quarta-feira, 28 de outubro de 2020

VENENO LENTO

VENENO LENTO


A Poesia é leira
As sementes, à escolha
que cada um semeia

Concretas palavras
alicerce de tudo e nada
É o peso de papel da mente
e o vento que levanta poeira

A Poesia maltrata
açoita, atormenta
inquieta...
e rasga!

A poesia é ferro quente
o leite derramado
um retrato antigo
Uma clareira aberta
no meio da mata

A poesia é a espada
que atravessa o seu peito
Teia de aranha
que enrosca em seu cabelo
Hipermídia cega
Hipérbato efêmero

Poesia é um tapa na sua cara
Rio de lavas que ameaça
Por vezes, funda
as vezes, rasa

A Poesia é transe
Catarse que alenta, alimenta
As rosas lançadas pelo chão
É sangue, é ouro... o estopim...
desassossego que medeia

A Poesia acalma ou alerta
sentencia, enfurece, incendeia
agride, incita ou desperta

A Poesia é gênese pura
concebe a fúria, acinética
gesta eloquência, muda
nascença que eletriza, métrica

Lascívia da falsa moral
semântica absurda
catatonia dos preceitos
preconceitos desalinhados

Não é o bem... sequer o mal
e não se deixa dominar
A Poesia é o elixir para almas perdidas
frases que gritam
e não permitem olvidar

A Poesia é queda livre
a flechada que infringe...
um revide!
Veneno Lento
que à consciência
não agride...




segunda-feira, 26 de outubro de 2020

POEIRA NOS OLHOS

POEIRA NOS OLHOS

Há muito tempo
não olho para o céu...
As verdades não estão dispersas pelo ar
Os enganos, estes sim,
feito poeira, propalam...
Batem sempre em sua cara
por vezes, cegam-lhe os olhos

Endrôminas, dissimuladamente,
fustigam o consciente,
açoitam com afinco,
feito farpa em sua mente

As verdades são voláteis
As mentiras, densas
As verdades incomodam...
rudes, ferem
As mentiras... alimentam

Há muito tempo
não olho para o céu...
As verdades...
elas mentem para mim...



domingo, 25 de outubro de 2020

OS SEGUIDORES DE ONDAS / O EPISTÊMICO E A PANDEMIA PSICÓTICA


O EPISTÊMICO E A PANDEMIA PSICÓTICA


O ser humano – diferente dos demais seres da Terra – por muitas vezes é levado a acreditar em algo que sequer consegue entender realmente...

Por este motivo, muitas vezes – na vida – cruzamos com pessoas que acreditam estar seguindo um caminho por vontade própria, segundo suas convicções e particularidades, quando, no entanto, "seguem uma onda", imitando inconscientemente a vontade, os hábitos e costumes, o estilo de vida e a personalidade de outros...

Por isso nos decepcionamos muito, com muitos.

Por isso é tão efêmera, e ao mesmo tempo resiliente, a cultura de um povo.

O que chamamos de evolução cultural é uma transgressão da essência da natureza humana.

Não são poucos os volúveis de personalidade...

Por isso sempre encontramos no passado a quintessência da cultura que vivemos...

Sempre vamos encontrar decepção nas pessoas tão atreladas à moda e volúvel em sua essência... nas que vivem arraigadas a um momento, resignados pela futilidade de estar em voga.

Estes – com os quais nos decepcionamos – são os Seguidores de Ondas.

Saia dessa psicose, livre-se dessa espécie de ecopraxia... essa subserviência pueril...

Siga o seu caminho, acredite piamente nos seus projetos...

Cada um de nós estará verdadeiramente certo, quando realmente estiver dentro de seu verdadeiro caminho...


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