sexta-feira, 27 de março de 2020

CORONAVÍRUS -- A VISÃO MICRO


CORONAVÍRUS – SARS-COV-2 / COVID-19 

VISÃO MICRO 


Continuam circulando Fake News ou publicações equivocadas sobre o Coronavírus. Por incrível que possa parecer, mesmo vindas de Médicos, Veterinários ou outros profissionais de saúde, muitas destas postagens contém equívocos que, por muitas vezes, podem colocar vidas em risco.

Vamos pensar em alguns detalhes... em primeiro lugar o Vírus mede aproximadamente 100nm (nanômetro), ou seja, em apenas 1 milímetro de superfície poderíamos encontrar cerca de 10 mil unidades virais. A razão pela qual se acredita que o vírus seria inativado em uma superfície absorvente, como papéis e tecidos, seria o rápido processo de desidratação da unidade viral. Pois bem... temos aí um detalhe que estão deixando escapar... é um paradigma científico. Eu chamo este parâmetro de Visão Macro e Visão Micro. Quando você ouve que o coronavírus “morre em apenas 40 minutos”, ou mesmo “6 horas”, ao cair em um papel ou roupa, temos aí uma Visão Macro... e isto não nos serve como padrão. Se realmente queremos proteção, temos que ter uma Visão Micro. No papel ou roupa, ou outro objeto que classificam como absorvente e que mataria o vírus rapidamente, temos estampas, peças metálicas e outros adereços que podem conter milhões ou bilhões de unidades virais (lembrem-se: 1mm... 10 mil vírus). Até mesmo algumas fibras de tecidos podem conter estruturas não absorventes. Esta é a Visão Micro e é este o padrão que devemos seguir, se realmente queremos estar livres do vírus.

Se tratarmos esta possível contaminação com Visão Micro, ou seja, atentarmo-nos aos pequenos detalhes, poderemos garantir maior segurança sanitária a nossa família e, desta forma, a toda a sociedade.

Vejo muitas pessoas passeando com seus cães. Concordo que o animal deva sair, mas alguns cuidados devem fazer parte desta nova rotina. Até o momento (e tudo leva a crer) acredita-se que os animais domésticos não possam ser infectados pelo vírus SARS-CoV-2. Até aí, tudo bem... mas temos que ter em mente que eles podem ser importantes “carreadores” deste novo Coronavírus. Fiquei observando o comportamento de alguns cães durante o passeio... infelizmente, eles tocam em tudo pelo caminho, e não só com as patas; eles se esfregam em postes, paredes, árvores e, até mesmo, pelo chão... e, muitas vezes, seu tutor sequer se dá conta disto. A oleosidade natural e a umidade dos pelo podem preservar o vírus por muito tempo, horas ou dias (nada ainda está totalmente determinado), portanto, chegar em casa e limpar as patinhas é superficial demais. E os acessórios, estão higienizando? Coleiras, peitorais e guias, tudo tem que ser higienizado... Para estes casos existem os produtos específicos chamados “Banho a Seco” que podem ajudar muito a higienizar o animal; basta prestar atenção em sua composição, pois nem todos são de boa qualidade (eu indico o BelloKão, porque conheço, e sei da seriedade da marca). Banhos também terão que ser realizados, de preferência, em casa ou por profissionais que “não acumulem animais”, ou seja, um banho e tosa onde circulam muitas pessoas e animais, pode representar, sim, um risco. O uso de desinfetantes para higienização de acessórios e ambiente, neste momento, é muito importante. Os desinfetantes à base de Amônia Quaternária são muito eficazes e seguros. Vet+20 é o produto com maior concentração do mercado pet, com 25,7%, muito mais seguro em sua diluição que os produtos concorrentes.

Em relação aos últimos pronunciamentos de nosso presidente, nem vale a pena perder tempo, foi infeliz e extremamente infantil.

Thomas Pietschmann, um virologista molecular e pesquisador do Centro de Pesquisa de Infecção Experimental e Clínica (Twincore), em Hannover, Alemanha, se dedica ao estudo dos chamados vírus RNA , grupo do qual pertence o Sars-CoV-2, e alerta para o fato de que o principal aspecto deste vírus é que “as pessoas estão sendo confrontadas com ele pela primeira vez. A partir dos dados que temos da China, pode-se concluir que o vírus passou de um animal para um humano apenas uma vez e se espalhou a partir daí". Em outras palavras: diferente do que ocorre com a gripe, ou seja, com o vírus Influenza, onde quase todo mundo já teve contato em algum momento, nosso sistema imunológico não está preparado para um ataque deste coronavírus. Não é preciso entrar em pânico, obviamente, pois a realidade que vivemos atualmente é outra, infinitamente mais tecnológica e com infindáveis conhecimentos e recursos médico-hospitalares, mas não podemos, de forma alguma, esquecer das aulas de história, quando ainda éramos crianças e contavam-nos que a Gripe matara milhares de índios, ou até mesmo dizimara tribos inteiras. Não seremos dizimados, mas o índice de contágio é extremamente alto.

