Mostrando postagens com marcador Poesias. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Poesias. Mostrar todas as postagens

domingo, 26 de junho de 2022

Euxesta - A Saga


Euxesta sp


Euxesta sp. "da 0:00h"


Ela veio e ficou...

Rodeou a base de minha taça,

balançou as asas, tremulou...

Com a ponta de um dos dedos, aproximei...

Tentei tocá-la, recuou...

Dei mais um gole, 

até parece... ela me olhou!!!

Com a ponta do dedo, uma só gotinha,

no guardanapo, bem ao seu lado...

eu sei... ela gostou.

O que ela faz aqui, não sei.

Um milharal é tão distante...

mas ela gostou do meu espumante...

Talvez queira ser Deus, 

por um instante...

Talvez, como eu,

somente admoestar um ignorante.

Talvez, enquanto Deus,

esmagar os intolerantes...

por um rompante...

ou apenas se entorpecer, sem fazer nada.

Seja o que for, que aqui a trouxe...

Bem vinda, companheira da madrugada...


...

..

.

..

...


Euxesta sp.


Euxesta sp. "Ah, não! Ah... ok!"


Agora ela exagerou!

Tomou conta da minha taça...

aos prazeres, deleitou...

"Milho!? Uma ova!"

Para a vida plena, ela acordou.

Até tentei espantá-la;

ela voltou...

Rapidamente, eu percebi...

"Que direitos tenho, 

sobre a vida deste ser?"

É tão pequena, quase despercebida,

silenciosa como a noite,

e no silêncio, noite a dentro...

"curta seus minutos, e eu, os meus..."

Levantei-me, placidamente...

"Aproveite, talvez seja seu último dia,

de repente..."

Outra taça, eu me servi... 

e com ela, até brindei!

Com o tilintar, ela, assustei...

Agora eu sei... ela me olhou!

Rapidamente suas asas tremulou,

mas ali mesmo, parada, ela ficou.

Bem devagar, deitei a taça...

e deslizando pela transparência,

o líquido translúcido, rosé,

a brindar sua inocência,

a última gota a alcançou...

E ficamos nós, tão distintos,

egrégios da madrugada,

indiferentes às nossas diferenças...

por um momento, quase tive certeza... 

em meio a um gole tão minúsculo,

tão prazeroso, tão singelo...

carraspana, bebedeira,

talvez até um presságio obscuro...

sua dança trêmula, feito bandeira... 

Ah, ela olhou em meus olhos!

E algo, sei, ela quis dizer...

talvez um alerta...

Ou insulto?

Pouco importa...

se neste mundo...

um pensamento, por mais profundo,

tem um efeito tão vagabundo...

Ah, faz de mim seu confidente!

Conte-me, enfim, o que essa gente,

que tanto vangloria ser diferente

- "somos o bem... vocês, o mal!" -,

quer do mundo, pra si, afinal...

e que o resto, desgraçadamente,

lamba as latas de lixo...

angustiadamente...


.

..

...

..

.

segunda-feira, 15 de novembro de 2021

video 2021 10 23 21 20 03

Muito do que sou hoje, devo a essas pessoas, essas bandas, seus poemas rodados em vinil, à velocidade suficiente para fazer-nos pensar... e pensar mais e mais... e a buscar por informações, a ler, a perceber, a agir... a ser... O Punk, acima de tudo, é arte. E arte é a base da capacidade de discernimento. Arte crua, nua, violenta na medida certa... clara, certeira... Alguém, há poucos meses, quis me convencer que a música passa por seu momento mais criativo... Hoje? Ah, tá... Vamos falar da nossa gente brazuca... e não do punk, mas de toda uma leva de bandas com algo muito, mas muito além de peitos & bundas... A você, que disse essa sandice, tenho a dizer, simplesmente, que nunca ouviu nada dos anos 80 e 90, que não fosse o lixo radiofônico de sempre.. só isso. Nunca ouviu Virna Lise, Vzyadoq Moe, Patife Band, Picassos Falsos, Mercenárias, Sexo Explícito, Skowa e a Máfia, Hojerizah... Os Mulheres Negras, Akira S e as Garotas que Erraram... Black Future, Cabne C, Defalla, Crime, Felline... Língua Chula... Você não sabe é de nada! Só isso... ...






terça-feira, 7 de setembro de 2021

CONSCIÊNCIA ABLASTÊMICA

 


CONSCIÊNCIA ABLASTÊMICA


A independência de um país,

Que a utopia alimenta.

