quinta-feira, 21 de maio de 2020

TOLICE UNIVERSAL


TOLICE UNIVERSAL



(Texto escrito para o Jornal Folha do Sudoeste, no ano de 2005)


Foi difícil aprender que a gente tem que respeitar a realidade; e mais difícil, foi aprender que ela não tem nenhum motivo para nos respeitar” (Eduardo Galeano).


Não canso de repetir que a falta de atitude em relação a coisas tão pequenas far-nos-á, algum dia, pecar com coisas maiores.

Dirigidos pelos insistentes discursos jornalísticos, ou por mera preguiça “do pensar”, guiados pela opinião de algum dos “milhares de experts no assunto”, reclamamos a todo instante do descaso e corrupção política, mas em contrapartida, nada fazemos para as coisas serem diferentes.

Que exemplo damos a nossos filhos, omitindo ou se mantendo omisso às coisas cotidianas, varrendo – “quando varremos!” – pequenas “sujeiras” para debaixo do tapete?

Vamos ser sinceros: será que não faríamos as mesmas barbaridades, se estivéssemos na mesma posição que nossos políticos?

Se somos capazes de subornar um guarda, furar uma fila no banco ou simplesmente deixar de coletar as fezes de nossos cães, das calçadas... é quase óbvio... Muitos dirão não ser a mesma coisa; mas sinto muito desapontar... É a mesmíssima coisa!

Na verdade, falamos demais.


Às vezes, manter-se calado é uma grande virtude.


O silêncio é o ouro dos pobres”, enfatizou Chaplin, com sua simples e modesta genialidade.

E o ser humano – em especial, nós, brasileiros – adora opinar: quem matou a menina, quem foi o responsável pela queda do avião, quem atirou primeiro, teve tiros antes ou depois, quem foi o culpado... Afinal: todo mundo opina, critica, acusa e – em pouco tempo – esquece... Não tenho muita opinião sobre estas coisas e, aliás, respeito as fatalidades, a dor dos familiares, mas creio que esse martírio de informações saturadas beira a “banalidade das telenovelas jornalísticas”... E eu, com minha vida simples, não tenho nada a ver com isso. Não quero saber de quem foi a culpa do acidente do avião que seja, quem jogou a menina da janela, se ela já estava morta ao ser jogada, se a bomba estourou antes ou depois de algum disparo de arma de fogo de “um corno amargurado”.... Ora, se quer matar a ex-namorada, que entre lá e acabe tudo com um só disparo, não fique lá fazendo “novela”, gastando o dinheiro que pagamos em impostos para serem usados para segurança pública... a polícia tem muito mais o que fazer que ficar lá plantada por dias, impedindo a vida normal, o direito de ir e vir e a privacidade de centenas de pessoas que nada tinham a ver com aquela banalidade. É trágico? Claro que sim!!! Mas ninguém mais, além daquelas poucas pessoas envolvidas, tem a ver com aquilo tudo. Não é questão de insensibilidade... mas se eu estivesse no comando, sinceramente, daria ordens para acabar com o covarde, na primeira aparição na janela... um só disparo, certeiro, bem no meio da testa... pronto!... tudo resolvido... e, assim, voltaríamos a nossa vida normal. Simples assim... E com o “bônus” de duas vidas; duas garotas a salvo.

No Brasil é assim: ninguém sabe, exatamente, o que se passa com sua própria vida, com seus familiares, em sua casa; mas o interesse pela vida alheia, a vontade utópica de estar envolvido, de alguma forma, com fatos que fogem a sua realidade, de quebrar a barreira da individualidade, da particularidade dos problemas de um terceiro, é um alarde popular. Mas claro, sei que isso é um fenômeno universal, humano. Não é exclusividade de nós brasileiros... O ser humano é mesmo assim... O brasileiro só é... como posso dizer?... um pouco mais... não... muito mais!

Agir de forma segura e prudente, calculando uma possível falha que possa causar acidente, não faz parte do cotidiano do povo brasileiro. Graças ao “apreço” que temos com a “Mãe Natureza”, não temos vulcões, terremotos, maremotos, furacões ou qualquer outro fenômeno de maior gravidade... senão, seria nosso fim.

Sei que – infelizmente – os brasileiros são assim: só tomam atitudes depois que o pior acontece. É quase um atestado de burrice, cultural do brasileiro. A cultura da estupidez. O brasileiro só passou a usar cinto de segurança, quando começou a receber multas, e olha que é um acessório de segurança pessoal. Prestem atenção no cheiro terrível que exalam as “bocas-de-lobo” (bueiros) nos centros de nossas cidades... Saibam que é porque muitas construções lançam seus dejetos (esgoto) em tubulações de água pluvial (que só deveriam escoar águas de chuva). Isso denota a arrogância, o mau-caratismo, o desdém para com a sociedade que convive... Não interessa o bem estar, a saúde, o meio ambiente ou sequer o bom senso. São sim, irresponsáveis, corruptos, inescrupulosos e não estão nem aí para o problema... nem mesmo se este problema também os afete.

Aquela velha mania de brasileiro, de esperar que os outros façam primeiro – ou de pensar: “ah, todo mundo faz mesmo...”, “ah, é só uma coisinha de nada...”, “do que adianta eu me preocupar, ninguém respeita mesmo!” – é o problema de tudo que sofremos. É um problema, um paradigma, de centenas de anos, herança de nossa colonização. Quem povoou as terras brasileiras, veio atrás de riquezas, bem no estilo “custe-o-que-custar”, o mesmo estilo que vivemos até os dias de hoje... Não tinham o hábito da leitura e não tinham outra opção de escolha.

Assim somos nós: herança de um povo sem cultura, oportunista e sem qualquer escrúpulo.

E o que fazemos para mudar essa situação?...

Nada!

Nossos filhos estão aí, assistindo nossas atitudes, aprendendo nossos erros e manias – e não, infelizmente, aprendendo com –.

É isto...

Infelizmente estamos seguindo o mesmo caminho que nossos colonizadores...

e vamos estar nele...

até que as pequenas atitudes...

façam

a diferença.



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terça-feira, 19 de maio de 2020

A CLOROQUINOLÂNDIA


A Cloroquinolândia:
Uma Paródia da Vida Real


(Texto publicado no Jornal Folha do Sudoeste, 23/05/2020)


O que é isso, minha gente!?!?!

O fanatismo agora surfa nas ondas bioquímicas...

... a tal Cloroquina virou ídolo; o Mito da Indústria Química Farmacêutica.

Essa "miracle drug" brasileira (???) descoberta por Hans Andersag, um austríaco, que trabalhava na Bayer, na Alemanha, virou o objeto de lateralidade da vez. Algo – assim como na política – do tipo que "se você não apoia" fervorosamente, você passa a ser inimigo declarado ... tipo um "Vai pra Cuba!", na versão química...

Andersag sintetizou a molécula em 1934... e esta "foi inicialmente rejeitada por ser muito tóxica", até 1945 (assim diz a história), quando, então, nos EUA e também na Austrália descobriram seu efeito contra o Plasmodium, o protozoário causador da Malária... e assim, dentre tudo que havia disponível na época – substâncias ainda mais tóxicas – passou a ser a única opção contra a malária...

