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terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

UM CÉU IMERSO EM LAVAS


UM CÉU IMERSO EM LAVAS


Ando preferindo o inferno...

Na verdade, não acredito em nada disso... 

Energia que somos, sutil ou absurdamente condensada, um dia seremos dissipados...

A matéria é cíclica, a energia é cíclica, mas a consciência, finita.

Não acredito no paraíso... mas suponhamos que haja o utópico céu e o tão temido inferno... 

Pois bem... o que se descreve como Céu, das fábulas infantis à Comédia, de Dante, é deprimente, para mim. Aquela coisa toda de gramadinho verde, campo florido, céu azul de nuvens fofinhas, e toda aquela hierarquia angelical, com seus anjos, arcanjos, serafins e querubins (nem sei qual é a ordem!); o povo todo de branco, com aquele ar de uma felicidade tão falsa, que seria capaz de lhe agradecer por um soco no flanco... isso mais parece um episódio dos Teletubbies... sinceramente, prefiro as tragédias dantescas do inferno.

O Céu não seria para mim...

Gosto do barulho, do som forte e alto... gosto de uma boa cerveja e de um bom vinho; conversas bobas e despretensiosas... gosto dos prazeres mundanos. Prefiro os rebeldes e excluídos, aos puritanos de fim de semana. Prefiro os loucos e destemidos, aos tementes inconscientes... 

Este Céu sectário e classista não seria melhor que o inferno...

E se todos esses cristãos de internet, essa gente-de-bem politiqueira, os que se colocam acima de tudo e de todos, os que se acham herdeiros únicos da doutrina de Cristo, os que menosprezam as crenças de outrem, os que pensam que seu retrógrado padrão de vida é moralmente mais justo, mais certo ou ético que aos que experimentam padrões mais modernos de vida; se toda essa gente falsa, fútil e arrogante está com seus "pacotes" pagos com estadia divina eterna... desse Céu, quero distância. E, sendo assim, se o contrário disso tudo é o inferno... "Aloha", Capiroto!

Não quero sentar ao lado dessa gente arrogante, que deseja a morte dos fracos, o fracasso dos divergentes, o mal dos infortunados e a derrota dos desgraçados.

Minha religião é a vida, minha fé paira sobre as belezas naturais do mundo... minha igreja é a paz que habita em mim... quando há chances de ter paz. Eu sou o meu templo, minha indulgência é o ódio que por vezes ocupa o lugar da paz... e não, não há contradição; o ódio é a força motriz que supera o medo e suprime o mal... e aqui não há lugar para um deus iracundo e vingativo... minha consciência é meu guia.

Certa vez, sonhei com o Céu em chamas... e Deus estava lá, com ar sarcástico, olhando para mim...

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UM CÉU IMERSO EM LAVAS




terça-feira, 25 de maio de 2021

A SAUDADE SERÁ O SEU INFERNO


A SAUDADE SERÁ O SEU INFERNO


Sinto imensamente, meu amigo...

Estamos perdendo conhecidos, colegas, amigos e parentes... e, a muitos, parece que o mundo parou em uma estática doentia em que a razão perdera a razão...

É lastimável que esta doença viral tão invasiva tivera coincidência cronológica com essa psicose ainda mais danosa ao país...

Muitos enxergam médicos como deuses, políticos como anjos que vieram pra nos salvar e padres e pastores, como um elo de ligação divina... 

Vejo pessoas divulgando laboratórios farmacêuticos, como se fosse a grande salvação.

Vejo fanatismo irremediável ao saírem pela tangente a cada nova decepção àquilo ou àqueles que defendem ou defendiam fervorosamente.

Vejo fé demais àqueles que dizem servir ao divino e quase nula quando o real divino se faz presente. Divina é a natureza que destruímos... divino é o povo humilhado... divino é o pescoço a que você sempre pisa.

É uma grande bobagem o que estamos vivenciando! Essa imbecilidade política não vai salvar-nos... nem essas miracle drugs ou seus pseudo-protocolos de tratamento precoce... talvez, nem as vacinas, se a gente não se cuidar.

E a fé... esta pode acalentar... e poderia, de repente, até nos salvar, se real e verdadeira, realmente fosse. A fé por medo, a fé por engano, a fé por ignorância ou a fé por desespero, nunca nos salvará de nada!

A pandemia é real... há muitas covas abertas em tão pouco tempo...

O tempo passa rápido e a dor deixa seus rastros...

Vai passar?

Vai! Tudo passa!

A dor passa, o sofrimento passa... e a virose também terá seu tempo...

Mas a saudade, meu amigo, ao contrário da vida... é eterna...

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noite


domingo, 2 de maio de 2021

BATO PALMAS PARA AUGUSTO

Uma das minhas grandes influências... Augusto dos Anjos, nascido em 20 de abril de 1884, faleceu jovem, vítima de uma pneumonia - possível complicação de um quadro asmático -, aos seus, apenas, 30 anos... dois anos após o lançamento de seu único livro, "Eu".

Morreu decepcionado com o "fracasso" de seu próprio livro... 

Hoje, "Eu" é um das obras poéticas mais reeditadas do Brasil.


"Quando pararem todos os relógios
De minha vida, e a voz dos necrológios
Gritar nos noticiários que eu morri,
Voltando à pátria da homogeneidade,
Abraçada com a própria eternidade
A minha sombra há de ficar aqui!"
(trecho de "Debaixo do Tamarindo", Augusto dos Anjos)



BATO PALMAS PARA AUGUSTO


(Escrito em 08/04/2018)


Hoje resolvemos sair... a demora é a arte das esposas, a fim de polir a paciência dos maridos.

Enquanto aguardo a mulher... 'bora' ler uns trechos de um "vagabundo nordestino", "anônimo" ridicularizado pela elite literária brasileira, a qual incluía Olavo Bilac, que, diante a cegueira elitista, incapaz de reconhecer a genialidade poética, zombou da morte de um colega, pelo simples fato de ser parte dos "excluídos"... história que permeia a elipse cataclística do DNA da classe dominante... 

E quando falo de classe dominante, não falo de 'gente normal', como nós, falo dos bilionários que dirigem - às escusas - todas as "máquinas" do poder vigente... ou, na arte, dos idolatrados, levantados em egoicos púlpitos, altares do egoísmo doentio.

Somos alguma espécie de afídeo que sustenta o grande formigueiro, de uma sociedade onde as 'rainhas' zombam de nós e as 'operárias' sentem-se importantes em servi-las...

Augusto dos Anjos somente fora reconhecido quase uma década depois de morto...

E a disparate vomitada de Bilac foi algo como: "Tinha mais é que morrer mesmo, só assim não nos obriga a ler esses lixos" ... ou, de forma mais 'bonitinha': "Fez bem em morrer, não se perde grande coisa"... não se sabe, ao certo... e não valeria a pena saber...