Podem chamar de nação!

Mesmo que real fosse,

Liberdade não reflete...

Lábaros que ostentas, inibem!

Fronteiras aprisionam,

Tudo o que representa.


Prisioneiros é o que somos

Não se sabe, nem porquê...

Escravos sofismados, 

Submissos conformados

Independência, de que?


Se ao lombo de um jumento

Arriado detrás da moita

Sem brado, sem pompa...

Sequer as mãos limpas!

Cólica e diarreia, suando frio...

Nenhum explendor...

A verdade, sorrateira, nos açoita...


Independência, desde quando?


De bandeira, um breve epítome

Estamos verde, é de raiva

Amarelo à luz do medo

Azul cianótico, a inalar fumaça

Branco? Só se for de fome!

Não há estrelas que avistemos

Senão, das pauladas que levamos

Na faixa não há ordem...

E desde quando há progresso?


Terra abençoada?

Jamais a alma lavada...

Celeiro do Mundo?

Um pesadelo profundo!


Os gorjeios estão roucos...

A riqueza que mata de fome, aos poucos...

Ablastêmica semente da lucidez

Ávida paixão de loucos!

Psicose egoísta e dualista...

O céu da verdade...

Agora é cinza!

...

..

.






quinta-feira, 24 de junho de 2021

TEMPO PERDIDO



TEMPO PERDIDO


Ah, tempo...

Há quanto tempo

Não tenho tempo

Para valorizar o tempo 

Que perdi, por muito tempo

Esperando o tempo

Certo de que o tempo

Um dia, a contento

Dar-me-ia tempo

De sentir

Na alma...

O tempo...


>< <> ><


Tempo


sexta-feira, 18 de junho de 2021

A CHIBATA DO TEMPO


A CHIBATA DO TEMPO


Texto publicado no Jornal Folha do Sudoeste - Via Poiesis - em 15/06/2021 

http://jornalfolhadosudoeste.com.br/2021/06/15/a-chibata-do-tempo/


        Quando nasci, o ano da morte do filho* do lixeiro e da empregada doméstica, que, com sua genialidade, por volta de 1929, respondera, em versos, a uma questão de uma prova de Física, pude sentir todo o ódio do mundo. Soube disso, obviamente, muitos anos depois, mas sei o que senti, pois esta seria a carga que me deprimiria por toda minha vida. Fui uma criança de poucos sorrisos.

        Quando se tem cinco anos de idade, o mundo é muito estranho... e o prazer e o medo andam lado a lado. Uma mudança nunca é confortável... e quando se é criança demais para entender os porquês, e o sofrimento - e a angústia - e a grande preocupação dos pais sai, feito suor, pelos poros, o trauma por medo é carregado feito chumbo... torna-se um peso para a vida toda, que vez por outra vem à tona. Eu lembro exatamente do dia em que chegamos àquela vila... a madrugada era fria... não sei se para o corpo... ou para a alma.

        O amor havia, mas, por longos anos, fora suprimido pelo mal. Este, sem piedade e sem qualquer remorso, castigou-nos por longos e penosos anos... dias de amarguras, de tamanha carga negativa, que era possível senti-la no ar. Algo tão denso e viscoso que uma navalha poderia cortá-lo; mas a regeneração do mal era certa. Um verdadeiro choque na alma, que, aos conscientes, não seria apaziguado tão cedo.

        O amor, sim, havia... e até salvou minha vida quando a medicina dissera que eu estaria mentindo; "pura manha" foi o que ouvi, ao longe... foi quando, ainda aos sete anos, descobri o que era arrogância.

        Vivi dias maravilhosos também... muitos! Havia uma liberdade livre das atribuições ou atribulações do medo, uma animosidade suprimida pela inocência. Mas os dias sublimes eram recheados de subtâneas e injustificáveis vergastadas que não habitavam somente os pesadelos. E os pesadelos eram recorrentes... e vivos!