Em 10 ou 11 anos de uso, começaram a surgir casos de cepas resistentes. Os EUA (que conta, contra o estado, com um processo movido por ex-combatentes da guerra no Vietnã), usava Cloroquina, profilaticamente, em seus soldados e perceberam rapidamente a crescente incidência de malária entre as tropas... e, posteriormente, seus efeitos adversos, dentre eles, psicose... (informações constantes nos arquivos históricos da Stanford University).

O mecanismo de ação desta droga se dá por reações metabólicas de ligação... se une à Porfirina, que por si só, em "acúmulo", pode levar a distúrbios neurológicos. Passa pelo metabolismo hepático e renal, podendo causar perda de função destes órgãos... até aí, tudo bem... de repente, é a única opção... mas isto pode levar a sérios distúrbios, como: retinopatias, problemas relacionados ao sistema hematopoiético e anemia hemolítica, miastenia, porfiria, surdez, psicose e outros transtornos neurológicos (Pois é... é exatamente o que os filmes hollywoodianos nos mostram: soldados com severos transtornos psíquicos ou “traumas de guerra”), enfim... Mas, de repente, é mesmo a única opção...

Agora, andam replicando, nas redes sociais, uma postagem totalmente descabida. O disparate em questão, infantilzinho até, começa citando efeitos adversos, distúrbios que pressupõem à Cloroquina, mas que no fim esclarece ser da Novalgina...

Quanta bobagem!!!

O pior é que esquecem que, até então, bradavam que a Cloroquina era vendida sem prescrição, sem receita, livremente, em qualquer farmácia e que, por isto (!!!), não era nada perigosa, que havia exagero e “hipocrisia”...

Mas eu – pessoalmente – disse isso a dezenas de pessoas: que não é porque era comercializada livremente, que não causa danos. Temos muitos exemplos para isto, dentro e fora da farmacêutica. A Água Sanitária é neurotóxica e praticamente todos a tem em casa... Um simples “remedinho” para azia ou refluxo gástrico, vendido e usado livremente, pode causar danos renais graves (é o que diz um artigo no “Journal of the American Society of Nephrology”)... e droga é droga... todas, sem exceção, causam algum dano, em menor ou maior grau.

E, por fim, essa banalidade, essa afetuosidade doentia por uma droga, nem vem ao caso... a questão é: "confirmação científica"... funciona realmente?

Se você não sabe, vou trazer-lhe uma informação bastante relevante: Por volta de 2015, a Cloroquina foi proposta como uma solução aos casos de microcefalia, causados pelo Zika Vírus... funcionou maravilhosamente bem "in vitro"... em testes de laboratório!!! ... e foi só... passaram-se cinco anos (5!!!), e, até que eu saiba... nada! Nada de definitivo!

Eu sei, Zika é Zika, Corona é Corona... mas a questão é: De novo!?!? Novamente vamos morrer no "in vitro", nas promessas, na esperança? As reações metabólicas, importantes para a ação positiva contra o agente, são muito complexas e podem "inativar" a ação esperada...

Sei que estão todos esperançosos, mas há muitas informações desencontradas, muita “Fake News”. É Cloroquina, Ivermectina... o que mais ? Afinal, essa coisa é vírus ou um berne? Desculpe a piada, mas está muito ridículo esta situação de “torcida fervorosa” para com um medicamento. São, todos, parasiticidas... e o vírus cumpre um ciclo muito mais complexo; não é a mesma coisa! Pode, um dia, haver confirmação de que algum desses princípios funcione? Pode! Mas não é o que temos, até então... o que temos são esperanças... e o que vemos é pura politicagem. E a política não pode, de forma alguma, atropelar a ciência.

O Laboratório Químico Farmacêutico do Exército Brasileiro (detentor do registro da Cloroquina 150 mg, na ANVISA) produzia cerca de 125 mil comprimidos da droga, por ano... Agora – sob ordem presidencial – apoiado pelos Laboratórios Farmacêuticos da Marinha e da Aeronáutica, passou a produzir 1 milhão de unidades por semana (isto equivale a uma produção de 48 milhões ao ano, uma produção 384 vezes maior).

Ah, certo... agora vamos ter que consumir as toneladas que o presidente ordenou ao exército que produzisse, porque vencem em 2022 e é centenas de vezes maior que o habitualmente consumido no país... Ah, já ia esquecendo: e tem também os dois laboratórios – “apoiadores” do governo – que também abasteceram seus estoques de matéria-prima sob "promessa" de consumo... será que é possível entender?

Enfim... Cloroquina é só um reflexo do fanatismo político... infelizmente, até o momento... só...


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domingo, 17 de maio de 2020

AH, TEMPO!


Ah, tempo!

O mundo gira,
o tempo passa,
a vida dá voltas...

"rotação e translação",
"em uma conta que não fecha"...
"aqui se faz, aqui se paga!",
essa reza, pra mim,
é maldição.

O mundo gira...
a vida dá voltas...
e o futuro nada mais é
que um eco do passado... 

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Tempo


terça-feira, 12 de maio de 2020

ALGUÉM LÊ?



ALGUÉM LÊ?

É uma pena que quem deveria ler, não lê...
... e se lê, não entende...
... e se entende, finge que não leu...

Infelizmente...
Infelizmente, mesmo!

É incrível e inacreditável, em um mundo tão globalizado e de informações tão difusas...
... ter tudo tão às mãos e tão fácil...
... e ver tantas pessoas acreditando em tanto absurdo.
Não sei se imbecilidade chega a ser tão ofensivo...
... sinceramente, acho, inocência, muito mais...
... pois não vejo como ser tão inocente, com tanta informação...
É simplesmente lastimável!

Deplorável mundo desgovernado!

Ter "memes" como única fonte de informação?

E assim seguimos...
... e vamos de encontro a um futuro caótico...

E continua tudo igual...
... poucos leem... 
... dos que leem, poucos entendem... 
... e dos que entendem...
... poucos darão importância...
... e muitos fingirão que não leram.

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terça-feira, 28 de abril de 2020

AH, MEUS CAROS!


Ah, Meus Caros!


Não sou perfeito, não sou dono da razão, não sou especialista em nada... sou gente comum... mas... penso.

Leio sobre tudo, qualquer coisa... mas - considero - nem leio muito... não decoro o que leio e não sei fazer uma citação sequer daquilo que acabara de ler... Leio e - simplesmente - entendo. Se eu não entendi, leio novamente, procuro outras fontes, releio. Leio Deus e o Diabo, o lado A e o lado B, não me contento com uma só opinião sobre algo.

Pesquiso sobre qualquer coisa... quem me conhece, sabe... até as coisas mais "inúteis"... embora acredite, tenho certeza, que nada seja inútil... tudo participa de um complexo de lógica.

Ler, pesquisar, estudar... é o que eu faço.

Ler é como abrir passagens... caminhos que nos levam ao discernimento sobre vários assuntos. Saber um pouco de tudo cria ligações para o inimaginável. É impressionante as deduções que surgem, aparentemente, do nada... as inferências surgem das menores premissas. Muitas vezes, basta-me ouvir algumas poucas palavras... as deduções surgem por lógicas, disparadas por ligações neuronais... resposta da soma de fragmentos de muitos dos poucos que já fora lido... este é um tipo do chamado "sexto sentido".