"Quebrei a imagem dos meus próprios sonhos!" (Augusto dos Anjos, em Vandalismo)

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Eu


terça-feira, 20 de abril de 2021

POR TODO O MAL QUE HÁ EM VÓS


Por todo o Mal que há em vós


Quando a necessidade de autoafirmação é muito explícita, há implícito uma chaga que corrói a consciência.

Se realmente sois bons e fazeis o bem, não há necessidade alguma de sair por aí bradando isto...

Não podeis alcunhar-vos "gente de bem", quando desejas o mal.

Seguistes pelo mesmo caminho, uma vida toda, e agora quereis redenção gratuita, escondido debaixo deste manto politiqueiro ou de alguma bandeira, de uma causa qualquer, como se fosse a capinha do Harry Potter... um Quantum Stealth bem vagabundo...

Não há um manto da invisibilidade que ludibrie a consciência. Podereis ser invisível em vossa loucura... podereis deleitar vosso ego... mas jamais traireis, efetivamente, a verdade interior.

Nenhuma oração, entoada com tamanha falsidade, pode salvar-vos do mal. Não há um São Cipriano ou Arcanjo Miguel que compactue com essa sandice... e o mal, enfim, sempre notará vossa presença.

E temos em vós, parte desse povo que vemos por aí... um pêssego grande e bonito, que quando você morde, está podre, bem lá dentro, perto do caroço...

Quando a necessidade de autoafirmação é muito explícita, vê-se nítida uma falsa virtude que personifica o verdadeiro Mal.

O mal, disfarçado de bem, é o Mal apoiado em alguém...

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O Mal


sexta-feira, 26 de março de 2021

UM CIGARRO PARA TODOS!


Um cigarro para todos!


Fumaça de madeira... sinto o cheiro pela cidade, vez por outra...

Estamos passando por sérios problemas de saúde pública... e não é apenas por causa da pandemia... temos centenas de outros problemas...

A corrida do ouro vivida nos século XVII e XVIII, no Brasil Colônia, infelizmente, nunca cessou... e nunca deixamos de ser colônia... estamos sempre nessa "corrida do ouro" para favorecer uns poucos ou uma outra nação.

No Brasil, produz-se riqueza para outros e vive-se na escravidão, seja física, trabalhista, psíquica, cultural ou, simplesmente, egoica... a escravidão contemporânea não contempla correntes ou chibatas e não é exposta no pelourinho, ao arbítrio do senhor... a escravidão contemporânea conta com o consentimento do próprio escravo, sob o pretexto de uma liberdade fútil e irreal.

Essa desenfreada e interminável "corrida do ouro" hodierna queima de toda a vida para dar sustento à grande corrente escravagista que move a imensurável máquina da economia mundial. E queima, literalmente!

Enquanto muitos alertavam sobre a progressão nas queimadas na Amazônia ou no Pantanal, outros muitos acusavam ser apenas politicagem... e quanta fumaça chegou em nossas cidades... e tudo para favorecer o grande mercado... a economia que nos torna escravos de nós mesmos.

A fumaça é tóxica para a nação, é tóxica para nossa liberdade, e é tóxica para nossa saúde...

Todos sabem que a queima libera dióxido e monóxido de carbono, que contribuem para o efeito estufa e que, para a saúde, podem representar sérios desconfortos, causando cefaleia (dor de cabeça), vertigens e sensações similares aos da gripe (psicologicamente, nada bom nestes tempos de pandemia), mas em exposição frequente, podem até conduzir a uma toxicidade grave no sistema nervoso central e coração.

E não podemos menosprezar outros gases e substâncias, como o metano, dióxido de enxofre, dióxido de nitrogênio, os fenóis, etc, que também são produzidos em quantidades muito grande e apresentam alta toxicidade.

Além disso, a queima libera os HPAs (hidrocarbonetos policíclicos aromáticos) e seus derivados, que são contaminantes de extrema importância para o ambiente, pois são de difícil degradação e causam malefícios à saúde de seres humanos e de outros organismosHPAs são substâncias lipofílicas (solúveis em gordura) e podem ser absorvidos pela pele, por ingestão ou pela inalação, espalhando-se, rapidamente, por todo o organismo. O benzopireno, um dos HPAs, é um agente carcinogênico e mutagênico, ou seja, capaz de interferir no DNA e alterar a reprodução celular.

Podemos fumar alguns cigarros... ou respirar bem fundo o ar, em alguns pontos da cidade... o efeito... é o mesmo...

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Fumaça


quinta-feira, 18 de março de 2021

OS COVARDES CULPAM OS MORTOS

(Texto publicado no Jornal Folha do Sudoeste, em 02/04/21) ...

(Quem tem Pet, tem vida...
Vez por outra, uso desta coluna – destinada às informações sobre animais – para trazer informações relevantes sobre saúde pública, política... ou, simplesmente, demonstrar minha angústia ou insatisfação com o momento em que vivemos... e, mais uma vez, assim o faço...
Estamos sendo inundados de mentiras! Prestes a sermos assolados, por completo, por interesses de outros... subjugados por sermos, completamente, pacatos... e não podemos, simplesmente, viver assim...)

Os covardes culpam os mortos


"Que tá uma bosta, tá uma bosta... e põe bosta nisso!" Mas de quem é a culpa?

Acostumamo-nos a transferir as culpas... e erramos... quase sempre...

Na verdade, não culpo governo algum, de esfera alguma... alguém pode até incentivar, induzir ou influenciar um certo grupo de pessoas... e até enganar! Mas somos nós que decidimos! Portanto, não podemos, por mais fácil e confortável que seja, simplesmente redimirmo-nos da culpa e repassá-la a outros.

Culpados somos nós, o povo... que menospreza a doença, que não se cuida e não se importa, realmente, com o próximo. Que pensa que Cloroquina ou Ivermectina, ou qualquer outra droga da moda, vai salvar-nos de cair em um leito de hospital; que acha que é tudo frescura e que máscara é totalmente inútil. Que cisma que um está contra o outro, quando na verdade ninguém sabe que rumo tomar (decidir, nestes casos, não é nada fácil... criticar, sim... e é inútil!)...

Culpados somos nós que olhamos apenas para nosso umbigo e desdenhamos as necessidades do próximo.

Culpados somos nós que, mesmo com todos os sintomas, saímos às ruas, porque nosso teste apresentou resultado "Não Detectado", que pra nós, que não temos a mínima noção de interpretação, é o mesmo que "Negativo". E não é! “Não detectado” só significa que não encontraram; não diz que você não tem e muito menos diz que você pode sair por aí, colocando a vida de outros em risco!

Culpados somos nós que, apenas dez dias após o início de sintomas, suspeitos da doença, fomos à praia e lotamos bares e lanchonetes... que não respeitamos a distância mínima entre pessoas, em uma fila; que entramos em um supermercado, com a família toda, como se fosse um passeio de fim de semana...

Culpados somos nós que acreditamos em todas as mentiras absurdas e as veiculamos, mesmo quando já até sabíamos que eram mentiras...

Culpados somos nós... porque deixamos de pensar... deixamo-nos à mercê da vontade de terceiros...