        O amor, quase que compulsoriamente, havia; mas não havia tempo de expressá-lo... os dias eram difíceis... muitos encargos diários que não cabiam em um só dia. Os sentimentos foram suprimidos pelas dificuldades cotidianas. Quando não se vence o sofrimento - as angústias - o coração empedra-se. É acrimonioso o coração de quem pena.

        E a vida seguia seu curso... e os pedaços de mim perderam-se pelo caminho... e pelo tempo... e nunca mais eu pude resgatá-los.

        Como os anos quebram-se, feito vidro ao cair ao chão!

        O tic-tac do relógio - coisa que não existe mais na vida das crianças de hoje - incomodava-me muito, e não adiantava em nada pará-lo... o tempo não obedecia às minhas vontades, o tempo empurrava-me com força.

        O ano era 1979... e aqui, eu desceria um degrau em minha relação social. Uma outra mudança repentina doeu muito, e muito ficaria, definitivamente, para trás.  O choque cultural, as malícias que eu não conhecia; o ludíbrio moral... a falta de tudo que não coube na mudança, e jamais caberia... o âmago; conquista de um espaço abstrato entre a dor da lapada e a liberdade da inocência. Até esse momento, eu precisava apenas ser eu. Esse era o único valor que realmente importava... tudo, e todo o resto fora da essência do ser, eram apenas futilidades, mundanas demais para serem relevadas. E agora, tudo mudou. O avesso da alma desnuda...

        Entendi que estaria sozinho... a sensação daquele momento poderia equivaler-se a estar trancado em um quarto escuro com um tigre.... e eu não tinha escolha.

        O amor, à distância, havia; mas não se podia sequer ouvi-lo. Eu não estava só, mas éramos três crianças, inconscienciosamente aos cuidados de outra. Cem quilômetros foram estabelecidos para que pudéssemos estudar... e não havia nenhuma forma de  contato. Viver sozinhos foi a única opção de "vida melhor"... um quase abandono obrigatório por circunstância única. É difícil compreender, mas fora um desarrimo por amor. Expressão única, personificação abstrata. Sim ou não, amor deve ser o que vocês acreditam ser Deus. Eu, no entanto, não compreendo amor, tampouco Deus. Eu aprendi a olhar o mundo por mais de duas perspectivas, mas a superficialidade eu via em todos os outros, para onde quer que eu olhasse.

        Só uma coisa mudou, naquele momento, para melhor... e, por algum tempo, eu sequer percebi. Foi aí que aprendi que o amor desfere chibatadas, com maestria.

        E eu odiava ouvir a Rita Lee... "nas duas faces de Eva, a bela e a fera"... esse era o sinal de que chegara a hora de ir para a escola. Naquele momento, a escola não era um lugar confortável para mim... lá eu apanhei, fui humilhado, roubado... fui excluído por ser pobre, rejeitado por ser forasteiro; ninguém sabia da minha origem, nem conhecia minha família. Para eles eu não tinha nada a oferecer e, obviamente, isso incluía nada mais que matéria.

        A escola era pública, mas havia uma divisão de classes absurda e eu estava exatamente no meio da balança... rejeitado, por um lado, por não ser tão pobre, e por outro, por ser pobre demais. A timidez, naquele momento, não me ajudava em nada... e a introversão, muito menos.

        Hoje, até agradeço... talvez, tornar-me-ia apenas mais um ser volúvel, persuadível, de extrema futilidade. Afinal, é caindo que se aprende andar... as dificuldades trazem valor à vida. Agora, entendo a efemeridade daquele tapa social e o bem que a dor trouxe para a formação de minha personalidade... mas, à época, um ano era interminável... e a dor era intensa.

        Muita coisa rolou, durante seis anos... o bem e o mal trilharam abraçados... amantes, absurdamente, inseparáveis. Descobri que o bem é - quase sempre - frágil... e o mal - sempre - a personificação do próprio Mal.

        1984 foi um ano limítrofe, e eu sequer havia lido Orwell... e uma sensação anárquica fervilhava dentro do meu eu.

        No ano anterior, muita coisa anunciava o que viria de mim... eu estava cansado. As chibatas do tempo, as feridas abertas na alma, as máculas de uma vida inteira, são as forjas que moldam a personalidade... efígie gravada na consciência.

