolução desta, como não faria mais sentido à obra relacionar o enredo a esta região, as edições mais recentes sofreram alterações, relacionando ao então “maior rival econômico dos EUA”, ou seja, a China. Mas e a citação de Wuhan? Simples! Nesta grande cidade encontra-se o maior laboratório de biotecnologia da China, responsável pelo controle de doenças do país (similar à função do Instituto Adolfo Lutz, no Brasil). No livro, a tal arma biológica também tem uma taxa de mortalidade de 100% e a CoVID-19, entre 2 e 3,5%. A parte do vídeo que mostra uma página que prevê o ano de 2020, sequer é do mesmo livro; trata-se de um trecho retirado de “End of Days: Predictions and prophecies about the end of the world”, de Sylvia Browne, publicado em 2008.

O vídeo em que um homem se diz químico autodidata e afirma que álcool gel não tem nenhuma eficácia, recomendando vinagre para prevenir o contágio do coronavírus é absolutamente ridículo. O poder antisséptico do álcool 70% já foi comprovado há mais de 200 anos e é usado em laboratórios e instituições de saúde pelo mundo todo. A Anvisa reforça que "a lavagem de mãos com água e sabão e o álcool 70% é o procedimento padrão e mais recomendado na literatura médica para prevenção de infecção, não somente pelo coronavírus, mas também por outros agentes patogênicos".

O vídeo mais recente, onde um homem mostra uma carteira de vacinação de um cão, com rótulos de vacinas, onde se lê: Coronavírus, dispensa explicações... absolutamente ridículo e irresponsável.

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Não veicule postagens alarmantes, antes de checar sua veracidade...

isto é muito fácil e leva apenas alguns segundos de busca pela internet.

Seja responsável!

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