Culpados somos nós que não lemos uma só palavra, além do enunciado de um artigo, ou que crucificamos um ou outro meio ou canal de comunicação ou mídia jornalística... uma rede de televisão ou jornal qualquer... sem pensar! Somente porque um grupo de pessoas, que sequer conhecemos ou sabemos de seus princípios e anseios, gritou em meio ao povo o velho "libertem Barrabás!" ou "crucifiquem Jesus!"...

Culpados somos nós, que estamos sempre à espera de um milagre... de uma cura fácil...

Deixamo-nos enganar e aplaudimos! E de pé! E carregamos nosso verdadeiro inimigo nas costas, iludidos pela espera ou pela chegada de um salvador, de um novo Messias...

A redenção não vem de graça! Não podemos ficar nessa inércia, frente às chamas, e esperar pela chegada de alguém que vá trazer um balde d'água milagroso! É piegas... ingênuo!

É, verdadeiramente, ridículo!

Queremos achar um culpado pra tudo!

Os culpados?

Somos nós...


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Culpado


quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Venha, Ano Novo!

Venha, Ano Novo!


As cicatrizes deixadas por 2020 são inalteráveis máculas gravadas na história...

Tempos difíceis, é o que vivemos...

Fomos jogados em algum capítulo da Comédia de Dante; atravessamos o Aqueronte a nado e distribuímos tapas nas caras de Cérbero... e ainda chamaram-no de vira-lata...

Bastava-nos uma doença... mas a ignorância, as mentiras, a estupidez politiqueira, a verdadeira sandice de uma paixão doentia e facciosa, um fanatismo que ultrapassara as fronteiras da idolatria banal e migrara da política à farmacêutica com a mesma intensidade e insanidade, o “anetismo” sórdido, jogou-nos contra as muralhas de fogo de Dite...

O ano foi um pandemônio inimaginável e, com certeza, suas consequências farão-nos andar, por muito tempo, por sobre poças de sangue, entre prantos e o ranger de dentes dos desesperados...

Em 31 de dezembro, a data finda, mas o “ano” mal começou.

Não consigo – simplesmente – desejar, da boca pra fora, um Feliz Ano Novo... sei que é ilusão. Mas, confesso, a hesitação invade meu ser. A Felicidade pode ser ambígua, mesmo que piegas, mesmo que inocente...

A candura da felicidade, do amor verdadeiro, da esperança por dias melhores, mesmo que pensemos ser banal ou a futilidade dos sentimentos humanos... Ah, com certeza, é melhor que a desesperança, que o desengano ou o apego aos infortúnios que o invisível, aliado à – visivelmente – despreparada governança, submeteu-nos neste ano que se finda...

A Virada de Ano é somente um marco neste tempo imaginário que seguimos... 

A esperança talvez não traga a cura para mal algum, mas leva-nos à Paz necessária para enfrentarmos os demônios que nos cercam...

Desejo Paz, para que a harmonia interior traga-nos discernimento para que possamos decidir e agir com acuidade frente a todo mal, mesmo os que se fazem passar por benevolentes.

Acreditem... Não precisamos de nada e de ninguém acima de nós... Precisamos que estejam ao nosso lado...

Que venha 2021...





sábado, 12 de dezembro de 2020

A FONTE DAS GAROTAS CERTAS


A FONTE DAS GAROTAS CERTAS


A Arte é alheia ao tempo... a Arte não foi, ela é... 

Alguém, em uma conversa, lembrou da obra "A Fonte", de Duchamp... Logo, veio-me à mente a banda paulistana dos anos 80, cuja capa de seu disco faz referência à obra. 

"Akira S & As Garotas Que Erraram"... 

Estes usaram do mesmo conceito "subversivo", na concepção de uma obra inovadora na música brasileira. 

Com letras inusitadas e de certa complexidade, um tanto desconfortáveis - por tirar-nos do elo comum -, usa do baixo elétrico como base de concepção, cuja força, calcada em timbres e texturas precursoras de um conceito às avessas, um tanto "antiguitarrístico", propele sons em "perfeita" contramão, atropelados por um vocal visceralmente desesperado, desconexo e estridente, grunhindo belamente - como se isso fosse possível - coisas do tipo: "o meu amor serrano desceu pelo cano/o meu amor praieiro dançou, salvo engano"... ou: "você dirige o automóvel, eu lhe dirijo argumentos"...

Letras fortes, despretensiosas e poeticamente lindas. 

O disco é um marco quase "desconhecido" na música brasileira. 

A capa, de incomum criatividade, com texturas e materiais distintos, entre plástico e papel, faz desta própria uma perfeita poesia textural, como se as digitais fossem olhos, como se um cego usasse dos dedos, do tato, e lesse um lindo poema em braile.

Akira S & As Garotas Que Erraram não é um prato de arroz com feijão e ovo frito, que você mastiga e engole rapidamente...

Apreciar a arte exige um paladar apurado... 

Digerir a arte - indigesta, para muitos - exige tempo...

Akira S & As Garotas Que Erraram é arte, na sua mais pura essência...

Mas... "Você diz a verdade quando mente"...

E "Engano/ seguido de enganos/ seguidos de planos/ que referendam os enganos/ Lato sensu"...

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quinta-feira, 12 de novembro de 2020

A DISTOPIA DA “REDE”

 A DISTOPIA DA “REDE”


Grandes espíritos sempre encontraram violenta oposição de mentes medíocres” (Albert Einstein).

Quando começamos a ter acesso à internet, lá pelos anos 80 ou 90, pensei que o mundo evoluiria muito rápido, quase uma utopia tecnológica, que hoje vemos… “deu ruim!”.

As pessoas ainda não se deram conta de que mesmo a mentira (“fake news”) mais “inocente”, sendo disseminada pela “rede”, causa sérios problemas para a humanidade. Primeiro, temos que ter a clara convicção de que não há mentira inocente. Toda mentira confunde, gera um raciocínio equivocado sobre outros temas (relacionados ou não) e abre as portas para a “doutrinação”. É como a música… Há uns dias falava com alguém sobre esta questão… A música tem um alto poder de “fixação psíquica”… e nunca tivemos uma qualidade tão ruim, com letras tão vazias e às avessas do que deveria ser a cultura popular… O mundo está imbecilizando… é triste, mas é real. E não se enganem, não há nada de “inocente” na música. Esta é o maior mecanismo de manipulação psíquica do mundo. Tanto que sabemos ser muito usada nas escolinhas, no processo de alfabetização e aprendizado. A música fixa uma ideia em sua mente, muitas vezes de forma definitiva e irretocável.

Temos que estar atentos para não sermos manipulados. Todo esse lixo que nos empurram como sendo a verdadeira cultura popular, é a mais pura manipulação da psique humana.

Através da “mente fraca”, isenta de uma maior capacidade de discernimento, vende-se o que quer, convence e manipula quem quiser.