        A virada de ano trouxe, com apenas mais uma data, um novo eu. A timidez e a introversão continuavam a existir, como existem até os dias de hoje, mas eu as esmagara debaixo de toneladas de ódio, jogadas no porão da mente. Mesmo subvertendo meu próprio ser, jamais fui falso, sempre fui verdadeiro, apenas havia suprimido angústias e medos.

        Nesse momento, descobri que eu poderia ter algo a oferecer... e percebi que a cultura e o conhecimento poderiam ser armas para conquistar o meu espaço, mesmo na mais leviana sociedade... e que isto teria um valor inestimável, mas que ninguém - jamais - poderia roubar-me.

        Ouço vozes o tempo todo... não é insanidade! São lampejos da razão... centelhas de uma vida inteira, plasmada no que realmente sou...

        A dor deu lugar ao juízo... as feridas da alma, transmutadas em pura lucidez; a prudência é a mão em meu peito... que agora, empurra-me contra o tempo.

...

* Carlos Marighella nasceu em Salvador, em 1911; filho de Augusto Marighella, um imigrante italiano, e Maria Rita do Nascimento, negra e filha de escravos. Antes de tudo, e - talvez - mais importante que quaisquer de suas ações, Marighella era um grande poeta. A poesia é a força motriz da consciência ativa, base de qualquer revolução. Foi preso por uma de suas poesias. Foi torturado por pensar. Marighella foi morto a tiros, em uma emboscada, no dia 04 de novembro de 1969. Se foi um herói ou um vilão, não cabe a mim julgar... enfim, essa não é a história de Carlos Marighella... é apenas uma representação do ódio que pairava no ar. Sete dias depois, numa terça-feira, um fórceps trazia ao mundo mais um "pensador inconformado"... essa é a minha história!

.,.,

.,.

.

A Chibata do Tempo


domingo, 30 de maio de 2021

ABREM-SE AS CORTINAS DE UM LINDO DIA


ABREM-SE AS CORTINAS
DE UM LINDO DIA


Boa parte do que vejo, cega!
O infinito, à visão, finda em linha reta.
Tenuidade entre escuridão e o resplandecido...
Tudo que vejo é pouco, mas interessa...
E o que passou é parte do que ainda nos resta.

A paisagem pode ser bonita ou indiferente;
Grandemente admirada ou simplesmente ignorada.
Definições da óptica, realista e perfeita,
Ou um impecilho a ser traçado,
A quem, a vida real, rejeita.

A beleza depende da alma que a recebe;
O prazer, da beleza, mesmo distante,
Ou da solidão, que por um instante,
Mesmo que de relance, vê no simples,
Airosidade do eterno recriar.

Alvorece; lindo sol a despontar...
Voe livre como um sonho...
Em minha vista seus encantos,
Em minh'alma a magia,
Abre as portas a um lindo dia.
.
..
...

* Imagem criada sobre a foto original de Cleusa Piovesan

terça-feira, 25 de maio de 2021

A SAUDADE SERÁ O SEU INFERNO


A SAUDADE SERÁ O SEU INFERNO


Sinto imensamente, meu amigo...

Estamos perdendo conhecidos, colegas, amigos e parentes... e, a muitos, parece que o mundo parou em uma estática doentia em que a razão perdera a razão...

É lastimável que esta doença viral tão invasiva tivera coincidência cronológica com essa psicose ainda mais danosa ao país...

Muitos enxergam médicos como deuses, políticos como anjos que vieram pra nos salvar e padres e pastores, como um elo de ligação divina... 

Vejo pessoas divulgando laboratórios farmacêuticos, como se fosse a grande salvação.

Vejo fanatismo irremediável ao saírem pela tangente a cada nova decepção àquilo ou àqueles que defendem ou defendiam fervorosamente.

Vejo fé demais àqueles que dizem servir ao divino e quase nula quando o real divino se faz presente. Divina é a natureza que destruímos... divino é o povo humilhado... divino é o pescoço a que você sempre pisa.

É uma grande bobagem o que estamos vivenciando! Essa imbecilidade política não vai salvar-nos... nem essas miracle drugs ou seus pseudo-protocolos de tratamento precoce... talvez, nem as vacinas, se a gente não se cuidar.