Pois é...

E é difícil acreditar em algo, quando se tem discernimento...

E descobri que ter bom senso coloca-lhe de frente à insensatez, repulsa, rechaço... 

Não é nada fácil... mas nego-me a ser mais um dos iguais.

Isto tem levado a atritos constantes, a ser-me tachado de tudo que não sou...

E, na verdade, com isso, nem me importo... O que não sou - pode ter certeza - é covarde... Não vou curvar-me à imbecilidade, à subserviência indigna... Não sou gado, não sou rebanho, não sou parte de um joguinho de outrem. Não me curvarei ao conforto dos enganados...

Quando, há alguns anos, falei aquilo que via, que entendia e pensava sobre coisas, instituições e pessoas... simplesmente fui rechaçado... vi, claramente, muito (e um pouco mais) de muita coisa que muitos agora veem... fui  esculachado por dizer o que muitos agora bradam...

Seria minha vez de distribuir belos tapas nas caras dos estultos?

Acho que sim.

Tolero a inocência...

... a burrice, nunca!

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sábado, 18 de abril de 2020

IDOLATRIA E FANATISMO - A inconsciente derrocada do indivíduo


IDOLATRIA E FANATISMO

A inconsciente derrocada do indivíduo


“Do fanatismo à barbárie, não há mais do que um passo, já dizia o filósofo francês, Diderot.

Fanatismo é o sentimento de cuidado, de fervor excessivo, que pode levar à intolerância; é a excessiva admiração – cega e intensa – demonstrada por alguém a algo ou por outro alguém, que pode ser uma religião ou doutrina, um político, um sistema, um artista, uma figura pública... Aquele que se mostra impossibilitado de ouvir argumentos diferentes do seu, em discordância com seu objeto de idolatria, pode ser considerado, hipoteticamente, fanático.

Segundo a teoria psicanalista de Freud, o inconsciente do ser humano é divido em três partes: id, superego e ego; onde id é o aspecto instintivo e representa o desejo de necessidades primárias e a satisfação de tê-las. O superego é o aspecto moral da personalidade. Já o ego – o “eu” – caracteriza a real personalidade de cada indivíduo. O ego mantém a harmonia entre o id e o superego, impedindo o indivíduo de agir baseado apenas em seus impulsos primitivos, traçando um equilíbrio com os padrões morais e idealistas, criados pelo superego. Na perspectiva Freudiana, um sujeito fanático é aquele que entrega o seu superego, abandona seus princípios morais, à benesse de uma outra pessoa, objeto ou causa idealizada.

O fanatismo é – geralmente – impulsionado por influência de um grupo – uma “multidão” – que atenda aos instintos básicos do indivíduo. De acordo ao psicólogo social e criminologista austríaco, Hans Toch,“em uma multidão, o senso de universalidade de comportamento e o enfraquecimento de responsabilidade individual influenciam fortemente o comportamento coletivo emergente à medida que o número de pessoas no grupo cresce”.

Lorelei Kelly, cientista política, especialista em democracia inclusiva, da Universidade de Georgetown (EUA), sugere que as mídias sociais são uma ameaça para a democracia, a personalidade ou moral individual, pois, por meio de mecanismos automatizados de difusão de desinformação, facilita a manipulação de indivíduos vulneráveis. Nas redes sociais, ideias manipulativas, criteriosamente formuladas, acabam encontrando “eco” entre outros usuários e se retroalimentando, movidas por uma obsessão descontrolada.

Em 1895, em seu livro “Psicologia das Multidões”, Gustave Le Bon explanou sua teoria do contágio, afirmando que as multidões exercem uma influência hipnótica sobre determinadas pessoas que, protegidas pela condição de indivíduos anônimos, abandonam suas convicções individuais e cedem às emoções contagiosas da massa. Assim, a multidão assume vida própria, agitando emoções e conduzindo pessoas para irracionalidade. Não pertencer ao grupo, estar em desacordo às vontades e ideais deste, é visto como ameaça. Uma multidão é um rebanho servil que existe pela presença e vontade de um “líder” que não necessariamente é o “objeto” do fanatismo. De forma mais prática, pode-se dizer que as interações sociais se fortalecem quando indivíduos passam por momentos difíceis, desesperançosos, traumáticos ou por frustrações, de maneira que suas ações e pensamentos são diretamente afetados por um grupo, e assim, estes indivíduos passam a refletir coletivamente o mesmo comportamento, expressando instintivamente, irracionalmente ou inconscientemente as mesmas ideias. “Nas grandes multidões, acumula-se a estupidez em vez da inteligência. Na mentalidade coletiva, as aptidões intelectuais dos indivíduos e consequentemente suas personalidades se enfraquecem”, disse Le Bon.

Freud, em análise desta teoria do comportamento de massas, afirma que “quando uma pessoa se torna membro de uma multidão, sua mente inconsciente é liberta. Isso acontece porque as restrições do superego [o núcleo moral da consciência] são relaxadas, [enfraquecidas]. O indivíduo, então, tende a seguir o líder carismático. O controle do ego sobre os impulsos produzidos pelo id diminui e o instinto, normalmente confinado em sua personalidade, vêm à tona. Deste modo, a multidão fornece uma libertação momentânea de desejos reprimidos”. Obviamente, nem toda multidão expressa o mesmo comportamento inconsciente e servil.

Este tipo de comportamento é um mecanismo de enfrentamento às dificuldades do momento, que pode trazer uma falsa sensação de razão, de certeza, de sensatez e prudência, mas que pode levar o indivíduo ao desequilíbrio emocional, à volubilidade, e que podemos perceber facilmente nas redes sociais. Um bom exemplo vivemos agora, com todos estes aspectos políticos, mesmo frente a um sério problema, cujos protagonistas conseguiram enxergar as frustrações de um grupo, o desejo de encontrar uma salvação, um amparo... Criou-se uma (falsa) razão para uma lógica quimérica, uma utopia inatingível, mas facilmente alimentada por falsas esperanças. É fácil perceber o envolvimento inconsciente de um indivíduo às vontades impulsionadoras de um grupo, quando há uma persistente defesa do “ídolo escolhido” e este se torna inatingível. “Não erra... e se errou, foi sem querer”. “Se você não o apoia é você que está errado e não presta”. O indivíduo atingido não tem dúvida sobre o caráter do ídolo, mesmo sem realmente conhecê-lo, e o defende arduamente, colocando-se como “escudo” frente às ameaças racionais que infringem a sua falsa lógica.

O psiquiatra brasileiro Luiz H. N. Da Silva estudou o comportamento político de massa nas redes sociais e alega que o fanatismo pode ser enquadrado na categoria de transtorno psicótico e, particularmente, um “transtorno delirante persistente”. E há lógica científica nesta alegação, pois este comportamento é desencadeado pela dopamina, um neurotransmissor responsável pela manifestação das emoções e que se ativa mediante a sensação de prazer. Quanto mais inesperada é esta “recompensa neurológica”, maior a sua ativação. Especialistas afirmam – e pelo que vivemos nos últimos 5 anos, torna-se fácil perceber – que “é mais fácil que um fanático mude o foco do seu fanatismo do que passe a adotar um comportamento tolerante”. Esta estrutura mental adquirida, estas distorções cognitivas, faz com que o fanático tenda a dividir a sociedade entre o que pensa, o que aceita como a “verdade absoluta”, e o inimigo, colocando este em um único e ilógico grupo (direita x esquerda). O fanatismo é uma “muleta”, um escudo de proteção à insegurança e ao medo do julgamento dos demais e, assim, enclausura-se em convicções absolutistas e inquestionáveis, para não ter que enfrentar a realidade e sua própria fragilidade.