Raros estão alheios a isto. A maioria do povo, em todo o mundo, está entregue à maré manipulativa, totalmente ou parcialmente. Alguns seguem feitos zumbis, seguindo a tudo que é “moda”; outros, parcialmente, seguem algumas tendências, que afaga seu ego…

É difícil encontrar a verdadeira felicidade em meio a tanta estupidez.

A felicidade em pessoas inteligentes é das coisas mais raras que eu conheço”, disse Hemingway.

Pensar excessivamente é uma das desvantagens mais difíceis de gerenciar em uma sociedade alienada. E não há perspectivas de melhora; tudo tende a piorar. Pareço pessimista, mas não há – infelizmente – nenhuma expectativa científica para sairmos tão facilmente deste círculo vicioso, onde a “mentirinha inocente” abre as portas às grandes mentiras.

Estamos aprisionados à evolução tecnológica.

Quando assistíamos àqueles filmes de ficção científica, em que as máquinas dominavam e escravizavam a raça humana, aparentemente tão longe de nossa realidade, jamais imaginaríamos que seria assim, tão “simples” e imperceptível.

Ando cansado de desmentir informações falsas em redes sociais e mesmo em conversas no dia a dia. As pessoas, em geral, não têm mais a menor capacidade cognitiva para diferenciar possíveis verdades de verdadeiras mentiras, mesmo sendo tão escancaradas e óbvias.

James Fynn, em 1982, ao apresentar sua teoria sobre o avanço do nível de quociente de inteligência, dos filhos sobre seus pais, jamais poderia ter previsto uma reversão tão grande, em tão pouco tempo.

O risco dessa submissão inconsciente é a entrega ao erro.

A maioria das pessoas não gosta de ter suas crenças ignoradas, confrontadas, ou que se prove o erro de seu raciocínio ou escolha. É surpreendente a rapidez com que as pessoas levam as coisas para o lado pessoal e tornam uma simples conversa, uma disputa de egos.

Ando desanimado com a raça humana…

A que ponto chegamos (???)…

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domingo, 8 de novembro de 2020

VEJO PAIXÃO E NÃO RAZÃO

VEJO PAIXÃO E NÃO RAZÃO


Lamento, mas seus ideais estão andando em círculo... no limbo da razão...

Isso não tem muito a ver com votar… tem a ver com questões éticas, morais, com a percepção de um erro que não fora definido nas urnas, principalmente em um segundo turno, no dia em que tivera que tomar uma decisão entre A ou B...

A candidatura deste vermezinho inapto que nos preside teve início muito antes (não, eu não respeito a quem não respeita a mim e a meu próximo)... lá por volta de 2015, no início do processo de impeachment... Ali começou essa psicose que vemos hoje... ali começou essa balbúrdia, digna de torcida de futebol, um verdadeiro hooliganismo... diga-se de passagem, de bem pouca circunspecção... ou de nenhuma sensatez...

Levado a ritmo de brincadeira – coisa inaceitável no âmbito político, onde uma brincadeirinha, aparentemente infantil, pode trazer-nos sérias consequências... que é o que vemos hoje, pois, com quase certeza, teremos 16 anos deste achatamento da cultura brasileira, 16 anos de desprezo popular – esta panaceia vergonhosa colocou o país na chafurda política mundial.

Votar é obrigatório, uma escolha que – sob pressão – temos que tomar... (ou não! Mas não vem, agora, ao caso...) Proteger o indefensável é estupidez.

E não, não estou “torcendo contra”... somente enxergo esta ululante obviedade, tão às claras, esfregada na cara, fedorenta feito merda de cachorro pisada na calçada. Assim como, de outro lado, enxergo essa doentia paixão, a psicose, digna de “mulher de bandido”, que o protege, mesmo após vários e seguidos hematomas.

“Votar é um dever cívico” – apesar d'eu discordar plenamente, mas se é obrigatório... –... mas votar é uma escolha a ser feita; muitas vezes, sob pressão e influência de diversos meios... e, sim, você pode ser enganado... todos – de uma certa forma – podem ser enganados... não deve haver vergonha nisto... vergonha deve-se ter da idolatria.

Certa vez, escrevi um certo trocadilho, uma adnominação oportuna, que Política era a “Lise do Povo”... cada vez mais, convenço-me disto ser verdade...

Votar pode até ser um ato social-participativo... mas pode ser um desastre social, também...

Você pode votar em quem quiser... não precisa dar satisfação a ninguém... afinal, o voto é individual e secreto... mas não é por isso, que precise adotar o político e levar todos os seus problemas (os dele!) para a sua vida (a sua!)... da mesma forma, não precisa colocar-se a sua frente, feito escudo, a fim de justificar um erro de escolha...

Vá às urnas e vote, anule, ou abstenha-se... esta é uma escolha que não diz respeito a mais ninguém... e somente julga, o “teleguiado”, o alheado, o mesmo que acredita em tantas mentiras, que fez das Fake News sua verdade absoluta; o mesmo que concorda com tudo dito pelo Dr. Enéas, menos quando ele disse que anularia o voto (ou votaria em branco), sempre que discordasse de ambos os lados; o mesmo que acredita que quem não vota não tem direitos, não pode exigir... Meu amigo, este é de total inépcia, caso perdido. Eu posso anular meu voto, posso abster-me, e continuarei com todos os meus direitos... e posso exigir, criticar, cobrar... nada muda... o resto são preceitos ideológicos de dominação, uma total subjugação de sua real essência.

Portanto, isso não tem nada a ver com ter votado em... tem a ver com moral, caráter, com ética e respeito... portanto, deixe de ser manipulado e sente-se ao lado do povo. Este deve ser o seu lado... o outro, é de A ou de B... ou de A e B... ou de algo maior que controla tanto A, como B... e não merecem seu suor, seu sangue ou suas lágrimas.

É só minha opinião... Mas acredito ser o mais sensato...

Vejo de tudo, vejo paixão cega e doentia...

Vejo disputa despropositada...

Vejo disparate... e não razão.

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domingo, 25 de outubro de 2020

OS SEGUIDORES DE ONDAS / O EPISTÊMICO E A PANDEMIA PSICÓTICA


O EPISTÊMICO E A PANDEMIA PSICÓTICA


O ser humano – diferente dos demais seres da Terra – por muitas vezes é levado a acreditar em algo que sequer consegue entender realmente...

Por este motivo, muitas vezes – na vida – cruzamos com pessoas que acreditam estar seguindo um caminho por vontade própria, segundo suas convicções e particularidades, quando, no entanto, "seguem uma onda", imitando inconscientemente a vontade, os hábitos e costumes, o estilo de vida e a personalidade de outros...

Por isso nos decepcionamos muito, com muitos.

Por isso é tão efêmera, e ao mesmo tempo resiliente, a cultura de um povo.

O que chamamos de evolução cultural é uma transgressão da essência da natureza humana.

Não são poucos os volúveis de personalidade...

Por isso sempre encontramos no passado a quintessência da cultura que vivemos...