Ando vendo Fake News comparando H1N1 com a CoVID-19... Pois bem, em comparação com H1N1, onde temos um histórico de cerca de 18 mil mortes por ano, temos, de outro lado, a CoVID-19 com 19 mil em apenas 3 meses, apresentando uma progressão absurda, podendo-nos levar ao fim do ano com mais de 75 mil mortes. A diferença aqui é a capacidade de contágio. E, enquanto a CoVID-19 leva até 14 dias para começar a apresentar sintomas (com uma média de cinco dias), a gripe manifesta-se após mais ou menos quatro dias, com isto, a disseminação da CoVID-19 torna-se maior dentre os ainda assintomáticos. A taxa de letalidade da CoVID-19, até então, apresenta-se em torno de 2 a 3,4%. O influenza, por outro lado, apresenta de menos de 0,1 a 1% de óbito (sendo o maior percentual pertencente ao H1N1).


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terça-feira, 24 de março de 2020

CORONAVÍRUS – SARS-COV-2 / COVID-19 - CONHEÇA ESTA NOVA AMEAÇA À SAÚDE PÚBLICA MUNDIAL


CORONAVÍRUS – SARS-COV-2 / COVID-19

CONHEÇA ESTA NOVA AMEAÇA À SAÚDE PÚBLICA MUNDIAL


                                             Escrito em 18/03/2020 – TEXTO PUBLICADO NO JORNAL FOLHA DO SUDOESTE EM 21/03/2020 


Os Coronavírus (CoV) são grandes RNA vírus, esféricos, com invólucro proteico, que causam infecções respiratórias, entéricas e neurológicas em diversas espécies animais, incluindo seres humanos. Alguns coronavírus que infectam animais tornaram-se capazes de infectar seres humanos e depois se espalharam entre as pessoas, mas isso é raro; foi o que aconteceu com a SARS-1 e a MERS e é o que se suspeita ter acontecido com o vírus que causou o surto atual; no entanto, ainda não se sabe a fonte exata desse vírus. Morcegos e ratos podem abrigar uma diversidade considerável de coronavírus e realmente desempenham um papel fundamental no surgimento e transmissão de cepas patogênicas que podem causar doenças graves em humanos. Há vários coronavírus que causam infecção animal, mas geralmente são espécie-específicos, ou seja, infectam apenas uma espécie (Coronavírus Canino, Felino, Suíno e Bovino, por exemplo); no entanto, coronavírus do tipo SARS-COV-1 infecta seres humanos e várias espécies animais, como macacos, cães, gatos e roedores; outro, chamado MERS-COV, além de infectar humanos, já foi identificado em camelos e morcegos. Por sua vez, o SARS-COV-2 (ou CoVID-19), apesar das suspeitas do poder de infectar morcegos e outros animais selvagens, ainda não foi muito bem compreendido e/ou esclarecido.

O primeiro Coronavírus “Humano” (CoVh) foi isolado em 1937, sendo em 1965 descrito como coronavírus, em decorrência de seu perfil em microscopia. Há sete tipos de coronavírus que infectam o homem: Alphacoronavírus: 229E e NL63 e Betacoronavírus: OC43, HKU1, SARS-COV, MERS-COV e agora, o SARS-COV-2; os três últimos, responsáveis por infecções respiratórias graves. A transmissão geralmente se dá por contato direto, pelas vias oral e respiratória. A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns (Alpha 229E e NL63 e Beta OC43 e HKU1) ao longo da vida, desenvolvendo sintomatologia similar a de resfriados.

Antes deste coronavírus (CoVID-19), outros dois já ameaçaram a saúde mundial.

A Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS-COV) é geralmente transmitia por camelos (zoonose) e pode se espalhar rapidamente, com sérias consequências. Foi isolada pela primeira vez, em humanos, em 2012 e se caracteriza por infecção respiratória com febre, tosse e falta de ar, podendo levar à pneumonia e apresentar diarreia, náuseas e vômitos e, ainda, complicações renais, choque séptico, coagulação intravascular disseminada e pericardite. A MERS, ao contrário dos índices até então apresentados pela CoVID-19, teve um índice de fatalidade de cerca de 30% (cerca de 10 vezes maior).