E a fé... esta pode acalentar... e poderia, de repente, até nos salvar, se real e verdadeira, realmente fosse. A fé por medo, a fé por engano, a fé por ignorância ou a fé por desespero, nunca nos salvará de nada!

A pandemia é real... há muitas covas abertas em tão pouco tempo...

O tempo passa rápido e a dor deixa seus rastros...

Vai passar?

Vai! Tudo passa!

A dor passa, o sofrimento passa... e a virose também terá seu tempo...

Mas a saudade, meu amigo, ao contrário da vida... é eterna...

...

..

.


noite


quarta-feira, 19 de maio de 2021

QUINTA

Em 23 de dezembro de 2019, a escritora Andreia Donadon Leal cria a QUINTA, uma nova forma poética.

A QUINTA é um poema sintético; um poema de cinco versos, sendo os quatro primeiros, de dois vocábulos e o último, com um só vocábulo. Obrigatoriamente, o segundo e o quinto versos devem rimar entre si. 

Um poema sem métrica, sem título e de pontuação opcional.

O último verso faz o fechamento do tema.


,,, ... ,,, ... ,,, ... ,,, ... ,,, ...


(QUINTAs produzidas em 12/02/2021)


✓✓✓


Rechaço psicológico!

Templos; embaraçosamente,

Demônios choram!

Dante, sarcástico...

Mente...


✓✓✓


Lágrimas rolam

Feito ácido.

Peçonha, farpa,

Medo, trauma...

Pávido...


✓✓✓


...


"Estou quase sempre nesta sintonia... 
Neste momento, mais que nunca, a aspereza prevalece... 
Mas... equalizar a mente, por vezes, é um exercício que vale a pena.
Eis que, em um lampejo, surge..."

...



✓✓✓


Aspereza prevalece?

Despreze raiva!

Mente equalizada,

Novamente sente...

Dádiva.


✓✓✓



CLFB



Coluna do Centro de Letras de Fco. Beltrão,
no Jornal de Beltrão, em 03/04/2021
...
..
.

segunda-feira, 17 de maio de 2021

AI, QUE SAUDADE DE MIM...



"AI, QUE SAUDADE DE MIM..."
 foi produzido de acordo à nova forma poética: SPINA.

O SPINA foi
 criado pelo poeta Ronnaldo de Andrade e trata-se uma forma poética composta por duas estrofes. A primeira, de três versos com três palavras cada, é obrigatoriamente iniciada por uma acepção trissílaba. A segunda estrofe é composta por cinco versos com cinco palavras cada. A última palavra da primeira estrofe rimará sempre com a última do terceiro e quinto versos da segunda estrofe.
Outras regras compõem o SPINA e podem ser estudadas em uma breve busca pela internet.



SPINA





AI, QUE SAUDADE DE MIM...


Encontro almas tristes,
encontro nos desencontros,
segredos da solidão...

Fujo do crivo dos desencantos;
lampejos frios de minh'alma;
flamejos da forja do coração...
Ai, que saudade de mim...
Meus sentimentos jogados no chão.


,,,

,,

,


Discos




domingo, 2 de maio de 2021

BATO PALMAS PARA AUGUSTO

Uma das minhas grandes influências... Augusto dos Anjos, nascido em 20 de abril de 1884, faleceu jovem, vítima de uma pneumonia - possível complicação de um quadro asmático -, aos seus, apenas, 30 anos... dois anos após o lançamento de seu único livro, "Eu".

Morreu decepcionado com o "fracasso" de seu próprio livro... 

Hoje, "Eu" é um das obras poéticas mais reeditadas do Brasil.


"Quando pararem todos os relógios
De minha vida, e a voz dos necrológios
Gritar nos noticiários que eu morri,
Voltando à pátria da homogeneidade,
Abraçada com a própria eternidade
A minha sombra há de ficar aqui!"
(trecho de "Debaixo do Tamarindo", Augusto dos Anjos)



BATO PALMAS PARA AUGUSTO


(Escrito em 08/04/2018)


Hoje resolvemos sair... a demora é a arte das esposas, a fim de polir a paciência dos maridos.