Sempre vamos encontrar decepção nas pessoas tão atreladas à moda e volúvel em sua essência... nas que vivem arraigadas a um momento, resignados pela futilidade de estar em voga.

Estes – com os quais nos decepcionamos – são os Seguidores de Ondas.

Saia dessa psicose, livre-se dessa espécie de ecopraxia... essa subserviência pueril...

Siga o seu caminho, acredite piamente nos seus projetos...

Cada um de nós estará verdadeiramente certo, quando realmente estiver dentro de seu verdadeiro caminho...


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sábado, 11 de julho de 2020

A CIÊNCIA EVOLUI, A POLÍTICA...


A Ciência evolui, a Política...


Ando vendo postagens, há muito tempo, nas redes sociais, exaltando políticos e suas declarações pretenso-científicas acerca do Covid-19... Coisas do tipo : "Bolsonaro tem razão" (ou "tinha")...

Que tipo de merda é esta?

O cara não teria razão, nem se estivesse certo! (e não está!). 

Que tipo de conhecimento teria, pra ter razão em algo tão novo que sequer a ciência ou os maiores especialistas do mundo, têm?

O cara é algum tipo de profeta, afinal?

Ouvir (ou ler) isso de um amigo, que você sabe que tem um certo conhecimento, chega a doer...

É uma espécie de burrice adquirida.

E querer - de certa forma - comparar as "asneirices" desse e de seus asseclas, com qualquer cientista, médico ou outro profissional de saúde - do qual, enquanto veterinário, me incluo - e mesmo com jornalistas, mesmo que estes possam ter propensão a defender os interesses de seu empregador (aí cabe seu discernimento, coisa que só com muita leitura será possível... e leitura ampla, não adianta você ler somente aquilo ou a mídia que lhe agrada. Discernimento se cria conhecendo os dois lados, o céu e o inferno, e não sendo, psicologicamente, bajulado).

Dizer as babaquices do tipo: "ah, mas a OMS dizia aquilo e agora diz isso", "aihmmm, o Dráuzio Varella disse que era gripezinha",  "os chineses disseram que era a e agora é b"... Ora, isso é evolução de conhecimento! O óbvio ululante em qualquer ciência, com qualquer nova descoberta ou objeto de pesquisa!

Acabei de ler um texto de Tiago Novaes, que fala sobre a verdade: "A verdade já não é mais a mesma. Nunca foi. A verdade tem uma história; e já se contaram muitas vezes as suas múltiplas versões".

Em janeiro, nada se sabia sobre esta nova doença e, realmente, todos pensavam (baseado em históricos similares) que tudo se resolveria rapidamente... infelizmente, não é o que estamos vendo...

A ciência biológica não é matemática... é multifatorial, viva, evolutiva e pujante!
A biologia surpreende a cada instante...

Querer confrontar a ciência, baseado em interesses políticos de gente sem conhecimento algum... de verdade... não merece nem comentários...

A ciência é evolutiva! A política... bem, ao menos desde que eu saiba... a política não nos traz evolução alguma...

A política é a lise do povo.


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Falta Leitura





terça-feira, 26 de maio de 2020

PALAVRAS SÃO PALAVRAS


PALAVRAS SÃO PALAVRAS


Como são as coisas...

Veja só... Você - um ser fora d"o jogo" - está sempre seguindo as grandes "armações político-marqueteiras", seja de que lado for, nessa briguinha quimérica entre "direita" e "esquerda", digna de prostitutas disputando o ponto em uma esquina... brigando por um ideal infame, mesmo sabendo que, de qualquer jeito, "vai levar pau".

Ainda não tirei um tempo para assistir, por completo, o vídeo divulgado, da tal reunião ministerial... O que vi foram trechos, e já foi o bastante...

O povo, simplesmente, endoidou!

Que merda está pensando, afinal?!?!

O ser de esquerda, o ser de direita... que infortúnio...

Ambos foram induzidos a olhar, a focar e a comentar, criticar ou defender, apenas os detalhes fúteis.

Ora, o que, afinal, você esperava ouvir destes caras? Nós vemos pronunciamentos destes sevandijas a todo o momento... e sempre foi um lixo!... Claro, uns se enojam, outros aplaudem; tal qual a reação frente a um monte de excrementos, onde uns procuram desviar e as moscas... lambem... 

Sempre foi assim!

Portanto, do que vi, nada é novo e inesperado... É só mais do mesmo e, agora, a portas fechadas...

Vejo muitos - a maioria - criticando ou defendendo (?!?!) o evento dos "palavrões" pronunciados... Ora, não era uma reunião aberta ao público... então, não faz muito sentido perder tempo focado em criticar isto. Mas, da mesma forma, também não faz sentido usar-se disto para enaltecer a personalidade de quem quer que seja. Afinal, o ser em questão - o alvo desta contenda - é um político, abjeto como muitos outros, que foi capaz de gastar, de uma única vez, e por várias vezes, mais de R$4 mil para abastecer seu carro, no Rio de Janeiro, mesmo quando em Brasília... isso mesmo; mais de 1.000 litros de gasolina por abastecida... imagino que seja um carro dos grandes... do tamanho da ingenuidade de quem dá a cara a tapas por um político, um estranho, um ser que já deixou bem claro a que/quem serve.

Bem, o presidente disse uma ou duas dezenas de palavrões... ou mais de duas... pelo menos, do que consideram palavrão... 

De verdade!?... tô nem aí!

Olha... por mim, em "reunião fechada", ele poderia até tirar o autor da "fraquejada" pra fora das calças e bater na mesa, contanto que realmente governasse decentemente o país... mas não está!

E você está preocupado com palavrões? Deveria preocupar-se com o porquê de quererem tanto que você olhe somente para esta "pifiosidade"... 

Preste atenção, não seja tão influenciável... os ditos palavrões, a esta altura da embolada, é o que menos importa... Ou você está preocupado em bater palminhas pro seu ídolo, achando lindo a criancice descabida? 

Ôh, inteligentão! É o Presidente da República... não é nenhum dos seus companheiros de boteco... 

Ele não deveria, mas pode proferir a imbecilidade que quiser, a porta fechada... mas você não pode exaltá-lo por isso...

Por fim, palavras são nada mais que palavras...

Eu posso dizer palavras lindas e sutis e, com sarcasmo, querer mesmo que você se dane... e posso dizer alguns dos ditos palavrões e realmente expressar nossa amizade... pois, os verdadeiros amigos sabem interpretá-los muito bem.

Por fim, a maldade das palavras está na cabeça de quem ouve.

Eu mesmo falo muito destas palavras... e não vejo mal algum nisto. Claro, depende da ocasião... mas a portas fechadas, com uma dúzia dos meus... ah, meu amigo... F#&@-$e!

Não sei bem quem... e também ainda não sei a real intenção... mas alguém deu o pontapé inicial nesta sequência de postagens, focando nos tais palavrões... e você caiu!

Há coisas mais importantes a serem discutidas... Ouvi pronunciamentos ruins para todos nós. Admito que algumas razões, mas muitas prevaricações, muitos desregramentos.