O SARS-CoV (Síndrome Respiratória Aguda Grave – SARS-CoV-1) migrou de uma espécie de gato selvagem para humanos (zoonose) e causou morbidade e mortalidade substancial, antes de ser controlado. Este coronavírus foi detectado pela primeira vez, na China, em novembro de 2002, tendo uma rápida disseminação, causando uma epidemia que atingiu vários países. Em pouco mais de 1 ano foi capaz de infectar aproximadamente 8 mil pessoas e provocar cerca de 800 mortes. A epidemia foi controlada no ano seguinte e desde 2004 não houve registro de nenhum novo caso.

CoVID-19 é a coronavirose causado pelo SARS-CoV-2 (Síndrome Respiratória Aguda Grave 2). Os sintomas mais comuns são parecidos aos de um resfriado ou a de uma gripe comum, similar ao SARS-CoV-1, mas assim como este e a MERS, pode ser mais severo, apresentando quadros mais complicados.

A doença, que supostamente surgiu na China, na cidade de Wuhan, considerada o epicentro do surto, começou a se alastrar em dezembro de 2019, com uma progressão assustadora, iniciando o ano de 2020 com cerca de 44 casos confirmados e centenas de suspeitos. 20 dias depois já haviam 26 mortes e mais de 890 confirmações, o que levou-os às medidas drásticas de controle. No dia 31 de dezembro, emitiram o primeiro alerta à OMS (Organização Mundial da Saúde). Em 7 de janeiro, identificaram um novo tipo de coronavírus. No dia 13 de janeiro, a OMS notificou o primeiro caso de uma pessoa infectada fora da China, na Tailândia. Em 22 de janeiro, o vice-ministro da Comissão Nacional de Saúde da China, Li Bin, anunciou que o vírus era transmitido pelas vias respiratórias e que poderia sofrer mutação e se propagar facilmente. Na data de 30 de janeiro de 2020, o Comitê Internacional de Emergência sobre Regulamentos Sanitários, da Organização Mundial da Saúde (OMS), declarou o surto de COVID-19 como "emergência de saúde pública de interesse internacional ícone externo" (PHEIC). Em 31 de janeiro, o secretário de Saúde e Serviços Humanos dos EUA declarou emergência pública para ajudar a comunidade de saúde de seu país a responder à epidemia. Em 11 de março, a OMS caracterizou o COVID-19 como uma Pandemia. Em 13 de março, o Presidente dos Estados Unidos declarou emergência nacional para este surto. Enquanto isso, no Brasil, as autoridades políticas (apesar de grandes discípulos dos norte americanos) menosprezavam a pandemia.

As informações estatísticas, no mundo, são controversas, talvez devido à rápida progressão dos casos, havendo muita discrepância entre os dados apresentados por diversos órgãos de controle.

Segundo informações do CDC (Centers for Disease Control and Prevention), o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, o total de casos confirmados naquele país ultrapassa o número de 7.000 (cerca de 3 mil somente no estado de Nova York), com cerca de 100 mortes. A epidemia continua avançando rapidamente e o próprio órgão assume que estes números podem ser ainda maiores. No relatório do dia 17/03/20 da OMS, considerado como dados oficiais no mundo, os números estão aquém destas informações (5.328 casos com 75 mortes), o que pode levar-nos acreditar que para todos os demais países esteja ocorrendo o mesmo. No Brasil, em números aproximados, temos 9 mil casos suspeitos, 300 confirmados e 4 óbitos. Segundo a OMS, no mundo temos mais de 190 mil casos confirmados, com cerca de 8 mil mortes. Na China, o epicentro do surto, mais de 81 mil casos confirmados e mais de 3 mil mortes. Já na Itália, mais de 31 mil casos e 2,8 mil mortes.

O CoVID-19 (SARS-COV-2) tem uma estrutura muito similar ao SARS-1 (“erradicado” em 2004). Os dois vírus se comportaram de maneira semelhante no ambiente, o que infelizmente não explica o porquê do CoVID-19 ter se tornado um surto maior, levando à evidência que sugere que pessoas com quadros assintomáticos (sem sintomas) possam estar transmitindo a doença. De acordo às informações de vários centros de pesquisas, de diversos países, o vírus é estável por várias horas a dias em aerossóis e superfícies. Os cientistas descobriram que o vírus permanece detectável em aerossóis por até três horas, até quatro horas em cobre, até 24 horas em papelão e até três dias em plástico e aço inoxidável.