O fanático tem uma visão maniqueísta sobre sua causa, cultivando a dicotomia bem x mal, onde o mal reside naqueles que o contrariam, levando-o a adotar condutas irracionais para impor seu ponto de vista. A autointitulação – por exemplo: “gente-de-bem” –, acompanhada da rotulação única de todos que o contrariam, é característico do fanatismo.

“A ciência sem fé é loucura, E a fé sem ciência é fanatismo” (Martinho Lutero).

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IDOLATRIA E FANATISMO


sexta-feira, 27 de março de 2020

CORONAVÍRUS -- A VISÃO MICRO


CORONAVÍRUS – SARS-COV-2 / COVID-19 

VISÃO MICRO 


Continuam circulando Fake News ou publicações equivocadas sobre o Coronavírus. Por incrível que possa parecer, mesmo vindas de Médicos, Veterinários ou outros profissionais de saúde, muitas destas postagens contém equívocos que, por muitas vezes, podem colocar vidas em risco.

Vamos pensar em alguns detalhes... em primeiro lugar o Vírus mede aproximadamente 100nm (nanômetro), ou seja, em apenas 1 milímetro de superfície poderíamos encontrar cerca de 10 mil unidades virais. A razão pela qual se acredita que o vírus seria inativado em uma superfície absorvente, como papéis e tecidos, seria o rápido processo de desidratação da unidade viral. Pois bem... temos aí um detalhe que estão deixando escapar... é um paradigma científico. Eu chamo este parâmetro de Visão Macro e Visão Micro. Quando você ouve que o coronavírus “morre em apenas 40 minutos”, ou mesmo “6 horas”, ao cair em um papel ou roupa, temos aí uma Visão Macro... e isto não nos serve como padrão. Se realmente queremos proteção, temos que ter uma Visão Micro. No papel ou roupa, ou outro objeto que classificam como absorvente e que mataria o vírus rapidamente, temos estampas, peças metálicas e outros adereços que podem conter milhões ou bilhões de unidades virais (lembrem-se: 1mm... 10 mil vírus). Até mesmo algumas fibras de tecidos podem conter estruturas não absorventes. Esta é a Visão Micro e é este o padrão que devemos seguir, se realmente queremos estar livres do vírus.

Se tratarmos esta possível contaminação com Visão Micro, ou seja, atentarmo-nos aos pequenos detalhes, poderemos garantir maior segurança sanitária a nossa família e, desta forma, a toda a sociedade.

Vejo muitas pessoas passeando com seus cães. Concordo que o animal deva sair, mas alguns cuidados devem fazer parte desta nova rotina. Até o momento (e tudo leva a crer) acredita-se que os animais domésticos não possam ser infectados pelo vírus SARS-CoV-2. Até aí, tudo bem... mas temos que ter em mente que eles podem ser importantes “carreadores” deste novo Coronavírus. Fiquei observando o comportamento de alguns cães durante o passeio... infelizmente, eles tocam em tudo pelo caminho, e não só com as patas; eles se esfregam em postes, paredes, árvores e, até mesmo, pelo chão... e, muitas vezes, seu tutor sequer se dá conta disto. A oleosidade natural e a umidade dos pelo podem preservar o vírus por muito tempo, horas ou dias (nada ainda está totalmente determinado), portanto, chegar em casa e limpar as patinhas é superficial demais. E os acessórios, estão higienizando? Coleiras, peitorais e guias, tudo tem que ser higienizado... Para estes casos existem os produtos específicos chamados “Banho a Seco” que podem ajudar muito a higienizar o animal; basta prestar atenção em sua composição, pois nem todos são de boa qualidade (eu indico o BelloKão, porque conheço, e sei da seriedade da marca). Banhos também terão que ser realizados, de preferência, em casa ou por profissionais que “não acumulem animais”, ou seja, um banho e tosa onde circulam muitas pessoas e animais, pode representar, sim, um risco. O uso de desinfetantes para higienização de acessórios e ambiente, neste momento, é muito importante. Os desinfetantes à base de Amônia Quaternária são muito eficazes e seguros. Vet+20 é o produto com maior concentração do mercado pet, com 25,7%, muito mais seguro em sua diluição que os produtos concorrentes.

Em relação aos últimos pronunciamentos de nosso presidente, nem vale a pena perder tempo, foi infeliz e extremamente infantil.

Thomas Pietschmann, um virologista molecular e pesquisador do Centro de Pesquisa de Infecção Experimental e Clínica (Twincore), em Hannover, Alemanha, se dedica ao estudo dos chamados vírus RNA , grupo do qual pertence o Sars-CoV-2, e alerta para o fato de que o principal aspecto deste vírus é que “as pessoas estão sendo confrontadas com ele pela primeira vez. A partir dos dados que temos da China, pode-se concluir que o vírus passou de um animal para um humano apenas uma vez e se espalhou a partir daí". Em outras palavras: diferente do que ocorre com a gripe, ou seja, com o vírus Influenza, onde quase todo mundo já teve contato em algum momento, nosso sistema imunológico não está preparado para um ataque deste coronavírus. Não é preciso entrar em pânico, obviamente, pois a realidade que vivemos atualmente é outra, infinitamente mais tecnológica e com infindáveis conhecimentos e recursos médico-hospitalares, mas não podemos, de forma alguma, esquecer das aulas de história, quando ainda éramos crianças e contavam-nos que a Gripe matara milhares de índios, ou até mesmo dizimara tribos inteiras. Não seremos dizimados, mas o índice de contágio é extremamente alto.

Ando vendo Fake News comparando H1N1 com a CoVID-19... Pois bem, em comparação com H1N1, onde temos um histórico de cerca de 18 mil mortes por ano, temos, de outro lado, a CoVID-19 com 19 mil em apenas 3 meses, apresentando uma progressão absurda, podendo-nos levar ao fim do ano com mais de 75 mil mortes. A diferença aqui é a capacidade de contágio. E, enquanto a CoVID-19 leva até 14 dias para começar a apresentar sintomas (com uma média de cinco dias), a gripe manifesta-se após mais ou menos quatro dias, com isto, a disseminação da CoVID-19 torna-se maior dentre os ainda assintomáticos. A taxa de letalidade da CoVID-19, até então, apresenta-se em torno de 2 a 3,4%. O influenza, por outro lado, apresenta de menos de 0,1 a 1% de óbito (sendo o maior percentual pertencente ao H1N1).