Estão tripudiando a nossa impotência frente ao domínio...

E você...

preocupado com palavrões...

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quinta-feira, 21 de maio de 2020

TOLICE UNIVERSAL


TOLICE UNIVERSAL



(Texto escrito para o Jornal Folha do Sudoeste, no ano de 2005)


Foi difícil aprender que a gente tem que respeitar a realidade; e mais difícil, foi aprender que ela não tem nenhum motivo para nos respeitar” (Eduardo Galeano).


Não canso de repetir que a falta de atitude em relação a coisas tão pequenas far-nos-á, algum dia, pecar com coisas maiores.

Dirigidos pelos insistentes discursos jornalísticos, ou por mera preguiça “do pensar”, guiados pela opinião de algum dos “milhares de experts no assunto”, reclamamos a todo instante do descaso e corrupção política, mas em contrapartida, nada fazemos para as coisas serem diferentes.

Que exemplo damos a nossos filhos, omitindo ou se mantendo omisso às coisas cotidianas, varrendo – “quando varremos!” – pequenas “sujeiras” para debaixo do tapete?

Vamos ser sinceros: será que não faríamos as mesmas barbaridades, se estivéssemos na mesma posição que nossos políticos?

Se somos capazes de subornar um guarda, furar uma fila no banco ou simplesmente deixar de coletar as fezes de nossos cães, das calçadas... é quase óbvio... Muitos dirão não ser a mesma coisa; mas sinto muito desapontar... É a mesmíssima coisa!

Na verdade, falamos demais.


Às vezes, manter-se calado é uma grande virtude.


O silêncio é o ouro dos pobres”, enfatizou Chaplin, com sua simples e modesta genialidade.

E o ser humano – em especial, nós, brasileiros – adora opinar: quem matou a menina, quem foi o responsável pela queda do avião, quem atirou primeiro, teve tiros antes ou depois, quem foi o culpado... Afinal: todo mundo opina, critica, acusa e – em pouco tempo – esquece... Não tenho muita opinião sobre estas coisas e, aliás, respeito as fatalidades, a dor dos familiares, mas creio que esse martírio de informações saturadas beira a “banalidade das telenovelas jornalísticas”... E eu, com minha vida simples, não tenho nada a ver com isso. Não quero saber de quem foi a culpa do acidente do avião que seja, quem jogou a menina da janela, se ela já estava morta ao ser jogada, se a bomba estourou antes ou depois de algum disparo de arma de fogo de “um corno amargurado”.... Ora, se quer matar a ex-namorada, que entre lá e acabe tudo com um só disparo, não fique lá fazendo “novela”, gastando o dinheiro que pagamos em impostos para serem usados para segurança pública... a polícia tem muito mais o que fazer que ficar lá plantada por dias, impedindo a vida normal, o direito de ir e vir e a privacidade de centenas de pessoas que nada tinham a ver com aquela banalidade. É trágico? Claro que sim!!! Mas ninguém mais, além daquelas poucas pessoas envolvidas, tem a ver com aquilo tudo. Não é questão de insensibilidade... mas se eu estivesse no comando, sinceramente, daria ordens para acabar com o covarde, na primeira aparição na janela... um só disparo, certeiro, bem no meio da testa... pronto!... tudo resolvido... e, assim, voltaríamos a nossa vida normal. Simples assim... E com o “bônus” de duas vidas; duas garotas a salvo.

No Brasil é assim: ninguém sabe, exatamente, o que se passa com sua própria vida, com seus familiares, em sua casa; mas o interesse pela vida alheia, a vontade utópica de estar envolvido, de alguma forma, com fatos que fogem a sua realidade, de quebrar a barreira da individualidade, da particularidade dos problemas de um terceiro, é um alarde popular. Mas claro, sei que isso é um fenômeno universal, humano. Não é exclusividade de nós brasileiros... O ser humano é mesmo assim... O brasileiro só é... como posso dizer?... um pouco mais... não... muito mais!

Agir de forma segura e prudente, calculando uma possível falha que possa causar acidente, não faz parte do cotidiano do povo brasileiro. Graças ao “apreço” que temos com a “Mãe Natureza”, não temos vulcões, terremotos, maremotos, furacões ou qualquer outro fenômeno de maior gravidade... senão, seria nosso fim.

Sei que – infelizmente – os brasileiros são assim: só tomam atitudes depois que o pior acontece. É quase um atestado de burrice, cultural do brasileiro. A cultura da estupidez. O brasileiro só passou a usar cinto de segurança, quando começou a receber multas, e olha que é um acessório de segurança pessoal. Prestem atenção no cheiro terrível que exalam as “bocas-de-lobo” (bueiros) nos centros de nossas cidades... Saibam que é porque muitas construções lançam seus dejetos (esgoto) em tubulações de água pluvial (que só deveriam escoar águas de chuva). Isso denota a arrogância, o mau-caratismo, o desdém para com a sociedade que convive... Não interessa o bem estar, a saúde, o meio ambiente ou sequer o bom senso. São sim, irresponsáveis, corruptos, inescrupulosos e não estão nem aí para o problema... nem mesmo se este problema também os afete.

Aquela velha mania de brasileiro, de esperar que os outros façam primeiro – ou de pensar: “ah, todo mundo faz mesmo...”, “ah, é só uma coisinha de nada...”, “do que adianta eu me preocupar, ninguém respeita mesmo!” – é o problema de tudo que sofremos. É um problema, um paradigma, de centenas de anos, herança de nossa colonização. Quem povoou as terras brasileiras, veio atrás de riquezas, bem no estilo “custe-o-que-custar”, o mesmo estilo que vivemos até os dias de hoje... Não tinham o hábito da leitura e não tinham outra opção de escolha.

Assim somos nós: herança de um povo sem cultura, oportunista e sem qualquer escrúpulo.

E o que fazemos para mudar essa situação?...

Nada!

Nossos filhos estão aí, assistindo nossas atitudes, aprendendo nossos erros e manias – e não, infelizmente, aprendendo com –.

É isto...

Infelizmente estamos seguindo o mesmo caminho que nossos colonizadores...

e vamos estar nele...

até que as pequenas atitudes...

façam

a diferença.



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terça-feira, 28 de abril de 2020

AH, MEUS CAROS!


Ah, Meus Caros!


Não sou perfeito, não sou dono da razão, não sou especialista em nada... sou gente comum... mas... penso.

Leio sobre tudo, qualquer coisa... mas - considero - nem leio muito... não decoro o que leio e não sei fazer uma citação sequer daquilo que acabara de ler... Leio e - simplesmente - entendo. Se eu não entendi, leio novamente, procuro outras fontes, releio. Leio Deus e o Diabo, o lado A e o lado B, não me contento com uma só opinião sobre algo.

Pesquiso sobre qualquer coisa... quem me conhece, sabe... até as coisas mais "inúteis"... embora acredite, tenho certeza, que nada seja inútil... tudo participa de um complexo de lógica.