Atualmente, não existe tratamento específico para os coronavírus. Os tratamentos atuais visam aliviar os sintomas enquanto o próprio corpo, a imunidade, combate o vírus. O governo cubano disponibilizou à China uma droga que a ajudou no tratamento de mais de 1,5 mil pessoas; trata-se do Interferon Alfa 2B (IFNrec), um medicamento imunomodulador (que não é vacina!) que estimula, de forma inespecífica, a resposta imunológica do paciente. Cientistas do Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração (Incor), da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), assim como diversos laboratórios no mundo, trabalham no desenvolvimento de uma vacina contra o SARS-COV-2, mas uma vez que o processo envolve rigorosos testes de segurança, isto pode levar mais de 1 ano.

Embora – até o momento – não haja relatos de animais de estimação ou outros adoecendo com CoVID-19, é recomendável que as pessoas suspeitas limitem o contato com animais, até que mais informações sejam esclarecidas.

É importante lembrar que pessoas infectadas pelo vírus podem demorar até 14 dias para apresentar sintomas e que há indivíduos assintomáticos, que nunca os apresentarão. Sendo assim, é importante que todos evitem sair de casa e tomem as medidas necessárias de cautela e higiene.

Os índices de contágio e letalidade da CoVID-19 são muito maiores que da gripe H1N1, que tinha taxa de letalidade em torno de 0,6%; para o CoVID-19 estima-se entre 2% e 3,4%. A gripe comum apresenta uma letalidade em torno de 0,1%; ou seja, pelo menos 20 vezes menor.

O Ministério da Saúde disponibiliza um app (para Android e iOS) que, além de mostrar informações a respeito do vírus, facilita a tomada de decisões para aqueles que suspeitem estar contaminados.

Ainda que haja medidas que possam melhorar a imunidade, não há evidências de que qualquer solução caseira possa levar à cura do vírus. Gargarejo com água quente, com limão ou qualquer outra substância não evita a contaminação.

Recomenda-se evitar ao máximo o uso de aspirina (AAS) e ibuprofeno. Os sistemas de saúde indicam, preferencialmente, os analgésicos a base de paracetamol e dipirona.

Os idosos (acima de 60 anos – onde a letalidade é cerca de 5 vezes mais alta), os portadores de doenças imunossupressoras, pessoas com doenças crônicas (asmáticos, hipertensos e diabéticos, por exemplo) e fumantes são parte dos grupos de risco. Embora crianças não estejam no grupo de risco, representam perigo como vetores da doença.

Obviamente, outras doenças, como a Dengue, representam importância sanitária no país, mas vale lembrar que, como o poder de transmissão do coronavírus é muito alto, pode levar ao colapso do sistema de saúde como um todo, por isto a grande importância da prevenção, independente de qualquer coisa. Além disso, pacientes com dengue ou outras viroses, correm o risco de também se infectarem com coronavírus, o que pode ser extremamente perigoso. A ideia do isolamento é a de principalmente "achatar a curva" de contágio e garantir que os sistemas de saúde não fiquem sobrecarregados. Países que foram rápidos nas definições de isolamento têm menor número de infectados e não precisaram de ações drásticas, como o que está ocorrendo na Itália, por exemplo.

Os testes podem levar de poucos minutos a 7 dias, sendo que o do tipo PCR (Proteína-C Reativa) é considerado o mais preciso.

Muitas Fake News circulam pelas redes sociais e representam um grande perigo à saúde pública e ao andamento do controle desta e outras doenças, como é o caso de uma mensagem que diz que o novo coronavírus não resistiria ao calor e que "temperaturas de 26ºC ou 27ºC" já mataria o vírus. A diretora do Instituto de Medicina Tropical (IMT-USP) Ester Sabino, uma das responsáveis pelo sequenciamento do genoma do novo coronavírus, afirma: "A temperatura do corpo humano é 36ºC. Pesquisas mostram que mesmo em temperaturas mais elevadas (30ºC ou 40ºC) os vírus resistem, às vezes, por dias. Portanto, esta afirmativa é falsa".

Algumas mensagens e vídeos de “profissionais” oferecendo soroterapia ou "shots de imunidade" para impedir os efeitos do novo coronavírus, foram compartilhadas. Segundo as mensagens, os soros têm substâncias "nutrientes, antioxidantes e multivitamínicas" que reforçam o sistema imunológico de quem usa, combatendo a Covid-19. Segundo a Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), a soroterapia não é um tratamento recomendado e não previne o coronavírus e não há nenhuma evidência científica de que a infusão de soros, com qualquer dose de vitaminas, minerais, aminoácidos, antioxidantes ou outros nutrientes, tenha algum efeito preventivo e que este tipo de oferta de serviço configura crime e já está sendo apurado.