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terça-feira, 24 de março de 2020

CORONAVÍRUS – SARS-COV-2 / COVID-19 - CONHEÇA ESTA NOVA AMEAÇA À SAÚDE PÚBLICA MUNDIAL


CORONAVÍRUS – SARS-COV-2 / COVID-19

CONHEÇA ESTA NOVA AMEAÇA À SAÚDE PÚBLICA MUNDIAL


                                             Escrito em 18/03/2020 – TEXTO PUBLICADO NO JORNAL FOLHA DO SUDOESTE EM 21/03/2020 


Os Coronavírus (CoV) são grandes RNA vírus, esféricos, com invólucro proteico, que causam infecções respiratórias, entéricas e neurológicas em diversas espécies animais, incluindo seres humanos. Alguns coronavírus que infectam animais tornaram-se capazes de infectar seres humanos e depois se espalharam entre as pessoas, mas isso é raro; foi o que aconteceu com a SARS-1 e a MERS e é o que se suspeita ter acontecido com o vírus que causou o surto atual; no entanto, ainda não se sabe a fonte exata desse vírus. Morcegos e ratos podem abrigar uma diversidade considerável de coronavírus e realmente desempenham um papel fundamental no surgimento e transmissão de cepas patogênicas que podem causar doenças graves em humanos. Há vários coronavírus que causam infecção animal, mas geralmente são espécie-específicos, ou seja, infectam apenas uma espécie (Coronavírus Canino, Felino, Suíno e Bovino, por exemplo); no entanto, coronavírus do tipo SARS-COV-1 infecta seres humanos e várias espécies animais, como macacos, cães, gatos e roedores; outro, chamado MERS-COV, além de infectar humanos, já foi identificado em camelos e morcegos. Por sua vez, o SARS-COV-2 (ou CoVID-19), apesar das suspeitas do poder de infectar morcegos e outros animais selvagens, ainda não foi muito bem compreendido e/ou esclarecido.

O primeiro Coronavírus “Humano” (CoVh) foi isolado em 1937, sendo em 1965 descrito como coronavírus, em decorrência de seu perfil em microscopia. Há sete tipos de coronavírus que infectam o homem: Alphacoronavírus: 229E e NL63 e Betacoronavírus: OC43, HKU1, SARS-COV, MERS-COV e agora, o SARS-COV-2; os três últimos, responsáveis por infecções respiratórias graves. A transmissão geralmente se dá por contato direto, pelas vias oral e respiratória. A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns (Alpha 229E e NL63 e Beta OC43 e HKU1) ao longo da vida, desenvolvendo sintomatologia similar a de resfriados.

Antes deste coronavírus (CoVID-19), outros dois já ameaçaram a saúde mundial.

A Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS-COV) é geralmente transmitia por camelos (zoonose) e pode se espalhar rapidamente, com sérias consequências. Foi isolada pela primeira vez, em humanos, em 2012 e se caracteriza por infecção respiratória com febre, tosse e falta de ar, podendo levar à pneumonia e apresentar diarreia, náuseas e vômitos e, ainda, complicações renais, choque séptico, coagulação intravascular disseminada e pericardite. A MERS, ao contrário dos índices até então apresentados pela CoVID-19, teve um índice de fatalidade de cerca de 30% (cerca de 10 vezes maior).

O SARS-CoV (Síndrome Respiratória Aguda Grave – SARS-CoV-1) migrou de uma espécie de gato selvagem para humanos (zoonose) e causou morbidade e mortalidade substancial, antes de ser controlado. Este coronavírus foi detectado pela primeira vez, na China, em novembro de 2002, tendo uma rápida disseminação, causando uma epidemia que atingiu vários países. Em pouco mais de 1 ano foi capaz de infectar aproximadamente 8 mil pessoas e provocar cerca de 800 mortes. A epidemia foi controlada no ano seguinte e desde 2004 não houve registro de nenhum novo caso.

CoVID-19 é a coronavirose causado pelo SARS-CoV-2 (Síndrome Respiratória Aguda Grave 2). Os sintomas mais comuns são parecidos aos de um resfriado ou a de uma gripe comum, similar ao SARS-CoV-1, mas assim como este e a MERS, pode ser mais severo, apresentando quadros mais complicados.

A doença, que supostamente surgiu na China, na cidade de Wuhan, considerada o epicentro do surto, começou a se alastrar em dezembro de 2019, com uma progressão assustadora, iniciando o ano de 2020 com cerca de 44 casos confirmados e centenas de suspeitos. 20 dias depois já haviam 26 mortes e mais de 890 confirmações, o que levou-os às medidas drásticas de controle. No dia 31 de dezembro, emitiram o primeiro alerta à OMS (Organização Mundial da Saúde). Em 7 de janeiro, identificaram um novo tipo de coronavírus. No dia 13 de janeiro, a OMS notificou o primeiro caso de uma pessoa infectada fora da China, na Tailândia. Em 22 de janeiro, o vice-ministro da Comissão Nacional de Saúde da China, Li Bin, anunciou que o vírus era transmitido pelas vias respiratórias e que poderia sofrer mutação e se propagar facilmente. Na data de 30 de janeiro de 2020, o Comitê Internacional de Emergência sobre Regulamentos Sanitários, da Organização Mundial da Saúde (OMS), declarou o surto de COVID-19 como "emergência de saúde pública de interesse internacional ícone externo" (PHEIC). Em 31 de janeiro, o secretário de Saúde e Serviços Humanos dos EUA declarou emergência pública para ajudar a comunidade de saúde de seu país a responder à epidemia. Em 11 de março, a OMS caracterizou o COVID-19 como uma Pandemia. Em 13 de março, o Presidente dos Estados Unidos declarou emergência nacional para este surto. Enquanto isso, no Brasil, as autoridades políticas (apesar de grandes discípulos dos norte americanos) menosprezavam a pandemia.

As informações estatísticas, no mundo, são controversas, talvez devido à rápida progressão dos casos, havendo muita discrepância entre os dados apresentados por diversos órgãos de controle.

Segundo informações do CDC (Centers for Disease Control and Prevention), o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, o total de casos confirmados naquele país ultrapassa o número de 7.000 (cerca de 3 mil somente no estado de Nova York), com cerca de 100 mortes. A epidemia continua avançando rapidamente e o próprio órgão assume que estes números podem ser ainda maiores. No relatório do dia 17/03/20 da OMS, considerado como dados oficiais no mundo, os números estão aquém destas informações (5.328 casos com 75 mortes), o que pode levar-nos acreditar que para todos os demais países esteja ocorrendo o mesmo. No Brasil, em números aproximados, temos 9 mil casos suspeitos, 300 confirmados e 4 óbitos. Segundo a OMS, no mundo temos mais de 190 mil casos confirmados, com cerca de 8 mil mortes. Na China, o epicentro do surto, mais de 81 mil casos confirmados e mais de 3 mil mortes. Já na Itália, mais de 31 mil casos e 2,8 mil mortes.

O CoVID-19 (SARS-COV-2) tem uma estrutura muito similar ao SARS-1 (“erradicado” em 2004). Os dois vírus se comportaram de maneira semelhante no ambiente, o que infelizmente não explica o porquê do CoVID-19 ter se tornado um surto maior, levando à evidência que sugere que pessoas com quadros assintomáticos (sem sintomas) possam estar transmitindo a doença. De acordo às informações de vários centros de pesquisas, de diversos países, o vírus é estável por várias horas a dias em aerossóis e superfícies. Os cientistas descobriram que o vírus permanece detectável em aerossóis por até três horas, até quatro horas em cobre, até 24 horas em papelão e até três dias em plástico e aço inoxidável.