Enquanto aguardo a mulher... 'bora' ler uns trechos de um "vagabundo nordestino", "anônimo" ridicularizado pela elite literária brasileira, a qual incluía Olavo Bilac, que, diante a cegueira elitista, incapaz de reconhecer a genialidade poética, zombou da morte de um colega, pelo simples fato de ser parte dos "excluídos"... história que permeia a elipse cataclística do DNA da classe dominante... 

E quando falo de classe dominante, não falo de 'gente normal', como nós, falo dos bilionários que dirigem - às escusas - todas as "máquinas" do poder vigente... ou, na arte, dos idolatrados, levantados em egoicos púlpitos, altares do egoísmo doentio.

Somos alguma espécie de afídeo que sustenta o grande formigueiro, de uma sociedade onde as 'rainhas' zombam de nós e as 'operárias' sentem-se importantes em servi-las...

Augusto dos Anjos somente fora reconhecido quase uma década depois de morto...

E a disparate vomitada de Bilac foi algo como: "Tinha mais é que morrer mesmo, só assim não nos obriga a ler esses lixos" ... ou, de forma mais 'bonitinha': "Fez bem em morrer, não se perde grande coisa"... não se sabe, ao certo... e não valeria a pena saber...


"Quebrei a imagem dos meus próprios sonhos!" (Augusto dos Anjos, em Vandalismo)

.,.

,,

.

Eu


sábado, 17 de abril de 2021

BARULHINHO


Barulhinho

A Arte é como a Paz...

Por vezes, encontramo-la no silêncio...

outras vezes, no barulho bem feito...

prensado em vinil...

Não gosto muito do silêncio

e encontro a Paz...

e também, muita Arte,

no Barulhinho riscado em disco,

ora sutil, ora explosivo e até violento!

Vai-se embora todo o meu tormento,

com o ruído que a agulha,

no sulco faz.

,

,,

,,,

disco


terça-feira, 13 de abril de 2021

A VELA


A VELA


Infelizmente, a vida é uma vela...

basta um assopro, um vento...

Por isso, cuide-se... conscientemente!

Podemos, a qualquer momento,

recebê-lo, inadvertidamente... 

Mas se levarmos os dias com brio, com zelo...

podemos manter a luz da vida...

acesa...

até o fim...

,,,

,,

,


a vida é uma vela...


segunda-feira, 22 de março de 2021

IMPETUOSO ÊXTASE


IMPETUOSO ÊXTASE


A paixão é completamente cega,

aparentemente surda

e temporariamente muda.


A paixão é nuvem escura,

que enevoa sua mente

e desola a alma.


A paixão esmaga seus sentidos,

é morte lenta e certa;

uma lança atravessada em seu peito.


A paixão é escuridão total dos sentidos,

sentimentos rasgados, feridos...

asas negras abertas sobre seu coração.


A paixão é fogo ardendo em sua lucidez,

um balde d'água fria na sua razão...

é mentira, ludíbrio e ilusão.


A paixão cega...

a paixão ensurdece...

e cala.

...

..

.

A Paixão


UM BEIJO DE MEFISTÓFELES


UM BEIJO DE MEFISTÓFELES


O inimigo da luz, pérfido, sobrevoa

A escuridão que a mim chega em brumas

Iniciação...


As flores pairaram em minhas mãos

Seu sorriso ficou tão ferido

Ou não!


Tem uma espada cravada em meu coração

Sentimentos perdidos...

Em vão...


Sinto as verdades espalhadas por todo chão

Tantos amigos esquecidos

Então...


A morte permeia entre a solidão

Tanto tempo contido

E veneração...


Eu não ouço mais aquela bela canção

O silêncio enclausurado na mente

Desintegração...


Os sentidos esmagados pela escuridão

Succubus triste que me olha sentida

Autoavaliação...


Anjos, sentados, que me calam

Secam meu coração

E não há mais sentido, não...


Demônios, dançando, que me abraçam

E a morte disfarça...

Olhar fixo, pega em minha mão


Anjos sussurram em meus ouvidos

Mas não quero ouvir

Sentimentos feridos


As bruxas que me encaram de perto

E eu não posso ver

Mágoa cega e desolação


De tudo que já vi, qu'eu sei, ou vivi

Nunca mais vou poder falar

Por completo, perco a razão...