Ler, pesquisar, estudar... é o que eu faço.

Ler é como abrir passagens... caminhos que nos levam ao discernimento sobre vários assuntos. Saber um pouco de tudo cria ligações para o inimaginável. É impressionante as deduções que surgem, aparentemente, do nada... as inferências surgem das menores premissas. Muitas vezes, basta-me ouvir algumas poucas palavras... as deduções surgem por lógicas, disparadas por ligações neuronais... resposta da soma de fragmentos de muitos dos poucos que já fora lido... este é um tipo do chamado "sexto sentido".

Pois é...

E é difícil acreditar em algo, quando se tem discernimento...

E descobri que ter bom senso coloca-lhe de frente à insensatez, repulsa, rechaço... 

Não é nada fácil... mas nego-me a ser mais um dos iguais.

Isto tem levado a atritos constantes, a ser-me tachado de tudo que não sou...

E, na verdade, com isso, nem me importo... O que não sou - pode ter certeza - é covarde... Não vou curvar-me à imbecilidade, à subserviência indigna... Não sou gado, não sou rebanho, não sou parte de um joguinho de outrem. Não me curvarei ao conforto dos enganados...

Quando, há alguns anos, falei aquilo que via, que entendia e pensava sobre coisas, instituições e pessoas... simplesmente fui rechaçado... vi, claramente, muito (e um pouco mais) de muita coisa que muitos agora veem... fui  esculachado por dizer o que muitos agora bradam...

Seria minha vez de distribuir belos tapas nas caras dos estultos?

Acho que sim.

Tolero a inocência...

... a burrice, nunca!

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sábado, 18 de abril de 2020

IDOLATRIA E FANATISMO - A inconsciente derrocada do indivíduo


IDOLATRIA E FANATISMO

A inconsciente derrocada do indivíduo


“Do fanatismo à barbárie, não há mais do que um passo, já dizia o filósofo francês, Diderot.

Fanatismo é o sentimento de cuidado, de fervor excessivo, que pode levar à intolerância; é a excessiva admiração – cega e intensa – demonstrada por alguém a algo ou por outro alguém, que pode ser uma religião ou doutrina, um político, um sistema, um artista, uma figura pública... Aquele que se mostra impossibilitado de ouvir argumentos diferentes do seu, em discordância com seu objeto de idolatria, pode ser considerado, hipoteticamente, fanático.

Segundo a teoria psicanalista de Freud, o inconsciente do ser humano é divido em três partes: id, superego e ego; onde id é o aspecto instintivo e representa o desejo de necessidades primárias e a satisfação de tê-las. O superego é o aspecto moral da personalidade. Já o ego – o “eu” – caracteriza a real personalidade de cada indivíduo. O ego mantém a harmonia entre o id e o superego, impedindo o indivíduo de agir baseado apenas em seus impulsos primitivos, traçando um equilíbrio com os padrões morais e idealistas, criados pelo superego. Na perspectiva Freudiana, um sujeito fanático é aquele que entrega o seu superego, abandona seus princípios morais, à benesse de uma outra pessoa, objeto ou causa idealizada.

O fanatismo é – geralmente – impulsionado por influência de um grupo – uma “multidão” – que atenda aos instintos básicos do indivíduo. De acordo ao psicólogo social e criminologista austríaco, Hans Toch,“em uma multidão, o senso de universalidade de comportamento e o enfraquecimento de responsabilidade individual influenciam fortemente o comportamento coletivo emergente à medida que o número de pessoas no grupo cresce”.

Lorelei Kelly, cientista política, especialista em democracia inclusiva, da Universidade de Georgetown (EUA), sugere que as mídias sociais são uma ameaça para a democracia, a personalidade ou moral individual, pois, por meio de mecanismos automatizados de difusão de desinformação, facilita a manipulação de indivíduos vulneráveis. Nas redes sociais, ideias manipulativas, criteriosamente formuladas, acabam encontrando “eco” entre outros usuários e se retroalimentando, movidas por uma obsessão descontrolada.

Em 1895, em seu livro “Psicologia das Multidões”, Gustave Le Bon explanou sua teoria do contágio, afirmando que as multidões exercem uma influência hipnótica sobre determinadas pessoas que, protegidas pela condição de indivíduos anônimos, abandonam suas convicções individuais e cedem às emoções contagiosas da massa. Assim, a multidão assume vida própria, agitando emoções e conduzindo pessoas para irracionalidade. Não pertencer ao grupo, estar em desacordo às vontades e ideais deste, é visto como ameaça. Uma multidão é um rebanho servil que existe pela presença e vontade de um “líder” que não necessariamente é o “objeto” do fanatismo. De forma mais prática, pode-se dizer que as interações sociais se fortalecem quando indivíduos passam por momentos difíceis, desesperançosos, traumáticos ou por frustrações, de maneira que suas ações e pensamentos são diretamente afetados por um grupo, e assim, estes indivíduos passam a refletir coletivamente o mesmo comportamento, expressando instintivamente, irracionalmente ou inconscientemente as mesmas ideias. “Nas grandes multidões, acumula-se a estupidez em vez da inteligência. Na mentalidade coletiva, as aptidões intelectuais dos indivíduos e consequentemente suas personalidades se enfraquecem”, disse Le Bon.

Freud, em análise desta teoria do comportamento de massas, afirma que “quando uma pessoa se torna membro de uma multidão, sua mente inconsciente é liberta. Isso acontece porque as restrições do superego [o núcleo moral da consciência] são relaxadas, [enfraquecidas]. O indivíduo, então, tende a seguir o líder carismático. O controle do ego sobre os impulsos produzidos pelo id diminui e o instinto, normalmente confinado em sua personalidade, vêm à tona. Deste modo, a multidão fornece uma libertação momentânea de desejos reprimidos”. Obviamente, nem toda multidão expressa o mesmo comportamento inconsciente e servil.

Este tipo de comportamento é um mecanismo de enfrentamento às dificuldades do momento, que pode trazer uma falsa sensação de razão, de certeza, de sensatez e prudência, mas que pode levar o indivíduo ao desequilíbrio emocional, à volubilidade, e que podemos perceber facilmente nas redes sociais. Um bom exemplo vivemos agora, com todos estes aspectos políticos, mesmo frente a um sério problema, cujos protagonistas conseguiram enxergar as frustrações de um grupo, o desejo de encontrar uma salvação, um amparo... Criou-se uma (falsa) razão para uma lógica quimérica, uma utopia inatingível, mas facilmente alimentada por falsas esperanças. É fácil perceber o envolvimento inconsciente de um indivíduo às vontades impulsionadoras de um grupo, quando há uma persistente defesa do “ídolo escolhido” e este se torna inatingível. “Não erra... e se errou, foi sem querer”. “Se você não o apoia é você que está errado e não presta”. O indivíduo atingido não tem dúvida sobre o caráter do ídolo, mesmo sem realmente conhecê-lo, e o defende arduamente, colocando-se como “escudo” frente às ameaças racionais que infringem a sua falsa lógica.