Atualmente, não existe tratamento específico para os coronavírus. Os tratamentos atuais visam aliviar os sintomas enquanto o próprio corpo, a imunidade, combate o vírus. O governo cubano disponibilizou à China uma droga que a ajudou no tratamento de mais de 1,5 mil pessoas; trata-se do Interferon Alfa 2B (IFNrec), um medicamento imunomodulador (que não é vacina!) que estimula, de forma inespecífica, a resposta imunológica do paciente. Cientistas do Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração (Incor), da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), assim como diversos laboratórios no mundo, trabalham no desenvolvimento de uma vacina contra o SARS-COV-2, mas uma vez que o processo envolve rigorosos testes de segurança, isto pode levar mais de 1 ano.

Embora – até o momento – não haja relatos de animais de estimação ou outros adoecendo com CoVID-19, é recomendável que as pessoas suspeitas limitem o contato com animais, até que mais informações sejam esclarecidas.

É importante lembrar que pessoas infectadas pelo vírus podem demorar até 14 dias para apresentar sintomas e que há indivíduos assintomáticos, que nunca os apresentarão. Sendo assim, é importante que todos evitem sair de casa e tomem as medidas necessárias de cautela e higiene.

Os índices de contágio e letalidade da CoVID-19 são muito maiores que da gripe H1N1, que tinha taxa de letalidade em torno de 0,6%; para o CoVID-19 estima-se entre 2% e 3,4%. A gripe comum apresenta uma letalidade em torno de 0,1%; ou seja, pelo menos 20 vezes menor.

O Ministério da Saúde disponibiliza um app (para Android e iOS) que, além de mostrar informações a respeito do vírus, facilita a tomada de decisões para aqueles que suspeitem estar contaminados.

Ainda que haja medidas que possam melhorar a imunidade, não há evidências de que qualquer solução caseira possa levar à cura do vírus. Gargarejo com água quente, com limão ou qualquer outra substância não evita a contaminação.

Recomenda-se evitar ao máximo o uso de aspirina (AAS) e ibuprofeno. Os sistemas de saúde indicam, preferencialmente, os analgésicos a base de paracetamol e dipirona.

Os idosos (acima de 60 anos – onde a letalidade é cerca de 5 vezes mais alta), os portadores de doenças imunossupressoras, pessoas com doenças crônicas (asmáticos, hipertensos e diabéticos, por exemplo) e fumantes são parte dos grupos de risco. Embora crianças não estejam no grupo de risco, representam perigo como vetores da doença.

Obviamente, outras doenças, como a Dengue, representam importância sanitária no país, mas vale lembrar que, como o poder de transmissão do coronavírus é muito alto, pode levar ao colapso do sistema de saúde como um todo, por isto a grande importância da prevenção, independente de qualquer coisa. Além disso, pacientes com dengue ou outras viroses, correm o risco de também se infectarem com coronavírus, o que pode ser extremamente perigoso. A ideia do isolamento é a de principalmente "achatar a curva" de contágio e garantir que os sistemas de saúde não fiquem sobrecarregados. Países que foram rápidos nas definições de isolamento têm menor número de infectados e não precisaram de ações drásticas, como o que está ocorrendo na Itália, por exemplo.

Os testes podem levar de poucos minutos a 7 dias, sendo que o do tipo PCR (Proteína-C Reativa) é considerado o mais preciso.

Muitas Fake News circulam pelas redes sociais e representam um grande perigo à saúde pública e ao andamento do controle desta e outras doenças, como é o caso de uma mensagem que diz que o novo coronavírus não resistiria ao calor e que "temperaturas de 26ºC ou 27ºC" já mataria o vírus. A diretora do Instituto de Medicina Tropical (IMT-USP) Ester Sabino, uma das responsáveis pelo sequenciamento do genoma do novo coronavírus, afirma: "A temperatura do corpo humano é 36ºC. Pesquisas mostram que mesmo em temperaturas mais elevadas (30ºC ou 40ºC) os vírus resistem, às vezes, por dias. Portanto, esta afirmativa é falsa".

Algumas mensagens e vídeos de “profissionais” oferecendo soroterapia ou "shots de imunidade" para impedir os efeitos do novo coronavírus, foram compartilhadas. Segundo as mensagens, os soros têm substâncias "nutrientes, antioxidantes e multivitamínicas" que reforçam o sistema imunológico de quem usa, combatendo a Covid-19. Segundo a Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), a soroterapia não é um tratamento recomendado e não previne o coronavírus e não há nenhuma evidência científica de que a infusão de soros, com qualquer dose de vitaminas, minerais, aminoácidos, antioxidantes ou outros nutrientes, tenha algum efeito preventivo e que este tipo de oferta de serviço configura crime e já está sendo apurado.

Outra mensagem diz que uma tigela de água com alho recém-fervida é capaz de curar a pessoa da infecção pelo novo coronavírus. Nem alho, nem cebola, nem outra receita milagrosa! Basta lembrar que laboratórios do mundo todo estão a ritmo acelerado na busca de uma possível cura ou controle da doença.

Prender a respiração por 10 segundos para verificar se o coronavírus causou fibrose no pulmão, tomar água de 15 em 15 minutos para evitar a contaminação e beber líquidos mornos ou quentes para combater a infecção estão entre as mentiras que mais circulam nas redes. A assessoria de imprensa da Stanford Health Care e da School of Medicine, citado em muitas delas, diz, em nota, que as mensagens atribuídas a um membro do conselho de seu hospital não se fundamentam.

Imagens e vídeos que mostram situações extremamente alarmantes, com pessoas desmaiando e gritando de dor, não passam de boatos. O mesmo serve para as postagens que trazem referências à cidade de Wuhan, em especial ao mercado onde tudo começou, como é o caso do vídeo onde dezenas de morcegos saem voando quando operários movimentam peças de um telhado. Este vídeo circula na internet há quase dez anos, não se passa na China, mas sim em uma residência em Miami, nos Estados Unidos. O vídeo que mostra um mercado a céu aberto, muito sujo e cheio de sangue, onde ocorre a venda de diversos tipos de animais, entre eles: ratos, morcegos, cachorros e cobras, e com uma legenda que diz algo como: "Olha da onde vem o coronavírus! Esses chineses comem tudo que se mexe!”, na verdade, trata-se do mercado de Langowan, na Indonésia (que pode ser comprovado pela placa onde aparece escrito: "kantor pasar langowan", que significa “escritório do mercado Langowan”), e está publicado no Youtube pelo menos desde 19 de julho de 2019. O local fica a mais de 3 mil km de distância de Wuhan.