Não vejo mais as chamas queimarem os pecados

Não ouço os gritos dos desesperados

Não falo, para não acordar o medo...


Que habita em mim...

...

..

.


o medo habita em mim


segunda-feira, 15 de março de 2021

OS SÁBIOS SABIAM?

 ... Quando damos voz aos tolos, 

quando aplaudimos os cretinos 

ou exaltamos os hipócritas, 

aviltamos o real sentido da razão...

A vida não pode continuar sendo

este pesadelo!

...

..

Voz os tolos


VAZIO?

... o espaço vazio está no tempo...
e não, na mente...
...

Pensar

 

PONDERAÇÕES EM UM MUNDO CÃO

Ponderações em um mundo cão


É muito difícil pensar em meio a uma horda catatônica.

É muito difícil pensar em meio a um pesadelo interminável.

É muito difícil pensar, quando se está na contramão do grande erro a que chamam "normal".

Pensar é tão fácil, mas ao mesmo tempo tão complexo e complicado, que a maioria das pessoas prefere aceitar como certo o pensamento dos outros... e, cegamente, seguem-no.

Pensar é uma arte indelével.

Pensar não é divagar, é lutar contra isto.

É tão difícil pensar e agir de acordo ao seu juízo, em meio a tanta inconsciência, que cansa...

Suas proposições são sempre atropeladas pela ignorância daqueles que, inconscientemente e inadvertidamente, seguem a trilha dos desatinados.

Andar na contramão do "normal" é um acerto, mas não é nada fácil.

Quem não pensa ofende-se com uma só palavra.

Quem não pensa é refém do que dita a moda...

Quem não pensa brada por liberdade, enquanto abraça o ideal de seu opressor.

Quem não pensa tem seus direitos usurpados, com seu consentimento.

Quem não pensa imagina estar no caminho certo, pois segue seus iguais.

Quem não pensa balbucia palavras tão desconexas, que agrada seus congêneres, da mesma forma que é deleitado pelos disparates que deles recebe.

Quem não pensa, aos poucos, perece por dentro.

Pensa, aquele que ouve a si mesmo.

Pensa, aquele que percebe e tem a certeza de que o "normal" não é o certo.

Pensar é organizar os devaneios e tentar dar-lhes um sentido lógico... ou desprezá-los, quando da verdade distanciam.

Pensar é manter-se acordado, diante este mundo dormente.

Pensar é tão somente...


...

..

.

Pensar


sábado, 27 de fevereiro de 2021

Capitalístico!

 

Capitalístico

...

# Capitalístico:

adj. (adjetivo)

Pertencente ou relativo ao capitalismo.

(capitalista+ico)

...

Camolê



FLAGELO SOCIAL



Flagelo Social


(… escrito em 22/11/2007)


Eu prefiro não saber da sua origem;

E também não faz sentido,

Saber algo sobre sua família;

Nem mesmo para que time você torce…

Ou pra que diabos, tanto finge.


Não quero saber a real cor de seu cabelo,

Se a natureza lhe deu seu belo par de seios,

Se o vento sempre sopra a seu favor...

Ou se, ao tirar toda essa casca,

O interior que sobra é muito feio.


E que seja, como for...


Já banalizaram o amor,

Apunhalaram a moral,

Sexo é falta de pudor...

Relacionamento heterossexual...

Amar já é quase antinatural...


A moda fere, aniquila e mata,

A mídia rasga a cultura...

Sua voz, ela cala...


Pobres cabeças vazias!

Marionetes rumo ao calabouço,

Onde reina a insanidade

E o falso vive solto...

...

..

.


Flagelo Social


Coluna do Centro de Letras de Fco Beltrão/PR, no Jornal de Beltrão (24/02/2021).

.
..
...
CLFB

.
..
...

domingo, 14 de fevereiro de 2021

Aldravia CMM1

Aldravia...

Uma composição poética minimalista, completa em ideia e incompleta em palavras, provocando diversas interpretações... uma espécie de subliminaridade que incita o leitor à divagação de pensamento...

...
..
.

Aldravia

.
..
...