Outra mensagem diz que uma tigela de água com alho recém-fervida é capaz de curar a pessoa da infecção pelo novo coronavírus. Nem alho, nem cebola, nem outra receita milagrosa! Basta lembrar que laboratórios do mundo todo estão a ritmo acelerado na busca de uma possível cura ou controle da doença.

Prender a respiração por 10 segundos para verificar se o coronavírus causou fibrose no pulmão, tomar água de 15 em 15 minutos para evitar a contaminação e beber líquidos mornos ou quentes para combater a infecção estão entre as mentiras que mais circulam nas redes. A assessoria de imprensa da Stanford Health Care e da School of Medicine, citado em muitas delas, diz, em nota, que as mensagens atribuídas a um membro do conselho de seu hospital não se fundamentam.

Imagens e vídeos que mostram situações extremamente alarmantes, com pessoas desmaiando e gritando de dor, não passam de boatos. O mesmo serve para as postagens que trazem referências à cidade de Wuhan, em especial ao mercado onde tudo começou, como é o caso do vídeo onde dezenas de morcegos saem voando quando operários movimentam peças de um telhado. Este vídeo circula na internet há quase dez anos, não se passa na China, mas sim em uma residência em Miami, nos Estados Unidos. O vídeo que mostra um mercado a céu aberto, muito sujo e cheio de sangue, onde ocorre a venda de diversos tipos de animais, entre eles: ratos, morcegos, cachorros e cobras, e com uma legenda que diz algo como: "Olha da onde vem o coronavírus! Esses chineses comem tudo que se mexe!”, na verdade, trata-se do mercado de Langowan, na Indonésia (que pode ser comprovado pela placa onde aparece escrito: "kantor pasar langowan", que significa “escritório do mercado Langowan”), e está publicado no Youtube pelo menos desde 19 de julho de 2019. O local fica a mais de 3 mil km de distância de Wuhan.

Muitos outros vídeos, envolvendo livros, histórias em quadrinho e desenhos animados, alegando previsões sobre o surto do novo coronavírus são falsas e não passam de manipulações ou distorções de fatos. Basta lembrar que Coronavírus não é algo novo, novo é o CoVID-19. Algumas simples coincidências de fatos são fáceis de entender, como é o caso do livro "The eyes of Darkness", de Dean Koontz, mostrado em vídeo que, além de ser uma obra de ficção, o autor não é um cientista ou historiador, como alega o narrador do vídeo; e que, originalmente, tinha como referência a União Soviética que, com a dissolução desta, como não faria mais sentido à obra relacionar o enredo a esta região, as edições mais recentes sofreram alterações, relacionando ao então “maior rival econômico dos EUA”, ou seja, a China. Mas e a citação de Wuhan? Simples! Nesta grande cidade encontra-se o maior laboratório de biotecnologia da China, responsável pelo controle de doenças do país (similar à função do Instituto Adolfo Lutz, no Brasil). No livro, a tal arma biológica também tem uma taxa de mortalidade de 100% e a CoVID-19, entre 2 e 3,5%. A parte do vídeo que mostra uma página que prevê o ano de 2020, sequer é do mesmo livro; trata-se de um trecho retirado de “End of Days: Predictions and prophecies about the end of the world”, de Sylvia Browne, publicado em 2008.

O vídeo em que um homem se diz químico autodidata e afirma que álcool gel não tem nenhuma eficácia, recomendando vinagre para prevenir o contágio do coronavírus é absolutamente ridículo. O poder antisséptico do álcool 70% já foi comprovado há mais de 200 anos e é usado em laboratórios e instituições de saúde pelo mundo todo. A Anvisa reforça que "a lavagem de mãos com água e sabão e o álcool 70% é o procedimento padrão e mais recomendado na literatura médica para prevenção de infecção, não somente pelo coronavírus, mas também por outros agentes patogênicos".

O vídeo mais recente, onde um homem mostra uma carteira de vacinação de um cão, com rótulos de vacinas, onde se lê: Coronavírus, dispensa explicações... absolutamente ridículo e irresponsável.

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Não veicule postagens alarmantes, antes de checar sua veracidade...

isto é muito fácil e leva apenas alguns segundos de busca pela internet.

Seja responsável!

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