Muitos outros vídeos, envolvendo livros, histórias em quadrinho e desenhos animados, alegando previsões sobre o surto do novo coronavírus são falsas e não passam de manipulações ou distorções de fatos. Basta lembrar que Coronavírus não é algo novo, novo é o CoVID-19. Algumas simples coincidências de fatos são fáceis de entender, como é o caso do livro "The eyes of Darkness", de Dean Koontz, mostrado em vídeo que, além de ser uma obra de ficção, o autor não é um cientista ou historiador, como alega o narrador do vídeo; e que, originalmente, tinha como referência a União Soviética que, com a dissolução desta, como não faria mais sentido à obra relacionar o enredo a esta região, as edições mais recentes sofreram alterações, relacionando ao então “maior rival econômico dos EUA”, ou seja, a China. Mas e a citação de Wuhan? Simples! Nesta grande cidade encontra-se o maior laboratório de biotecnologia da China, responsável pelo controle de doenças do país (similar à função do Instituto Adolfo Lutz, no Brasil). No livro, a tal arma biológica também tem uma taxa de mortalidade de 100% e a CoVID-19, entre 2 e 3,5%. A parte do vídeo que mostra uma página que prevê o ano de 2020, sequer é do mesmo livro; trata-se de um trecho retirado de “End of Days: Predictions and prophecies about the end of the world”, de Sylvia Browne, publicado em 2008.

O vídeo em que um homem se diz químico autodidata e afirma que álcool gel não tem nenhuma eficácia, recomendando vinagre para prevenir o contágio do coronavírus é absolutamente ridículo. O poder antisséptico do álcool 70% já foi comprovado há mais de 200 anos e é usado em laboratórios e instituições de saúde pelo mundo todo. A Anvisa reforça que "a lavagem de mãos com água e sabão e o álcool 70% é o procedimento padrão e mais recomendado na literatura médica para prevenção de infecção, não somente pelo coronavírus, mas também por outros agentes patogênicos".

O vídeo mais recente, onde um homem mostra uma carteira de vacinação de um cão, com rótulos de vacinas, onde se lê: Coronavírus, dispensa explicações... absolutamente ridículo e irresponsável.

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Não veicule postagens alarmantes, antes de checar sua veracidade...

isto é muito fácil e leva apenas alguns segundos de busca pela internet.

Seja responsável!

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segunda-feira, 11 de novembro de 2019

O FANATISMO É DOENÇA SOCIAL DEGENERATIVA...


O fanatismo é doença social degenerativa...


Cada um na sua!

A liberdade é um caminho de escolha individual...

Expressar suas ideias, demonstrar suas vontades, evidenciar sua personalidade ou crenças ou um pensamento sobre algum fato é algo estressante neste mundo vazio de raciocínio e cheio dessa psicose, essa onda neuronal controladora pré-fabricada... 

A preguiça de pensar, a plena aceitação desse controle subliminar, o acreditar cegamente a cada absurdo que surgia (e que surge), a negativa generalização de tudo o que não coincide com as suas crenças...

Oh, psicodemia desgraçada e recorrente! ...

A história põe-lhe medo e aversão,
o rancor cega e distorce... 
e a realidade passa a ser espelho
que confunde direita à esquerda... 
e você erra, ao apontar... 
e o que vem de cima, 
facilmente,
te esmaga...

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PREFIRO O ESQUECIMENTO


PREFIRO O ESQUECIMENTO 


(Nasci em 11 de novembro de 1969... nunca gostei dessa história de aniversário. Festejar é meio contraditório... é meio como ficar feliz por perder algo...)


Antes de desejar-me algo, pare e reflita...

Se você acredita que sua religião é superior a qualquer outra crença, não me deseje nada.

Se você pensa que ateu é satanista (???), não me deseje nada.

Se você acredita que anarquia é bagunça, não me deseje nada. Ou, mesmo que pense, nesta sua ignorância ou falha cognitiva, que anarquismo é de esquerda (???), esqueça... não me deseje nada.

Se você defende bandeiras ou fronteiras em detrimento ao bem comum, não me deseje nada.

Se você defende que o uso desenfreado de transgênicos e agrotóxicos é para "matar a fome no mundo", não me deseje nada.

Se você acha que as veiculações em redes sociais são mais confiáveis que qualquer mídia jornalística, a pior que seja (no meu ou no seu conceito), não me deseje nada.

Se você compartilha fake news e fica bravo ao ser desmentido, além de estulto... esqueça... não me deseje nada.

Se você defende mentiras e falsidades a benefício de poucos, dos quais você sequer faz parte, não me deseje nada.

Se você acredita que não havia corrupção no regime militar, recomendo-lhe alguns livros... e aproveite, esqueça, não me deseje nada. Aliás, se acredita mais em postagens na internet que em livros, sinto muito, está com sérios problemas... não me deseje nada.

Se você acha, realmente, que ser vegano ou vegetariano, faz de você algum tipo de ser superior, não me deseje nada.

Se deixa-se levar por modismos, qualquer que seja, não me deseje nada.

Se você defende ou aceita qualquer tipo de censura, não me deseje nada.

Se deixa-se ser influenciado por qualquer campanha de marketing barato, não me deseje nada.

Se você ainda acredita que sua escolaridade, ou sua formação ou título ou cargo de merda, faz de você superior a qualquer outro e, principalmente, às pessoas "humildes", além de imbecil, você é um lixo! Faça-me um grande favor: não me deseje nada.

Se você costuma generalizar e denegrir a imagem de um grupo ou organização, por avaliação superficial de umas poucas pessoas e suas relações com este, ou mesmo se não consegue separar "pessoas" de "instituições", não me deseje nada.

Se você acredita, cegamente, em qualquer tipo de política, não me deseje nada.

Se você é incapaz de perceber o óbvio ululante, não me deseje nada.

Se você defende religião acima de preceitos humanitários, não me deseje nada.

Se você pensa que sua cor de pele ou "raça" (???), seu status social, sua "preferência sexual" ou qualquer outra merda individualista, faz de você algo melhor, superior ou mais correto que outros, não me deseje nada.

Se, por acaso, mesmo não se identificando com nada, ficou na dúvida ...

... não me deseje nada.
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quinta-feira, 24 de outubro de 2019

UM UNIVERSO EM NOSSAS MÃOS E O ESCRAVO PASSIONAL


UM UNIVERSO EM NOSSAS MÃOS E O ESCRAVO PASSIONAL


(Texto escrito para o Jornal Folha do Sudoeste,
edição de 26 de out de 2019)


Deixamos de pensar, quando fomos dominados pela tecnologia.

O raciocínio foi suprimido pela automatização...

E parece bobagem saber se escreve-se com “x” ou “ch”, “mexer” ou “mecher”... afinal, o corretor cumpre sua função, e não damos importância...

Sabemos que é imprescindível tomarmos algumas decisões na vida, mas não nos damos conta de que estamos sendo direcionados, de que nosso inconsciente está sendo escravizado pela massiva quantidade de informações, tendenciosamente desenvolvidas para cumprirem suas funções: conduzir-nos e decidir por nós.

A história da humanidade jamais presenciou uma forma de escravidão tão tranquila, submissa, conivente pelo próprio escravo, passiva e servil.

O advento dos “smartphones” trouxe uma condição única de controle, tão fácil e tão imperceptível, que nós próprios entregamo-nos. Não ditamos os objetivos dos planos, mas damos - “de bandeja” - todas as diretrizes a serem tomadas para nosso próprio controle e domínio.

Cada postagem, cada clique, cada mensagem que postamos, é uma parcela de um perfil, automaticamente criado, que facilita o direcionamento, a criação e desenvolvimento de ações de domínio.

Não sejamos tolos de achar que isto é teoria de conspiração!

As “fake news” fazem parte disto. Governos estão sendo instaurados, baseados nestas ações.