O psiquiatra brasileiro Luiz H. N. Da Silva estudou o comportamento político de massa nas redes sociais e alega que o fanatismo pode ser enquadrado na categoria de transtorno psicótico e, particularmente, um “transtorno delirante persistente”. E há lógica científica nesta alegação, pois este comportamento é desencadeado pela dopamina, um neurotransmissor responsável pela manifestação das emoções e que se ativa mediante a sensação de prazer. Quanto mais inesperada é esta “recompensa neurológica”, maior a sua ativação. Especialistas afirmam – e pelo que vivemos nos últimos 5 anos, torna-se fácil perceber – que “é mais fácil que um fanático mude o foco do seu fanatismo do que passe a adotar um comportamento tolerante”. Esta estrutura mental adquirida, estas distorções cognitivas, faz com que o fanático tenda a dividir a sociedade entre o que pensa, o que aceita como a “verdade absoluta”, e o inimigo, colocando este em um único e ilógico grupo (direita x esquerda). O fanatismo é uma “muleta”, um escudo de proteção à insegurança e ao medo do julgamento dos demais e, assim, enclausura-se em convicções absolutistas e inquestionáveis, para não ter que enfrentar a realidade e sua própria fragilidade.

O fanático tem uma visão maniqueísta sobre sua causa, cultivando a dicotomia bem x mal, onde o mal reside naqueles que o contrariam, levando-o a adotar condutas irracionais para impor seu ponto de vista. A autointitulação – por exemplo: “gente-de-bem” –, acompanhada da rotulação única de todos que o contrariam, é característico do fanatismo.

“A ciência sem fé é loucura, E a fé sem ciência é fanatismo” (Martinho Lutero).

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IDOLATRIA E FANATISMO


quinta-feira, 24 de outubro de 2019

UM UNIVERSO EM NOSSAS MÃOS E O ESCRAVO PASSIONAL


UM UNIVERSO EM NOSSAS MÃOS E O ESCRAVO PASSIONAL


(Texto escrito para o Jornal Folha do Sudoeste,
edição de 26 de out de 2019)


Deixamos de pensar, quando fomos dominados pela tecnologia.

O raciocínio foi suprimido pela automatização...

E parece bobagem saber se escreve-se com “x” ou “ch”, “mexer” ou “mecher”... afinal, o corretor cumpre sua função, e não damos importância...

Sabemos que é imprescindível tomarmos algumas decisões na vida, mas não nos damos conta de que estamos sendo direcionados, de que nosso inconsciente está sendo escravizado pela massiva quantidade de informações, tendenciosamente desenvolvidas para cumprirem suas funções: conduzir-nos e decidir por nós.

A história da humanidade jamais presenciou uma forma de escravidão tão tranquila, submissa, conivente pelo próprio escravo, passiva e servil.

O advento dos “smartphones” trouxe uma condição única de controle, tão fácil e tão imperceptível, que nós próprios entregamo-nos. Não ditamos os objetivos dos planos, mas damos - “de bandeja” - todas as diretrizes a serem tomadas para nosso próprio controle e domínio.

Cada postagem, cada clique, cada mensagem que postamos, é uma parcela de um perfil, automaticamente criado, que facilita o direcionamento, a criação e desenvolvimento de ações de domínio.

Não sejamos tolos de achar que isto é teoria de conspiração!

As “fake news” fazem parte disto. Governos estão sendo instaurados, baseados nestas ações.

Tudo gira fundamentado neste grande universo que cada um de nós carrega em nossas próprias mãos. E, no entanto, não temos real controle sobre ele.

É fácil perceber o quanto estamos sendo  inconscientemente conduzidos, quando vemos, em redes sociais, uma mesma pessoa, em um momento declarando-se favorável à liberação da caça e, em outro, mostrando-se estarrecida com a matança cruel de uma onça...

Mentiras tornam-se “verdades”, tão rapidamente e de forma tão disseminada, que torna difícil ou até impossível de contestar, de corrigir...

"Cebolas espalhadas pela casa combatem doenças, o MST é uma organização criminosa, o quiabo combate a cinomose em cães ou uma atriz pornô internacional, em pose discretamente sensual, ganhou uma olimpíada de matemática e mora no nordeste brasileiro".

Simples assim!

Mentiras tão bem articuladas, planejadas e disseminadas que, mesmo após anos de desmentidas, continuam circulando e tornando-se “verdades”. Algumas são bobagens e outras, perigosas... e todas conduzem-nos à falta de raciocínio lógico ou de decisões conscientes.

Confia-se muito mais nas “fake news” que nos telejornais, mesmo sabendo que estes têm décadas de existência e uma equipe enorme e responsável para certificar a veracidade das informações... Estes podem errar, obviamente, e até mesmo “tendenciar” algumas informações a beneficio de alguns grupos, mas ainda assim, é mais confiável... e, aí, cabe o discernimento...

Muitos preferem acreditar nas postagens veiculadas nas redes sociais ou em suposições, em hipóteses empíricas, em "achismos", que em livros que retratam a história e que são reconhecidos no mundo todo.

Acreditam, tão cegamente, no "ilusionismo", naquilo que simplesmente vê sem qualquer análise do contexto – sem pensar –, que são facilmente conduzidos ao apoio daquele que escraviza.

"Qual quereis que vos solte, Barrabás, ou Jesus, chamado Cristo?"... "Solte Barrabás! Condene Jesus!", bradou o povo. Todos conhecem essa história, porém, vendo o que estamos vivenciando, passo a acreditar que nada entenderam disso tudo.

O que vemos é “meia dúzia” de pessoas sendo pagas para impactar, e uma multidão seguindo cegamente... e, assim, corre-se o risco de libertar os Barrabases de nossa era e tecer a coroa de espinhos para os nossos Cristos.

Sabemos que o pensamento consciente proporciona a capacidade de discernimento e solução de problemas e coloca-nos no controle de nossas vidas. Mas vivendo aprisionados em uma pequena tela, um mundo aberto em nossas mãos e que permite a outros conduzir-nos, é tão perigoso quanto dar-nos passivamente às correntes que detinham, sob domínio, os escravos, no início da história de nosso país.

Você pode estar se perguntando o que isso tem a ver com uma coluna pet. Posso responder, que tudo. Estamos vendo as pessoas sendo dominadas pelo modismo, de forma muito mais acentuada que em outras épocas. Gente confiando cegamente em postagens que se replicam de “site” a “site”, sem que sequer saibamos sua origem. Um moleque de 13 anos passando a ditar regras e sendo mais escutado e considerado que a opinião de um profissional...

Deixou-se de ouvir um profissional, com décadas de experiência, para seguir algum tutorial tolo e empírico ou um apanhado de "falsas verdades", colocando em risco a saúde de nossos animais e de nossas vidas.

Podemos pensar ou sermos conduzidos...

E cada um pode escolher o seu caminho...


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