Tudo gira fundamentado neste grande universo que cada um de nós carrega em nossas próprias mãos. E, no entanto, não temos real controle sobre ele.

É fácil perceber o quanto estamos sendo  inconscientemente conduzidos, quando vemos, em redes sociais, uma mesma pessoa, em um momento declarando-se favorável à liberação da caça e, em outro, mostrando-se estarrecida com a matança cruel de uma onça...

Mentiras tornam-se “verdades”, tão rapidamente e de forma tão disseminada, que torna difícil ou até impossível de contestar, de corrigir...

"Cebolas espalhadas pela casa combatem doenças, o MST é uma organização criminosa, o quiabo combate a cinomose em cães ou uma atriz pornô internacional, em pose discretamente sensual, ganhou uma olimpíada de matemática e mora no nordeste brasileiro".

Simples assim!

Mentiras tão bem articuladas, planejadas e disseminadas que, mesmo após anos de desmentidas, continuam circulando e tornando-se “verdades”. Algumas são bobagens e outras, perigosas... e todas conduzem-nos à falta de raciocínio lógico ou de decisões conscientes.

Confia-se muito mais nas “fake news” que nos telejornais, mesmo sabendo que estes têm décadas de existência e uma equipe enorme e responsável para certificar a veracidade das informações... Estes podem errar, obviamente, e até mesmo “tendenciar” algumas informações a beneficio de alguns grupos, mas ainda assim, é mais confiável... e, aí, cabe o discernimento...

Muitos preferem acreditar nas postagens veiculadas nas redes sociais ou em suposições, em hipóteses empíricas, em "achismos", que em livros que retratam a história e que são reconhecidos no mundo todo.

Acreditam, tão cegamente, no "ilusionismo", naquilo que simplesmente vê sem qualquer análise do contexto – sem pensar –, que são facilmente conduzidos ao apoio daquele que escraviza.

"Qual quereis que vos solte, Barrabás, ou Jesus, chamado Cristo?"... "Solte Barrabás! Condene Jesus!", bradou o povo. Todos conhecem essa história, porém, vendo o que estamos vivenciando, passo a acreditar que nada entenderam disso tudo.

O que vemos é “meia dúzia” de pessoas sendo pagas para impactar, e uma multidão seguindo cegamente... e, assim, corre-se o risco de libertar os Barrabases de nossa era e tecer a coroa de espinhos para os nossos Cristos.

Sabemos que o pensamento consciente proporciona a capacidade de discernimento e solução de problemas e coloca-nos no controle de nossas vidas. Mas vivendo aprisionados em uma pequena tela, um mundo aberto em nossas mãos e que permite a outros conduzir-nos, é tão perigoso quanto dar-nos passivamente às correntes que detinham, sob domínio, os escravos, no início da história de nosso país.

Você pode estar se perguntando o que isso tem a ver com uma coluna pet. Posso responder, que tudo. Estamos vendo as pessoas sendo dominadas pelo modismo, de forma muito mais acentuada que em outras épocas. Gente confiando cegamente em postagens que se replicam de “site” a “site”, sem que sequer saibamos sua origem. Um moleque de 13 anos passando a ditar regras e sendo mais escutado e considerado que a opinião de um profissional...

Deixou-se de ouvir um profissional, com décadas de experiência, para seguir algum tutorial tolo e empírico ou um apanhado de "falsas verdades", colocando em risco a saúde de nossos animais e de nossas vidas.

Podemos pensar ou sermos conduzidos...

E cada um pode escolher o seu caminho...


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segunda-feira, 7 de outubro de 2019

PLASMADO PELAS ADVERSIDADES


Plasmado pelas adversidades



A misantropia, certa vez, esmagou minha alma...
Eu não tinha a menor ideia de onde estava, o que, realmente, fazia e que “diabos” faria dali para frente.

Percepção, pensamento, memória e razão...
Os mecanismos cognitivos, rapidamente, me abandonavam.

A vida, pouco a pouco, deixava de fazer sentido. E eu deixara o sentido da vida, feito água, passar por entre meus dedos.
Já não me importava com o que fora o passado, o que estava sendo o presente e o que, por fim, me reservava o futuro.
Minhas frases perderam o sentido.
As conclusões sobre o que era certo ou errado, pouco importavam.
Havia deixado muito, para trás, na busca de um futuro que agora não mais interessava. Eu não tinha mais aquela certeza do que, realmente, aspirava.

Um ímpeto fugaz...
Esta era a certeza que agora fazia sentido para mim...
Joguei-me no abismo do inconsciente mais profundo.

A vida era apenas dias... e os dias, intermináveis!
Um desespero latente e dissonante.

Mas nada é por acaso... Hoje sei... 
A crisálida do desespero é o caminho para a vida plena!

Aquela fase da minha vida passou despercebida para muitos. Eu engolia minha angústia, ao acordar pela manhã. Havia um longo percurso a percorrer e ninguém o faria por mim.
Tive momentos de lucidez e aprendi a lidar com aquela melancolia, ludibriar a solidão e subjugar os pensamentos negativos.
Jamais aprendi tanto sobre mim.

E a vida sempre toma seu curso...

Minha “nulidade-religiosa” – eponímia que inventei para não ter que explicar a condição de ceticismo – não me impede de analisar e compreender a natureza humana. Também não me impede de ver a razão das coisas, quando estas, realmente, fazem sentido. Na verdade, não ter um compromisso com essa “base religiosa”, possibilita-me “ver o jogo, de fora”, analisar friamente, sem sofrer influência da afeição, da culpa, do medo ou da “ideia pré-formada”.
Minha inquietude e curiosidade em relação àquilo que não domino, aliado ao senso crítico e autodidatismo, foi o que me levou a conhecer um pouco do que nós – humanos – arrastamos pelo tempo.
Todas as experiências de vida, sofrimentos e angústias, desafios e superações, tristezas e alegrias, podem ser comprimidas e transmutadas na mais pura lição de vida.

A crisálida do desespero é o caminho para a vida plena...

Cada obstáculo superado fica evidente, a quem faz da mente um instrumento de compreensão, de equilíbrio entre real e imaginário. E nada, nenhum destes obstáculos, nenhuma humilhação ou agressão sofrida precisa, necessariamente, ser transformado em ódio ou qualquer forma de revolta ou ojeriza.
A verdadeira lição de vida nunca está no outro...
Olhar para si, analisar o seu eu, pode trazer a luz para a compreensão, a paz como estrutura de conciliação, a verdade como um “sagrado” mecanismo sutil de superação.
O real sentido da vida não está fundamentado em religiões ou crenças...
O real sentido da vida é perpetuar o que há de melhor em cada um de nós. Assim, fazem todos os seres... lutam para a perpetuação de sua espécie e, de alguma forma, sabem: a continuidade de sua espécie é interdependente de outras, do equilíbrio, da complexidade que se faz simples quando se vive com princípios éticos reais...
A misantropia não deixou somente tribulações, não foi o algoz da minha razão, a mazela do tempo ou a chaga de minh'alma... foi a motriz da essência mais pura, o âmago insolente que enalteceu a verdadeira personalidade, o antagônico presságio... o prelúdio...
Somos moldados pelas adversidades.
A razão é parcimoniosa...

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